Ainstitucionalização da capitação precoce das gestantes para iniciar os cuidados do pré-natal serve para monitorar o princípio da equidade em saúde 1. Neste contexto, quando se pensa em acesso à atenção à saúde bucal de gestantes verifica-se moderadas taxas de mulheres que procuram o dentista durante a gestação podendo variar de 16,7% a 83902-4. Há evidências de barreiras que dificultam a ocorrência do pré-natal odontológico, como por exemplo: a falta de conhecimento do dentista sobre a segurança de procedimentos, bem como o medo das gestantes em consultar com o dentista, além da inexistência de diretrizes claras para cadenciar à saúde bucal das gestantes 5. Também há insatisfação com os serviços de saúde bucal, quando ocorre agendamento com longo tempo de espera 4. Este fator pode ser considerado como limitador para a utilização dos serviços odontológicos no Sistema Único de Saúde (SUS).
Problemas de saúde bucal relacionados à doença periodontal 6 e dor de origem dentária 7 podem iniciar ou serem exacerbados durante o período gestacional e, consequentemente, prejudicar os parâmetros de qualidade de vida deste grupo populacional. Ainda pode levar à desfechos de partos indesejados, por exemplo, parto prematuro 8-10. O uso dos serviços odontológicos, pode ser uma estratégia para manter a gestante em constante monitoramento com objetivo de prevenir e/ou tratar sinais e sintomas de doenças bucais e de ordem sistêmica. Neste contexto, as gestantes que foram acompanhadas para o controle e tratamento de doenças periodontais perceberam melhoras no seu estado de saúde bucal e a intervenção periodontal reduziu o impacto negativo na qualidade de vida 11.
O atendimento odontológico durante o pré-natal pode promover o vínculo da família com a Equipe de Saúde Bucal (ESB). Além disso, a gestante poderá ser informada sobre à manutenção e melhorara da sua saúde bucal e diretrizes especificas de saúde geral e bucal para o primeiro ano de vida da criança, como por exemplo, informações relativas ao calendário vacinal. Mães que utilizaram o atendimento odontológico durante a gestação tem associação direta com a prevenção de cárie precoce da infância 12 e as medidas preventivas são promovidas por ações educativas transmitidas das mães para as crianças 6. Desta forma, o contato do dentista com a gestante é fundamental para manter, iniciar, e fortalecer as orientações para saúde bucal do bebê. Tendo em vista os atributos da Atenção Primária em Saúde (APS) e os princípios do SUS, é de fundamental importância que os profissionais atuantes no sistema de saúde planejem e incentivem a utilização do atendimento odontológico pelas gestantes para que elas possam ser orientadas a respeito das medidas de prevenção e/ou sejam tratadas naqueles casos de serem portadoras ou desenvolverem alguma patologia na cavidade bucal. Assim, as normativas do SUS estarão sendo cumpridas e as gestantes poderão expressar sentimentos de satisfação relacionadas ao atendimento odontológico ofertado.
Sob o ponto de vista da satisfação dos usuários, é fundamental avaliar os serviços de odontologia no SUS para monitorar o planejamento das ações, a execução e os resultados desejados. Poucos estudos verificaram a satisfação das gestantes após a utilização do atendimento odontológico em unidades de saúde pública 13,14. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi verificar a taxa de gestantes satisfeitas com a consulta odontológica realizada no Sistema Único de Saúde e fatores associados.
METODOLOGIA
Caracterização, delineamento e amostra do estudo
O estudo foi realizado no município de Canoas que pertence à região metropolitana de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Geograficamente o município está dividido em quatro unidades geo-políticas: nordeste, noroeste, sudeste, sudoeste para fins de planejamento das políticas públicas.
O sistema de saúde pública do município (SUS) é constituído por três Hospitais (Hospital Universitário, Hospital Nossa Senhora das Graças e Hospital de Pronto Socorro), quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPA), um Centro de Especialidades Médicas, um Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), 26 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e oito farmácias regionais conforme o Plano Municipal de Saúde do Município 15.
O delineamento do estudo foi transversal. Para o cálculo da amostra foi utilizado o Programa Openepi (http://www.openepi.com/Menu/OE_Menu.htm), sendo considerados os seguintes parâmetros: prevalência da cobertura de consultas odontológicas durante o pré-natal de 83% 16, efeito de delineamento (deff) de 1,2; poder de 80%, prevalência entre os expostos de 28% e de 9% para os não expostos, erro padrão de 5%, nível de significância de 5% tendo como amostra mínima requerida de 217 gestantes. Acrescentando-se mais 10% para controle de variáveis de confusão e 5% para perdas e/ou recusas, totalizando a amostra em 300 gestantes.
Coleta de dados
A coleta de dados foi realizada através de entrevistas face a face no Hospital Universitário (HU) nos setores de pronto atendimento de gestantes, ambulatório de alto risco (apenas gestantes), casa da gestante e unidade de alojamento conjunto (puérperas - mãe-bebê). As entrevistas foram conduzidas por quatro pesquisadores previamente treinados. O treinamento foi realizado através de um projeto piloto com um total de 10 gestantes que não foram incluídas na amostra. Para a obtenção dos dados foram selecionadas 81 gestantes e 221 puérperas usuárias do SUS, totalizando 302 entrevistadas.
Durante as entrevistas foram coletadas as variáveis de exposição sócio demográficas constituídos por: cor da pele (1- preta/parda. 2- branca), idade (em anos), escolaridade (em anos); renda familiar (em salários mínimos - SM incluindo salários, bolsa família, pensão, aluguel, aposentadoria ou outros. O salário mínimo é determinado pelo governo federal do Brasil); condição marital (1- sem companheiro fixo, 2- com companheiro fixo); variáveis relacionadas à gestação: trimestre do período gestacional em que realizou a primeira consulta de pré-natal (1- 1° trimestre, 2° trimestre e 3- 3° trimestre); número de gestações anteriores (1- primípara, 2- multípara) e as variáveis de exposição relacionadas ao recebimento de orientação para consultar com o dentista e satisfação com a consulta de pré-natal: recebeu orientação para realizar consulta odontológica (1- não, 2- sim) e como avaliou as consultas de pré-natal (1-ruim, 2-boa). Além disso, foi coletada a variável desfecho (satisfação com a consulta odontológica realizada: 1- ruim 2- regular 3- boa 4- ótima). Para efeitos de análise a variável idade foi categorizada pela mediana de 14-25 anos e 26-47 anos 17. Renda foi categorizada em menos de 1 SM e 1 ou mais SM e escolaridade em até 8 anos de estudo e mais de 8 anos de estudo 18. Também foram unidas as categorias 2° e 3° trimestre em que iniciou o pré-natal e para finalizar a variável desfecho foi categorizada em 1-ruim (unindo as categorias ruim e regular); 2-boa (unindo boa e ótima).
A análise estatística foi realizada utilizando o SPSS 20.0 (IBM, Armonk, NY, USA). Primeiramente foi realizada a análise descritiva (n=número absoluto/%=percentual) para verificar distribuição da amostra. Na sequência procedeu-se a análise bivariada através do teste de qui-quadrado. Já para a multivariável foi utilizada a regressão do Poisson com variância robusta (p<0,05). Para regressão foi elaborado um modelo hierárquico composto por níveis, sendo o primeiro nível constituído pelas variáveis sócio demográficas, o nível intermediário foi composto pelas variáveis relacionadas à gestação e o último nível foi formado pelas variáveis relacionadas ao recebimento de orientação para consultar com o dentista e satisfação com a consulta de pré-natal. Um procedimento de modelo cheio (backward stepwise) foi usado na análise multivariável. Todas as variáveis foram incluídas no modelo final (modelo ajustado).
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da ULBRA - Campus Canoas - Rio Grande do Sul/Brasil (CAAE: 48291815.8.0000.5349) e as participantes assinavam um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
RESULTADOS
Na Tabela 1 verifica-se que das 302 mulheres entrevistadas 151 (50%) realizaram consulta odontológica, e destas, 131 (86%) relataram que ficaram satisfeitas com as consultas com o dentista. O perfil das mulheres satisfeitas com a consulta odontológica durante a gravidez foi constituído principalmente por mulheres brancas [n=8o, (87,3%)], de 15 a 25 anos [n=74 (87,1%)], a maioria relatou ter estudado até 8 anos [n=o,6 (97,8%)], com renda de 1 ou mais salários mínimos- SM [n=80 (87%)], sem companheiro fixo [n=103 (85,1%)], iniciaram o pré-natal do primeiro e segundo trimestre da gestação [n=104 (86,7%)], eram multíparas [n=94 (86,2%)], foram orientadas a consultar com o dentista [n=n8 (88,1%)] e avaliaram as consultas de pré-natal como boa [=98(90,7%)].
Variáveis | N | % | Mulheres satisfeitas com a consulta odontológica durante a gravidez | |||
---|---|---|---|---|---|---|
n | (%) | Valor de p | ||||
Total | 151 | 100 | 131 | 86** | ||
Nível 1: Sócio demográficas | ||||||
Cor da pele | Preto/Pardo | 48 | 31,8 | 42 | 85,7 | 0,79* |
Branco | 103 | 68,2 | 89 | 87,3 | ||
Idade (anos) | 15-25 | 85 | 56,3 | 74 | 87,1 | 0,90* |
26-47 | 66 | 43,7 | 57 | 86,4 | ||
Escolaridade | + de 8 anos | 52 | 27,8 | 45 | 84,9 | 0,62* |
Até 8 anos | 99 | 72,2 | 96 | 97,8 | ||
Renda | < 1SM | 59 | 39,1 | 51 | 86,4 | 0,92* |
1 ou + SM | 92 | 60,9 | 80 | 87,0 | ||
Condição marital | Sem companheiro | 121 | 80,1 | 103 | 85,1 | 0,23* |
Com companheiro | 30 | 19,9 | 28 | 93,3 | ||
Nível 2: Relacionadas à gestação | ||||||
Trimestre em que iniciou o pré-natal | 2 º e 3º | 30 | 19,8 | 27 | 87,1 | 0,95* |
1º | 121 | 80,1 | 104 | 86,7 | ||
Paridade | Primípara | 41 | 27,2 | 37 | 88,1 | 0,76* |
Multípara | 110 | 72,8 | 94 | 86,2 | ||
Nível 3: Relacionadas ao recebimento de orientação para consultar com o dentista e satisfação com a consulta de pré-natal | ||||||
Foi orientada para consultar o dentista | Não | 15 | 9,9 | 13 | 76,5 | 0,18* |
Sim | 136 | 90,1 | 118 | 88,1 | ||
Satisfação com as consultas de pré-natal | Ruim | 42 | 27,8 | 33 | 76,7 | 0,02* |
Boa | 109 | 72,2 | 98 | 90,7 |
*Teste Qui-quadrado; ** Prevalência de mulheres satisfeitas com a consulta odontológica durante a gestaçãogravidez.
Com relação às variáveis sócio demográficas não houve associação com as mulheres satisfeitas com a consulta odontológico durante a gravidez, por exemplo, as mulheres com até 8 anos de estudo apresentaram maior percentual de satisfação com a consulta odontológica quando comparadas com aquelas com mais de 8 anos de estudo, mas sem significância estatística (p>0,05). No entanto, a variável que expressou a satisfação das mulheres com as consultas de pré-natal durante a gravidez demonstrou associação com a variável desfecho, conforme descrito na Tabela 1.
Na análise multivariada verificou-se que a variável avaliação das consultas de pré-natal como boa aumentou em 14% (RP 1,14 [IC95% 1,01-1,27]) a probabilidade das mulheres estarem satisfeitas com a consulta odontológica durante a gravidez. A Tabela 2 demonstra este resultado que pode ser observado na análise bruta e confirmado na ajustada quando houve o controle de possíveis fatores de confusão, como por exemplo: variáveis sócio demográficas, relacionadas à gestação e a variável se a gestante foi orientada a consultar o dentista.
Variáveis | Bruta | Ajustada | |||
---|---|---|---|---|---|
RP* IC 95% | Valor de p | RP* IC 95% | Valor de p | ||
Nível 1: Sócio demográficas | |||||
Preto/Pardo | 1 | 0,79 | - | ||
Cor da pele | Branco | 1,08 (0,94-1,07) | - | ||
Idade (anos) | 15-25 | 1 | 0,90 | 1 | 0,89 |
26-47 | 0,99 (0,94-1,05) | 0,99 (0,88-1,11) | |||
+ de 8 anos | 1 | 0,63 | 1 | 0,64 | |
Escolaridade | Até 8 anos | 0,98 (0,92-1,04) | 1,02 (0,91-1,18) | ||
Renda | < 1SM | 1 | 0,92 | 1 | 0,89 |
1 ou + SM | 0,99 (0,89-1,11) | 0,99 (0,88-1,10) | |||
Condição marital | Sem companheiro | 1 | 0,13 | 1 | 0,11 |
Com companheiro | 1,04 (0,98-1,10) | 1,08 (0,97-1,21) | |||
Nível 2: Relacionadas à gestação | |||||
Trimestre que iniciou o pré-natal | 2º e 3º | 1 | 0,94 | 1 | 0,98 |
1º | 0,99 (0,92-1,07) | 1,00 (0,87-1,14) | |||
Paridade | Primípara | 1 | 0,75 | 1 | 0,80 |
Multípara | 0,99 (0,93-1,05) | 0,98 (0,87-1,11) | |||
Nível 3: Relacionadas à informação e satisfação | |||||
Foi orientada para consultar o dentista | Não | 1 | 0,29 | 1 | 0,19 |
Sim | 1,06 (0,94-1,19) | 1,22 (0,91-1,38) | |||
Avaliação das consulta de pré-natal | Ruim | 1 | 0,04** | 1 | 0,02** |
Boa | 1,14 (1,00- 1,31) | 1,14 (1,01 - 1,27) |
*RP Razão de prevalência; **Estatisticamente significante.
DISCUSSÃO
A avaliação da satisfação dos usuários com os serviços de saúde pública é fundamental para analisar se as políticas de saúde estão impactando na comunidade. Na atmosfera da avaliação dos serviços Donabedian 19 elencou três desfechos importantes, sendo eles: estrutura, processo de trabalho e resultados. Nesta concepção, o presente trabalho considerou o desfecho resultados descrito por Donabedian. A satisfação dos usuários com os serviços é um fator a ser avaliado como produto final de toda a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) constituindo uma forma de verificar o alcance das ações planejadas e executadas ao longo do tempo. Ainda, o desfecho satisfação pode ter efeito e impacto nas condições de saúde da população, com isso materializa a conversão de recursos financeiros em bem estar 20,21 culminando na melhora da qualidade de vida.
As consultas odontológicas durante o pré-natal são essenciais para promover educação em saúde para gestantes e seus futuros bebês. A gestação constitui-se em um período da vida que as mulheres se dedicam ao autocuidado e ao mesmo tempo podem ser sensibilizadas e orientadas de como promover saúde da criança durante primeira infância, no que diz respeito: ao início da higienização bucal, primeira consulta ao dentista (devendo ocorrer durante o primeiro ano de vida), tempo de amamentação e conhecimento de fatores que promovem a cárie dentária 22,23 além dos cuidados preventivos para evitar a doença periodontal 24 e a maloclusão 25. Intervenções educacionais podem contribuir para evitar a instalação de doenças, a progressão e até mesmo proporcionar o tratamento e remissão daquelas pré-existentes que acometem a cavidade bucal.
No presente trabalho foi verificado que 50% (151) das mulheres entrevistadas realizaram consulta odontológica durante a gravidez, e destas, 86% (131) expressaram satisfação. Analisando este resultado é possível considerar que foi a alta a taxa de satisfação o que pode estar expressando um serviço odontológico organizado e que atende a maioria das necessidades da população alvo e, sinaliza que podem existir variáveis que potencializem o desfecho em estudo. O fato das mulheres terem consultado com o dentista no referido serviço pode ter sido promovido pela equipe de profissionais que atendem as gestantes na Atenção Primária em Saúde 26, ou seja, quando as mulheres recebem orientação dos componentes da equipe para consultar com o dentista, a probabilidade de ocorrer consulta odontológica aumenta em 40% 3.
Este trabalho demonstrou que aquelas mulheres que consultaram com o dentista durante o período gestacional e avaliaram as consultas de pré-natal como boa, aumentou em 14% [RP 1,14 (IC95% 1,01-1,27)] a probabilidade de expressar satisfação com a consulta odontológica. Esta situação pode ter ocorrido em função do dentista atender as expectativas das gestantes no âmbito das orientações sobre os aspectos de prevenção e manutenção de uma boa saúde bucal, bem como, durante a consulta foi esclarecido como e quando iniciar os primeiros cuidados de saúde bucal com o futuro bebê 27. Ainda, tenha recebido orientações sobre hábitos de dieta/higiene bucal e utilização de fluoretos 28. Também pode ter sido orientada para realizar a primeira consulta odontológica do bebê durante o primeiro ano de vida 22. Por fim, provavelmente foram orientadas sobre a higiene bucal das crianças que representa um dos fatores de risco para o desenvolvimento de cárie dentária na primeira infância 29.
A alta taxa de satisfação encontrada, pode estar principalmente relacionada com a atenção dada pelo dentista aos problemas clínicos, ou seja, os profissionais foram resolutivos sanando os problemas de saúde bucal que já existiam nas mulheres antes de iniciar a gravidez ou até mesmos aqueles que se desenvolveram durante o período gravídico, como por exemplo doenças do periodonto 11 e dor de origem dentária 7.
As Equipes de Saúde Bucal (ESB) inseridas nas Equipes de Saúde da Família-ESF 30-32, podem estar contribuindo para reduzir a ansiedade e esclarecer dúvidas sobre crenças populares que limitam a procura do atendimento odontológico por mulheres durante o período gestacional 2. Ainda, as equipes de trabalhadores (médicos, enfermeiras e técnicos em enfermagem entre outros) das ESF, estão promovendo consultas de pré-natal qualificadas, onde materializam a relação de confiança/vínculo entre profissionais e usuárias, logo, pode ter influenciado na alta taxa de satisfação com as consultas de pré-natal, encontradas no presente estudo.
O presente trabalho apresenta como potencialidades a avaliação da satisfação de mulheres com a consulta odontológica realizada durante o período pré-natal no SUS, sendo fundamental para que os gestores tenham um parâmetro de avaliação, na ótica das usuárias. Além disso, os resultados provem de uma amostra que foi calculada com poder estimado de 80% que serve para assegurar uma alta probabilidade de obter o efeito avaliado, ainda foi previsto perdas e recusas das participantes 33. Como limitações do trabalho verifica-se que não houve avaliação das condições de saúde bucal das participantes e não foram consultados prontuários para verificar se realmente houve a consulta com o dentista e, em caso positivo, que orientações e procedimentos foram realizados 34. Para estudos futuros seria importante acompanhar o binômio mãe/bebê, usuários do SUS, para verificar se a consulta odontológica durante a gestação proporcionará novas consultas durante o primeiro ano de vida para as crianças, no sentido de promover medidas preventivas, evitando a instalação e/ou propagação de doenças na cavidade bucal. Portanto, são necessários novos trabalhos para dar continuidade na avaliação da utilização do atendimento odontológicos prestados no Sistema Único de Saúde que pode ser potencializado através de capacitações para os profissionais, promovidos pela dinâmica da Teleodontologia 35.
Nossos resultados poderiam ser considerados para a elaboração do planejamento estratégico situacional, execução, avaliação das ações e monitoramento das políticas de saúde direcionadas às gestantes ♣