Universitas Humanística

Etnografias desde e sobre o Sul global. Reflexões introdutórias

Este artículo de reflexión pretende sugerir algunas claves analíticas para pensar las complejas y dinámicas relaciones en torno la producción de etnografías y análisis etnográficos desde y sobre el Sur global. A lo largo del texto, nos internamos en una relación relativamente poco explorada en el medio académico colombiano, a pesar de la existencia de una amplia franja de sectores sociales que están pensando sobre lo que significa generar conocimiento desde y para el Sur global, de manera propia y acondicionada a sus realidades. Este breve texto sirve también de glosa analítica, para los artículos que hacen parte del monográfico alrededor del tema.

This article intended to suggest some analytical keys to think the complex and dynamic relationships around the production of ethnographies and ethnographic analysis from and about the global South. Throughout the text, we explore this relationship, which - despite the existence of a broad swathe of social sectors that are thinking about what it means to generate knowledge from and for the global South in line with their own realities - has hitherto been relatively underexplored by the Colombian academy. This brief text also serves as analytical gloss, for articles that are part of the monographic volume about the topic.

Este artigo de reflexão pretende sugerir algumas chaves analíticas para pensar as complexas e dinâmicas relações em torno da produção de etnografias e análises etnográficas desde e sobre o Sul global. Ao longo do texto, internamos-nos em uma relação relativamente pouco explorada no meio académico colombiano, apesar da existência de uma ampla faixa de setores sociais que estão a pensar sobre o que significa gerar conhecimento desde e para o Sul global, de maneira própria e acondicionada as suas realidades. Este breve texto serve ainda de glosa analítica para os artigos que fazem parte do monográfico ao redor do tema.

Metodologias que nos envergonham: A proposta de uma pesquisa en mâo dupla a sua influência efêmera na antropologia

Este artículo analiza la experiencia de Víctor Daniel Bonilla y Luis Guillermo Vaco, dos investigadores sociales en Colombia que, durante las décadas de 1970 y 1980 crearon una propuesta de trabajo etnográfico en conjunto con los movimientos indígenas en Colombia, a partir de su labor en el Comité de solidaridad con los pueblos indígenas. El texto propone una explicación a la pregunta sobre por qué esta propuesta fue rechazada y no se desarrolló en el ejercicio antropológico de generaciones posteriores. Afirmo en éste artículo que la propuesta de este grupo de investigadores requiere de espacios de construcción política conjunta entre investigadores académicos y organizaciones sociales cuando sus proyectos de sociedad confluyan; pero que para llegar a ello es necesario realizar un debate previo. La investigación solidaria no puede existir si no existen espacios de articulación que hayan sido construidos a lo largo de la trayectoria de las organizaciones sociales, ni tampoco puede forzarse a existir por fuera de las mismas.

This article discusses the experience of Victor Daniel Bonilla and Luis Guillermo Vaco, two social scientists in Colombia who, during the 1970s and 1980s created a proposal for ethnographic work in conjunction with the indigenous movements in Colombia, from their work in the Committee of solidarity with Indigenous Peoples (Comité de solidaridad con los pueblos indígenas). The text proposes an explanation to the question of why this proposal was rejected and was not developped in the exercise of the anthropological subsequent generations. I affirm in this article that the proposal of this group of researchers requires of joint political construction spaces between the academic researchers and the social organizations when their society projects converge, but this requires a prior debate. The collaborative research can not exist if there are no articulation spaces that have been built along the path of social organizations, nor can be forced to exist outside of them.

Este artigo analisa a experiência de Víctor Daniel Bonilla e Luis Guillermo Vaco, dois pesquisadores sociais da Colômbia que, durante as décadas de 1970 e 1980 criaram proposta de trabalho etnográfico em conjunto com os movimentos indígenas na Colômbia, a partir de seu labor no Comité de solidariedade com os povos indígenas. O texto propõe uma explicação da pergunta sobre por que esta proposta foi rejeitada e não se desenvolveu no exercício antropológico de gerações posteriores. Defendo neste artigo que a proposta deste grupo de pesquisadores requer espaços de construção política conjunta entre pesquisadores académicos e organizações sociais, quando seus projetos de sociedade confluírem, mas, que para chegar a isso é preciso um debate prévio. A pesquisa solidária não pode existir se não existirem espaços de articulação construídos ao longo da trajetória das organizações sociais, nem mesmo pode se forçar a existir por fora delas.

A autoridade etnográñca interpelada. Tensões contemporâneas sobre a(s) escrita(s) da otredad

Este artículo reflexiona sobre los nuevos desafíos que atraviesa la etnografía como régimen de escritura sobre la otredad. En primer lugar se describe el trabajo de campo realizado en dos espacios sociales de la provincia de Salta (Argentina): una universidad estatal y una comunidad indígena. Luego se narra un evento ocurrido en el 2011 en el que uno de los sujetos participantes del estudio cuestiona la producción escrita de la autora, declarando no estar de acuerdo con lo expuesto en una publicación derivada de la investigación. Por último, se propone tomar las críticas como un punto de inflexión para pensar (nos) dentro del trabajo etnográfico y reflexionar acerca de los sentidos que guarda la "autoridad etnográfica" en un contexto donde la literacidad y la escritura sintetizan las luchas históricas de ciertos grupos por desmarcarse de las voces que otros les han impuesto.

This article reflects on the new challenges that faces ethnography as writing regime about otherness. First of all the field work, conducted in two social spaces in the province of Salta (Argentina), is described: a state university and an indigenous community. Then an event that occurred in 2011 is narrated, in which one of the subjects that participated in the study questions the author's written production, that he did not agree with what is stated in a publication derived from the research. Lastly, it is proposed to take criticism as a turning point to think within the ethnographic work and reflect on the ways that keep the "ethnographic authority" in a context where literacy and writing synthesize the historical struggles of certain groups to distance themselves from the voices that others have imposed.

Este artigo reflete sobre os novos desafios que atravessa a etnografia como regime de escrita sobre a otredad. No primeiro lugar descreve-se o trabalho de campo realizado em dois espaços sociais da província de Salta (Argentina): uma universidade estatal e uma comunidade indígena. Logo narra evento acontecido no ano 2011 no qual um dos sujeitos participantes do estudo questiona a produção escrita da autora, declarando não estar de acordo com o exposto em uma publicação derivada da pesquisa. No final, propõe pegar as críticas como ponto de inflexão para pensar (nos) dentro do trabalho etnográfico e refletir acerca dos sentidos que guarda a "autoridade etnográfica" em um contexto onde a literacidade e a escrita sintetizam as lutas históricas de certos grupos por se desmarcar das vozes que outros lhes impuseram.

Como praticar a etnografia? Rumo a uma teoria pragmática e política da descrição

El artículo establece en primer lugar las bases de una antropología pragmática -principalmente el interés por la pregunta "¿cómo hace la gente?"- que deben orientar la investigación etnográfica. Posteriormente describe con un extracto etnográfico algunas de las diferentes prácticas en la fiesta de San Juan/Inti Raymi en Otavalo en los Andes ecuatorianos con una construcción textual elaborada a partir de una perspectiva pragmática. Por último, se desarrollan cuatro puntos que apoyan la descripción pragmática y minuciosa: la acción en situación, la superación del intelectualismo, las relaciones situacionales de poder y la co-experiencia de los lectores.

The article first establishes the foundation of a pragmatic anthropology -mainly interested in the question "How do people do?" - that should guide the ethnographic research. Then it describes with an ethnographic extract some of the different practices in the celebration of San Juan/Inti Raymi in Otavalo in the Ecuadorian Andes, with a textual construction made from a pragmatic perspective. Finally, the article develops four points that support the pragmatic and detailed description: action in the situation, intellectualism overcoming, the situational relations of power and the co-experience of readers.

O artigo estabelece em primeiro lugar as bases de uma antropologia pragmática -principalmente o interesse pela pergunta "como é que as pessoas fazem?"- que deve orientar a pesquisa etnográfica. Posteriormente descreve com um extrato etnográfico algumas das diferentes práticas na festa de São João/Inti Raymi em Otavalo nos Andes equatorianos com uma construção textual elaborada a partir de uma perspectiva pragmática. Por último, desenvolvem-se quatro pontos que apoiam a descrição pragmática e minuciosa: a ação em situação, a superação do intelectualismo, as relações situacionais de poder e a co-experiência dos leitores.

Posicionar-se e se relacionar na prática da etnografia (¿do sul?). Liminaridade do trabalho de campo com a comunidade Mhuysqa de Cota, Cundínamarca

Este artículo interroga el posicionamiento individual, en tanto investigador, y el colectivo, en tanto práctica disciplinaria, que implica la reflexividad en la antropología. Su objetivo, más que presentar resultados de una investigación, es reflexionar sobre el rol que ocupamos como actores en los procesos sociales que nos esforzamos a estudiar. Para ello parece necesario releer ciertos aspectos del itinerario biográfico del investigador a la luz de sus trabajos de campo y al grado de implicación que tiene con respecto a las personas con las cuales establece una relación de investigación. Para poder clarificar nuestro posicionamiento liminal es necesario cuestionar la categoría de investigadores del "sur" a partir del trabajo de campo y sus consecuencias respecto a la implicación y el compromiso que podemos asumir junto a las poblaciones con las que trabajamos.

This article questions the individual positioning, as researcher, and the collective, in the disciplinary practice, which involves reflexivity in anthropology. Its purpose, rather than presenting the research results, is to reflect on the role which we occupy as actors in social processes that we strive to study. To do this it seems necessary to reread certain aspects of the researcher's biographical itinerary in the light of its field works and the degree of involvement he has with regard to the people with whom he establishes a relationship. In order to clarify our liminal position it is necessary to question the category of researchers from the "South" in the field work and its consequences regarding the involvement and commitment that we can assume with the populations with which we work.

Este artigo interroga pelo posicionamento individual, em tanto pesquisador, e pelo coletivo, em tanto prática disciplinar, que implica a refletividade na antropologia. O objetivo, mais do que apresentar resultados de uma pesquisa, é refletir sobre o papel que ocupamos como atores nos processos sociais que esforçamos-nos a estudar. Para isso parece necessário reler certos aspectos do itinerário biográfico do pesquisador à luz dos seus trabalhos de campo e ao grau de implicação que tem no que diz respeito às pessoas com que estabelece relação de pesquisa. Para poder clarificar o nosso posicionamento liminar é preciso questionar a categoria de pesquisadores do "sul" a partir do trabalho de campo e suas consequências respeito da implicação e compromisso que podemos assumir junto às populações com que trabalhamos.

Esboço de uma Antropologia do Muisca desde uma perspectiva do sul: paralelos e trânsitos

El presente artículo tiene como objetivo explorar de manera reflexiva y crítica las diferentes formas en que operan los poderes simbólicos en la antropología de lo muisca desde las preocupaciones planteadas bajo una perspectiva del sur. Con ello se pretende elaborar un paralelo entre los elementos que componen la crítica epistemológica y política de la antropología y aquellos que nos permiten entender la manera en que el pueblo muisca trata de ocupar una posición de centro en la actualidad, después de haber sido relegado al pasado y condenado a un accidentado reconocimiento como etnia oficial en el presente. La propuesta es hacer el tránsito hacia una antropología comprometida que le apuesta a las metodologías colaborativas. Con ello se podrían lograr los equilibrios entre lo epistemológico, lo ético y lo político a la hora de hacer una antropología "dupleja" que integre los cánones oficiales y los conocimientos gestionados por las comunidades estudiadas.

This article aims to explore reflectively and critically the various ways in which symbolic powers operate on the anthropology of the Muisca Culture from the concerns raised, considering a southern perspective. This is intended to develop a parallel between the elements that compose the policy and epistemological critique of anthropology and those that allow us to understand the way in which the Muisca people try to occupy a central position today, having been relegated to the past and sentenced to a bumpy official ethnic recognition in the present. The proposal is to make the transition to an anthropology that is determined to work with collaborative methodologies. With this, the balance between the epistemological, ethical and political aspects could be achieved when making a "duplex" anthropology that integrates the official canons and knowledge managed by the studied communities.

O presente artigo tem como objetivo explorar de maneira refletida e crítica as diferentes formas em que estão operando os poderes simbólicos na antropologia do muisca desde as preocupações abordadas sob uma perspectiva do sul. Com tal pretende-se elaborar paralelo entre os elementos que compõem a crítica epistemológica e política da antropologia e aqueles que nos permitem compreender a maneira em que o povo muisca trata de ocupar uma posição de centro na atualidade, depois de ter sido relegado ao passado e condenado a um acidentado reconhecimento como etnia oficial no presente. A proposta é fazer o trânsito para uma antropologia comprometida que aposta às metodologias colaborativas. Com isto poderiam se conseguir os equilíbrios entre o epistemológico, o ético e o político à hora de fazer uma antropologia "dúplice" que integre cânones oficiais e conhecimentos gestados pelas comunidades estudadas.

Rumo a uma etnografia do Estado: reflexões a partir do processo de titulação coletiva às comunidades negras do Pacífico colombiano

En las últimas décadas, el campo de los estudios antropológicos ha visto florecer distintas propuestas encaminadas al análisis etnográfico del Estado, las cuales han desplazado su foco de atención desde el aparato de gobierno centralizado hacia los diferentes actores implicados en los procesos de construcción estatal. Retomando estas propuestas, se analizará cómo los pobladores negros del Alto Atrato, en el Pacífico colombiano, construyen sus imaginarios alrededor del Estado, a través de su interacción con los funcionarios a cargo de la política de titulación colectiva a las comunidades negras. Este análisis nos permitirá constatar cómo, lejos de constituirse en una entidad monolítica y coherente, el Estado se presenta como una organización compleja, como una arena de relaciones y desigualdades de poder y de influencia entre diferentes actores que, al adherirse a las estructuras institucionales dominantes, terminan contribuyendo al apuntalamiento del proyecto global de dominación estatal.

In recent decades, the field of anthropological studies have produced different proposals for ethnographic analysis of the state, which have shifted their focus from the centralized government apparatus to the different actors involved in state-building processes. Taking up these proposals, we will analyze how black settlers from High Atrato, in the Colombian Pacific, build their imaginaries around the state, through its interaction with the officials in charge of the policy of collective titling to black communities. This analysis will allow us to see how, far from being a monolithic and coherent entity, the State is presented as a complex organization, as an arena of relationships and inequalities of power and influence between different actors, which when adhering to the dominant institutional structures, end up contributing to the overall project of state domination

Nas últimas décadas, o campo dos estudos antropológicos viu florescer diferentes propostas encaminhadas à análise etnográfica do Estado, as quais deslocaram seu foco de atenção desde o aparelho de governo centralizado para os diferentes atores implicados nos processos de construção estatal. Tomando estas propostas, analisara-se como é que os povoadores negros do Alto Atrato, no Pacífico colombiano, constroem seus imaginários ao redor do Estado, através de sua interação com os funcionários encarregados da política de titulação coletiva às comunidades pretas. Esta análise permitir-nos-á constatar como, longe de se constituir em uma entidade monolítica e coerente, o Estado apresenta-se como uma organização complexa, como uma arena de relações e desigualdades de poder e de influência entre diferentes atores que, ao se aderir às estruturas institucionais dominantes, acabam contribuindo no escoramento do projeto global de dominação estatal.

Gestão comunitária de recursos naturais, agro-silvo-pastoris e pesqueiros na Serra de Santa Marta, Veracruz, México: uma alternativa possível ao discurso desenvolvimentista e à globalização capitalista?

Esta investigación postula el estudio de los procesos de manejo comunitario de recursos naturales, agrosilvopastoriles y pesqueros, puesto que el comunalismo agrario se presenta como una cuestión central en el mundo agrario contemporáneo con implicaciones para la gestión del patrimonio biocultural más acorde con los planteamientos socioeconómicos del siglo XXI. Así, a partir de metodología cualitativa, los primeros avances de investigación ofrecen una visión del manejo comunal de bienes: tierra, pastos, ganado, agua, pesca y ecoturismo. Las experiencias estudiadas en la Sierra de Santa Marta de Veracruz en México, a través del análisis de caso del Proyecto Sierra de Santa Marta, PSSM, muestran cómo, partiendo de una "ecología de los saberes" (Santos, 2009), los recursos de la selva han permitido sobrevivir a diferentes comunidades campesinas e/o indígenas, evitando, en gran medida, tener que recurrir a la emigración. Desde el posicionamiento teórico de este trabajo, ya no se trataría de un modelo de desarrollo alternativo, sino de alternativas al desarrollo o un posdesarrollo.

This research studies the processes of community natural resources management, agrosilvopastoral and fishery, since the agrarian communalism is presented as a central issue in the contemporary agrarian world with implications for the biocultural heritage management, more in line with socio-economic approaches of the 21st century. Thus, from a qualitative methodology, the advances of the first research offer a vision of communal management of goods: land, pastures, livestock, water, fisheries and ecotourism. The experiments studied in Sierra de Santa Marta of Veracruz in Mexico, through the case-analysis Project Sierra de Santa Marta, PSSM, show how, starting from an "ecology of knowledge (Santos, 2009), the resources of the jungle have allowed different peasant and/ or indigenous communities to survive, avoiding, largely, to resort to emigration. From the theoretical positioning of this work, it would no longer be an alternative development model, but an alternative to development or a post-development

Esta pesquisa postula o estudo dos processos de maneio comunitário de recursos naturais, agro-silvo-pastoris e pesqueiros, posto que o comunalismo agrário apresenta-se como questão central no mundo agrário contemporâneo com implicações para gestão do patrimônio biocultural mais acorde com as abordagens socioeconómicas do século XXI. Assim, a partir de uma metodologia qualitativa, as primeiras descobertas da pesquisa oferecem uma visão de gestão comunitária dos bens: solo, pastagens, gado, água, pesca e ecoturismo. As experiências estudadas na Serra de Santa Marta de Veracruz, no México, por meio de análise de caso do Projeto Serra de Santa Marta, PSSM, mostram como, a partir de uma "ecologia dos saberes" (Santos, 2009), os recursos da floresta permitiram diferentes comunidades camponesas e/ou indígenas sobreviver, evitando em grande parte recorrer à emigração. A partir do posicionamento teórico deste trabalho não seria mais um modelo de desenvolvimento alternativo, mas as alternativas para o desenvolvimento ou pós-desenvolvimento.

Legalidades cosmopolitas subalternas e os desafios da etnografia engajada

Este artículo considera los retos de la investigación etnográfica comprometida con los movimientos sociales de los pueblos indígenas dentro de los campos cambiantes de interlegalidad y soberanías fragmentadas marcadas por múltiples desigualdades, racismo, impunidad y violencia. Partiendo de la experiencia de un proyecto de investigación colaborativo sobre el pluralismo legal y el acceso de las mujeres indígenas a la justicia y la seguridad, que tiene como objetivo fortalecer la legalidad cosmopolita subalterna (Rodríguez-Garavito y Santos, 2005), se analiza una serie de cuestiones, entre ellas: el privilegio académico, la autoridad etnográfica, los testimonios, sus valores, usos y abusos, interpretación y redacción de las desigualdades, así como las tensiones dentro de las comunidades y organizaciones con las que trabajamos.

This article considers the challenges of engaged ethnographic research with indigenous people's social movements within shifting fields of interlegality and fragmented sovereignties marked by multiple inequalities, racism, impunity and violence. Drawing on the experience of a collaborative research project on legal pluralism and indigenous women's access to justice and security, that aims to strengthen subaltern cosmopolitan legalities (Rodríguez-Garavito and Santos, 2005), it discusses a number of issues including: scholarly privilege and ethnographic authority; testimonies, their value, uses and abuses, and; interpreting and writing about inequalities and tensions within the communities and organizations we work with.

Este artigo considera os desafios da pesquisa etnográfica engajada com movimentos sociais indígenas dentro de campos indefinidos de interlegalidade e soberanias fragmentadas marcadas por múltiplas iniquidades, o racismo, impunidade e violências. A partir da experiência de uma pesquisa colaborativa sobre pluralismos legais e acesso da mulher indígena à justiça e segurança, que visa reforçar as legalidades cosmopolitas subalternas (Rodríguez-Garavito e Santos, 2005), discute-se uma série de questões incluindo: privilégio académico e autoridade etnográfica, testemunhos, o seu valor, usos e abusos, e interpretação e escrita sobre as iniquidades e tensões no seio das comunidades e organizações com quem trabalhamos.

Vir a ser e não ser gente através da participação etnográfica no Brasil Central

En el presente artículo me refiero a las concepciones a'uwë-Xavante de la humanidad y la persona tratando de comprender el proceso de su constitución y sus efectos en el mismo etnógrafo y en su trabajo, mientras debato sobre una producción etnográfica y antropológica. Capturado por sus sujetos, el etnógrafo adquiere una potencia de ser humano a través de los procesos de depredación, familiarización y magnificación. Es posible para el etnógrafo repensar y recrear la misma práctica etnográfica, así como las políticas al participar en la constitución del yo colectivo, siendo tomado y transformado por esta Constitución, haciendo trabajo ritual y adquiriendo oficios cosmopolitas. Las consecuencias de este enfoque se manifiestan en la escritura etnográfica, llevándola más cerca a la multiplicidad de la experiencia, afectada por la filosofía "nativa" encarnada, en un diálogo entre la antropología, la acción y el pensamiento amerindio. En una llamada era de crisis etnográfica, llegar a ser y no ser "nativos" resulta ser la mejor manera de hacer antropología, tal vez no es un enfoque poco común después de todo.

In the present article I address the a'uwé-xavante conceptions of humanity and personhood seeking to understand the process of its ongoing constitution and its effects on the very person of the ethnographer and his work while debating with ethnographic and anthropological production. Captured by his subjects, the ethnographer acquires a potency of becoming human through the predation, familiarization and magnification processes. It is possible for the ethnographer to rethink and reenact the very ethnographic praxis, policy and politics when participating in the constitution of the collective self, being taken and transformed by this constitution, doing ritual work and acquiring cosmpolitical offices.. The consequences of such approach are manifested in the ethnographic writing, taking it closest to the multiplicity of experience, affected by the "native" embodied philosophy, in a dialog among anthropology and Amerindian action and thought. In a so called era of ethnographic crisis, becoming and not becoming "native" turns to be the best way to make anthropology -maybe not an unusual approach after all.

Esta apresentação textual se baseia em pesquisa etnográfica realizada junto ao povo A'uwé-Xavante chamada "Datsi'a'uwédzé - Vir a ser e não ser gente no Brasil Central" (tese de doutorado defendida em 2012 - Antropologia Social, Universidade de São Paulo). Debatendo com a produção etnográfica e antropológica, abordo conceitos a'uwé-xavantes de humanidade e pessoa procurando entender o processo de sua constituição contínua e seus efeitos na própria pessoa do etnógrafo e seu trabalho. Capturado por seus sujeitos, o etnógrafo adquire uma potência de tornar-se gente através de processos de predação, familiarização e magnificação. Participando na constituição do ente coletivo, sendo tomado e transformado por esta constituição, fazendo trabalho ritual e adquirindo cargos cosmopolíticos, é possível ao etnógrafo repensar e reatualizar a própria práxis etnográfica e sua política. As consequências desta abordagem se manifestam na escrita etnográfica, levando-a para perto da multiplicidade da experiência, afetada pela filosofia encorporada nativa, num diálogo entre a Antropologia e as ações e pensamentos ameríndios. Numa era dita de crise etnográfica, tornar-se e não tornar-se "nativo" acaba sendo a melhor forma de se fazer antropologia - talvez uma forma não tão usual quando se presuma.

Experiência, etnicidade e conhecimento em etnografias argentinas recentes do Gran Chaco (2000-2011)

Este trabajo analiza algunas de las relaciones entre la experiencia etnográfica y el conocimiento que se ha desplegado sobre la etnicidad de la región del Gran Chaco en la primera década de siglo XXI en la antropología argentina. Considerando que es por medio de "la experiencia vivida" en campo que se produce dicho conocimiento, se distinguen dos condiciones como foco interpretativo: la condición de desplazamiento y condición de alteridad y espacio. Se argumenta que cada una de estas condiciones permite pensar a la etnografía reciente del Gran Chaco como campo de experiencias y prácticas que se encuentran situadas temporal, política e históricamente en relación con configuraciones, trayectorias y subjetividades antropológicas, cuya heterogeneidad se entrelaza con la particularidad de cada experiencia vivida en el "campo etnográfico". Situando esto, se cuestiona la doble dimensión cartesiana del trabajo de campo y se muestra cómo la disputa epistemológica por la alteridad étnica chaqueña se adscribe a formas de conocimiento específicas de la academia antropológica nacional.

This paper examines some of the relationships between the ethnographic experience and knowledge that has been deployed on the ethnicity of the Great Chaco region in the first decade of the XXIst century in the argentinian anthropology. Considering that it is through "the lived experience" in the field that knowledge is produced, there are two conditions as interpretive focus: the condition of displacement, otherness and space condition. It is argued that each of these conditions suggest to the recent ethnography of Gran Chaco, as field of experiences and practices that are temporarily, politically and historically located in relation to configurations, anthropological trajectories and subjectivities, whose heterogeneity is intertwined with the particularity of each lived experience in "the ethnographic field". The Cartesian dual dimension of the field work is questionned and the article shows how the epistemological dispute, by the Chaco ethnic alterity, is ascribed to specific forms of knowledge of the national anthropological academy.

Este trabalho analisa algumas das relações entre a experiência etnográfica e o conhecimento implantado na etnicidade da região do Gran Chaco na primeira década do século XXI na antropologia argentina. Sob a consideração de que é por meio da "experiência vivida" no campo que se produz tal conhecimento, diferenciam-se duas condições como escopo interpretativo: a condição de deslocamento e a condição de alteridade e espaço. Argumenta-se que cada uma destas condições permite pensar a etnografia recente do Gran Chaco, como campo de experiências e práticas que se encontram situadas temporal, política e historicamente em relação com configurações, trajetórias e subjetividades antropológicas, cuja heterogeneidade se entrelaça com a particularidade de cada experiência vivida no "campo etnográfico". Locando isto, questiona-se a dupla dimensão cartesiana do trabalho de campo e mostra-se como a disputa epistemológica pela alteridade étnica chaqueña se adscreve a formas de conhecimento específicas da academia antropológica nacional.

Os escritos de Alfred Schütz desde a perspectiva de uma teoria da criatividade da ação

El artículo propone una revisión de la obra de Schütz desde la pregunta por la "creatividad" de la acción social, que no fue formulada expresamente por el autor pero que encuentra en sus escritos un importante principio de respuesta. Después de ubicar el tema en algunas coordenadas de la actual discusión sociológica, se exponen cuatro campos concretos de aportes schützianos: la capacidad de ampliar y hacer uso creativo del "acervo social de conocimiento"; la capacidad individual y colectiva de imaginar proyectos de acción; la capacidad de crear y usar símbolos, y de producir con ellos mundos de exclusiva existencia imaginaria; y la capacidad de dar nacimiento constante a nuevas vivencias. Se afirma que estos cuatro campos dibujan los contornos de una fenomenología de la creatividad de la acción, en vistas de la cual se establecen algunos campos abiertos para nuevas investigaciones.

The article proposes a review of the work of Schütz from the question about "creativity" of social action, which was not made expressly by the author but it is in his writings an important principle of response. After positioning the subject in some coordinates of the current sociological discussion, we present four specific fields from schütz' contributions: the ability to expand and make a creative use of "the social heritage of knowledge", the individual and collective capacity to imagine action projects, the ability to create and use symbols, and producing with them exclusive worlds of imaginary existence, as well as the ability to give birth to new experiences. It is stated that these four fields outline the contours of a phenomenology of creativity of action, which sets out some open fields for further research.

O artigo propõe uma revisão da obra de Schütz desde a pergunta pela "criatividade" da ação social, que não foi formulada expressamente pelo autor, mas que encontra nos seus escritos um importante princípio de resposta. Depois de colocar o tema em algumas coordenadas da atual discussão sociológica, expõem-se quatro campos concretos de aportes schützianos: a capacidade de amplificar e fazer uso criativo do "acervo social de conhecimento"; capacidade individual e coletiva de imaginar projetos de ação; a capacidade de criar e usar símbolos, e de produzir com eles mundos de exclusiva existência imaginaria; e a capacidade de dar nascimento constante a novas vivências. Afirma-se que estes quatro campos debuxam os contornos de uma fenomenologia da criatividade da ação, tendo em vista que estabelecem alguns campos abertos para novas pesquisas.

Usos e sígníñcados sociais da fotograña post-mortem na Colômbia

Esta investigación tiene como finalidad conocer los usos y significados sociales de la fotografía post-mortem o fúnebre entre finales del XIX y mediados del siglo XX en Colombia. De tal forma, busca contribuir al análisis de las relaciones entre fotografía y sociedad, y más particularmente, entre la fotografía y una representación social de la muerte, identificando las convenciones y reglas de esta práctica fotográfica que determinan comportamientos estéticos alrededor de la muerte.

This research is intended to understand the social uses and meanings of post-mortem or funeral photography between the late nineteenth and mid-twentieth century in Colombia. The article seeks to contribute to the analysis of the relationship between photography and society, and more particularly, between photography and a social representation of death, identifying the conventions and rules of this photographic practice that determine aesthetic behaviors around death.

Esta pesquisa tem como finalidade conhecer os usos e significados sociais da fotografia post-mortem ou fúnebre entre finais do século XIX e meados do século XX na Colômbia. De tal forma, procura contribuir com a análise das relações entre fotografia e sociedade, e mais particularmente, entre a fotografia e uma representação social da morte, identificando as convenções e normas desta prática fotográfica que determinam comportamentos estéticos ao redor da morte.

Etnografia e teoria social. Entrevista com o sociólogo Javier Auyero

Perspectivas antropológicas sobre la Amazonia contemporánea. Por Margarita Chaves y Carlos del Cairo (compiladores) Bogotá, D. C.: Editorial Instituto Colombiano de Antropología e Historia y Pontificia Universidad Javeriana, 2010. 677 pp