Introdução
No Brasil, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais cresceu rapidamente e em 2050 a população idosa poderá ser equivalente à de 0-14 anos 1. No país, a população tem envelhecido mais nas regiões Sul e Sudeste. No Sul são 15,9 % de idosos e em Santa Catarina, região Sul, são 656 mil idosos 2.
Essa transição demográfica repercute no viver em sociedade, com limitação na mobilidade, desenvolvimento de doenças e agravos crónicos não transmissíveis e surgimento de estados permanentes ou de longo comprometimento à saúde dos cidadãos. Tais situações requerem acompanhamento multiprofissional permanente por serem incuráveis e limitantes, frequentemente associadas às comorbidades, comprometendo a QV e a funcionalidade dos idosos e com grande impacto social 3.
Para evitar comprometimentos e restrições, políticas públicas focalizadas no envelhecimento ativo e saudável e na senescência devem contemplar medidas para favorecer o alcance de idades avançadas com melhor saúde e bem-estar 3. As políticas nacionais de atenção básica, atenção à saúde da pessoa idosa, promoção da saúde e humanização no sus pretendem subsidiar o trabalho multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial promovendo condições de saúde à população que envelhece.
Assim, este estudo avaliou o estado de saúde mental, índice de depressão, humor e a QV de idosos atendidos na Atenção Primária à Saúde (APS) em um município do oeste catarinense.
Metodologia
Estudo transversal quantitativo realizado em município do oeste catarinense, Brasil, com 10 371 habitantes 2, dos quais 1 694 são idosos. A amostra aleatória selecionada por sorteio incluiu 122 pessoas idosas de ambos os sexos, sem déficit de cognição, de diferentes faixas etárias, moradores do município, participantes/não participantes de grupos de convivência de idosos e atendidos pela APS. Todos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. A coleta de dados ocorreu em 2015 nos grupos de convivência, em mais de uma ocasião em cada grupo e cada período de coleta estendeu-se por quatro horas.
Os dados foram gerados com os instrumentos WHOQOL-OLD, WHOQOL-BREE, Escala de Depressão Geriátrica (GDS) e questionário sociodemográfico e clínico. A GDS é complemento no diagnóstico e conhecimento da saúde mental de idosos 4. O WHOQOL-OLD avalia QV de idosos a partir da auto-percepção da QV considerando os últimos quinze dias. O WHOQOL-BREE tem 26 questões e estabelece comparação entre as frequências observadas 5.
A estatística descritiva foi utilizada na análise dos dados. A simetria das distribuições contínuas foi avaliada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Para a análise bivariada entre variáveis qualitativas utilizou-se o teste Qui-quadrado de Pearson. Para as variáveis contínuas aplicou-se o teste t-Student e de Mann Whitney quando a comparação ocorreu entre dois grupos independentes. Para comparação entre três ou mais grupos utilizou-se a análise de variância (one way)-Post Hoc Tukey ou o teste de Kruskall Wallys-Post Hoc Dunn. Utilizou-se o software Statistical Package to Social Sciences for Windows 17.0. Para critérios de decisão adotou-se o nível de significância de 5 %.
O estudo foi aprovado pelo Comité de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidad Nacional de Entre Ríos sob a resolução CD n.o 462/20015.
Resultados e discussão
A idade dos participantes variou de 60-99 anos (média: 70,8 anos), com homens e mulheres igualmente distribuídos e maior concentração nas faixas de 60-69 anos (61,9 %). Naturais de Santa Catarina (83,5 %), casados (39,7 %) e viúvos (38,8 %), com filhos (98,4 %). A maioria (76,9 %) reside com outras pessoas. O ensino fundamental incompleto prevaleceu (85,1 %). A maioria (98,2 %) é aposentada e da agricultura (46,7 %), considera-se religiosa (95,9 %) e recebe algum apoio de familiares (94,3 %), tal como suporte emocional, apoio económico/emocional/ instrumental e económico/emocional. O apoio familiar ao idoso engloba a manutenção e integridade da saúde física e psicológica, melhorando socialização, cuidados, autoestima, sentimento de pertencimento e auxílio no enfrentamento de adversidades e na recuperação da saúde 6.
Atividade física é realizada por 47,5 %, prevalecendo caminhada e hidroginástica. No lazer (86,1 %) predominam passeios, jogos de carta/bocha/bolão, viagens e danças/festas/matinês. Na participação em atividades comunitárias, relatada por 75,4 %, destacam-se grupo de idosos, grupo de liturgia/ igreja/orações/carismáticos e coral. Tal participação indica comprometimento com atividades sociais, fator determinante para a sensação de bem-estar físico e mental 7.
Os participantes fumam (35 %), são ex-fumantes (28,1 %) e 60,7 % consomem bebida alcoólica, dos quais 51,4 % o fazem na frequência de uma vez por semana. Dos idosos, 53,5 % é chefe da família, com renda familiar de até dois salários mínimos (54,4 %). Consideraram-se saudáveis (82,2 %), ainda que 40,2 % tenham problemas de saúde (hipertensão arterial, agravos osteomusculares e relacionados ao sistema nervoso central). Usam medicamentos (43,0 %) principalmente antibióticos/anti-inflamatórios, anti-hipertensivos, hipoglicemiante injetável e antidepressivos.
A avaliação GDS (Tabela 1) indica características depressivas em 61,5 % dos idosos. A mediana (11,5 pontos) determina depressão leve ou moderada. A depressão provoca mudanças de humor e interfere na QV, é comum em idosos, mas não faz parte do curso normal do envelhecimento 8,9.
Depressão interfere na qualidade de vida, gerando maior busca pelos serviços de saúde, baixa adesão ao tratamento, descaso pelo autocuidado e maior propensão ao suicídio 10,11. Em Porto Alegre, estudo indicou prevalência de depressão em 30,6 %, com predomínio de mulheres (63,8 %) 12. Estudo em Portugal apontou sintomas leves a severos de depressão em 73,5 % 13. Idosos com depressão relatam tristeza, melancolia e sensação de abandono, comprometendo a autonomia e agravando as doenças preexistentes 9,14.
O WHOQOL-OLD indicou QV geral ligeiramente superior ao nível médio do instrumento (50,0 %), com escore médio mais elevado nos domínios 'intimidade' e 'participação social', indicando melhor desempenho em relacionamentos íntimos e pessoais, uso do tempo e oportunidade de participar em atividades comunitárias. A menor pontuação média no domínio 'morte e morrer' indica leves preocupações e medos sobre o tema. Estudo feito com idosos portugueses e brasileiros levou os autores a inferir que os idosos brasileiros não estão preocupados com a morte ou com medo de morrer, mas temem sofrer dor antes de morrer, o que se reflete na sua percepção sobre a sua qualidade de vida 15.
Nascer, viver, envelhecer e morrer são ciclos subjetivos, abstratos e pessoais da vida, que sofrem influências temporais e socioculturais manifestadas de maneira própria por indivíduos diferentes, o que torna o envelhecimento uma construção individual. As preocupações manifestadas pelos idosos estão em parte relacionadas com a forma como o processo de morte e morrer ocorrerá, já que a morte se associa a dores físicas e emocionais, bem como ao medo de morrer sozinho 16.
A média do escore geral WHOQOL-BREE apontou satisfação moderada para a QV, com maior pontuação nas relações sociais e menor no domínio 'físico'. As relações sociais são fatores de prevenção para a saúde física e mental no processo de envelhecimento, impactando positivamente na QV 17,18. Idosos sem contato com amigos, vizinhos e familiares podem apresentar sintomas depressivos 19.
A rede social diminui a solidão e idosos que a mantêm ativa garantem a manutenção da saúde, alívio do estresse e evitam a depressão 20. Ansiedade e depressão são agravos psiquiátricos muito comuns em idosos, associados a suporte social negativo ou insuficiente, o que reforça a importância das redes sociais para a redução destes problemas de saúde 21.
Análise inferencial: correlação entre WHOQOL-OLD, wHOQOL-BREF e Escala de Depressão Geriátrica
A Tabela 2 aponta diferenças estatisticamente significativas em todos os domínios do escore geral. No domínio físico, a capacidade funcional está fortemente associada ao grau de depressão. Idosos com limitações no ambiente físico têm cinco vezes mais chances de desenvolver depressão e o meio ambiente favorável influencia na percepção da QV 22. Houve diferença entre as pontuações médias para QV nas três classificações para depressão no escore geral WHOQOL-BREE. A depressão diminui globalmente a avaliação de todos os domínios da QV e há evidências de que idosos com depressão a percebem negativamente 23. No presente estudo, idosos sem depressão ou com depressão leve demonstram percepção melhor da QV no domínio 'físico' em relação àqueles com depressão severa, indicando menor impacto nas atividades de vida cotidiana e no bem-estar.
¥Teste de Kruskal Wallys - Post Hoc Dunn, onde médias seguidas de letras iguais na linha não diferença uma significância de 5%.
Fonte: dados da pesquisa.
No domínio psicológico é reforçada a associação entre QV na velhice e capacidade de transcender limitações e adversidades, estar bem consigo, adaptar-se às mudanças do envelhecimento e à capacidade de interação social. Tem melhor percepção de QV o idoso que percebe que as mudanças do envelhecimento podem ser vivenciadas/superadas de forma positiva 24.
Os grupos sem depressão e com depressão moderada apresentam pontuações médias distintas para QV no domínio 'relações sociais', o que evidencia os benefícios da socialização e do apoio sobre o estado psíquico. No grupo com pontuação GDS sem depressão, a QV em 'relações sociais' mostrou-se significativamente maior que no domínio 'físico'. Naqueles com depressão moderada, a diferença significativa foi comprometida no domínio 'físico' em comparação aos demais. No grupo com depressão severa, a percepção de QV mais elevada ocorreu significativamente nos domínios 'meio ambiente' e 'relações sociais', enquanto foi menor no 'físico'. Os dados reforçam a ideia de que capacidade funcional, estado emocional, interação social, atividade intelectual e autoproteção de saúde têm relação direta com QV e diminuição dos sintomas depressivos, tal como indicado em outro estudo 25.
No WHOQOL-OLD, os resultados no domínio 'funcionamento sensorial' reiteram o impacto das alterações biológicas na autonomia e nas relações sociais. No domínio 'autonomia', os dados indicam o ciclo bilateral de influências entre dependência em atividades cotidianas e depressão. No domínio 'passado-presente-futuro', a percepção de QV é menor naqueles com depressão severa. A relação percebida pelo idoso entre seus feitos e suas projeções futuras é decisiva para a QV 26. O domínio 'participação social' indica que idosos participantes de grupos de convivência têm escores maiores em todas as facetas do WHOQOL-OLD.
A pontuação GDS indica maior comprometimento da QV no domínio 'morte e morrer' para todos os idosos. Escores negativos para QV demonstram que os idosos temem a morte devido à perda dos cônjuges e amigos 27.
No domínio 'intimidade', que avalia a capacidade de manter relações pessoais e íntimas, a pontuação média daqueles sem depressão mostrou-se significativamente maior. Estudo desenvolvido em Uberaba indicou melhor QV neste domínio para aqueles que moravam acompanhados, os quais também apresentaram melhores condições de saúde 28. Já pesquisa com idosos portugueses e brasileiros observou alto escore no domínio 'intimidade' nos idosos brasileiros, o que indica sua importância na percepção de QV 15. Em estudo com idosos residentes em cinco instituições de longa permanência do Distrito Federal, 49 % apresentava depressão de leve a severa, o que estava associado à insatisfação do idoso com a instituição em que reside. Para os autores, ser obrigado a conviver com estranhos pode explicar a insatisfação 14. Estabelecendo relação com o presente estudo pode-se inferir que a associação entre depressão e insatisfação decorre da falta de intimidade, de relações pessoais e íntimas.
Na correlação entre GDS E WHOQOL-BREE (Tabela 3) houve forte associação inversa, pois quando aumentou a intensidade de sintomas depressivos, houve forte tendência à diminuição da QV em todos os domínios. Resultados semelhantes foram obtidos em outros estudos 10,22,24, que demonstraram a mesma tendência de aumento dos sintomas depressivos associados a pior avaliação da QV.
**¥Teste de Kruskal Wallys - Post Hoc Dunn, onde médias segui das de letras iguais na linha não diferença uma significância de 5%.
Fonte: dados da pesquisa.
Não houve associação significativa entre sexo e depressão, embora o sexo masculino predomine no grupo 'sem depressão' e o feminino apresente majoritariamente depressão severa, o que corrobora outro estudo 27. A faixa etária foi significativa no WHOQOL-OLD no domínio 'autonomia', onde a QV foi melhor nos grupos de 66-69 anos e com 70 anos ou mais.
O estado conjugal está significativamente associado à depressão. Casados classificam-se como sem depressão, enquanto divorciados/separados/desquitados e viúvos apresentam depressão moderada. Estar casado influencia favoravelmente o estado de saúde dos idosos 19. O grupo sem depressão se mostrou significativamente associado ao domínio 'morar ou não sozinho'.
No WHOQOL-OLD, melhor QV ocorreu nos grupos de 66-69 anos com convivência marital. No domínio 'intimidade', a pontuação média entre os casados e com convivência marital foi significativamente superior que nos demais estados conjugais. Morar sozinho ou com outros não foi estatisticamente significativo, evidenciando o papel positivo de um parceiro íntimo, mas não de outros vínculos para a QV dessa população e corroborando os achados de outro estudo brasileiro 28. Estudo aponta menor escore de QV na faceta 'intimidade' e maior escore na faceta 'morte e morrer' nos idosos que moravam sozinhos 29.
A prática de alguma religião mostrou-se independente da depressão, enquanto a participação comunitária mostrou associação com depressão. Resultados do domínio 'participação social' do WHOQOL-OLD indicam que idosos com participação comunitária têm melhor percepção de QV positiva. Resultados semelhantes são sugeridos no domínio 'passado-presente-futuro'.
No WHOQOL-BREE, o escore médio para QV mostrou-se significativamente mais elevado nos domínios 'físico', 'meio ambiente' e no escore geral. Idosos com menos patologias apresentam escores melhores no domínio físico do instrumento WHOQOL-BREE 26.
A prática de atividade física se mostrou relevante para a QV no WHOQOL-OLD e no WHOQOL-BREE. O grupo com depressão severa mostrou maior inclinação ao sedentarismo. A atividade física é benéfica para a QV de idosos e sobre seu estado mental, pois ativa mediadores químicos com efeito calmante e relaxante, diminuindo os efeitos nocivos da depressão 3,30.
Nas comparações de QV e renda, a única diferença relevante foi observada no domínio 'autonomia' do WHOQOL-OLD, pois idosos com rendimento de três ou mais salários mínimos apresentaram melhor percepção para QV. Houve associação entre idosos sem depressão e percepção de si como saudáveis. Aqueles que se declararam saudáveis apresentaram escores médios de QV mais elevados que aqueles que se caracterizaram como doentes. No WHOQOL-OLD, diferenças significativas ocorreram nos domínios 'habilidades sensoriais', 'participação social', 'intimidade' e no escore total OLD. No WHOQOL-BREE houve diferenças significativas em todos os domínios e no escore geral. Sintomas depressivos e sua intensidade determinam a avaliação negativa da QV de idosos 23,24. Houve também associação do grupo sem depressão com não percepção de doença e do grupo depressão severa, com percepção de doença. O WHOQOL-OLD apontou melhor percepção para QV no grupo sem problemas de saúde. Doenças crónicas fazem com que idosos declarem ter saúde ruim 24,25,31.
Presente em todos os grupos, o tabagismo não apresentou associação estatística significativa com depressão. Nos instrumentos WHOQOL-OLD e WHOQOL-BREE, não fumantes apresentaram percepção de QV mais elevada. Estudos apontam forte associação entre tabagismo e sintomas depressivos, gerando percepção diminuída de QV 17,18 e relação do tabagismo com menores escores no WHOQOL-BREE 4.
O WHOQOL-OLD indicou melhor percepção sobre QV no domínio 'morte e morrer' dos idosos que consomem habitualmente bebidas alcoólicas. A ingestão de álcool, comum em idosos, é pouco diagnosticada e incide sobre agravos que acometem o idoso gerando comorbidades e complicações clínicas. O WHOQOL-BREE não apontou diferenças estatisticamente consideráveis entre consumo de álcool e QV, diferentemente de estudo 6 que indica relação inversa entre QV e consumo de álcool. O consumo moderado de álcool pelas idosas associou-se negativamente com melhor autoavaliação da saúde. Mulheres idosas são mais propensas aos efeitos do álcool e a processos de vulnerabilidade social, além de enfrentarem mais preconceitos do que idosos do sexo masculino 18.
Considerações finais
A correlação GDS-WHOQOL-BREE evidenciou forte associação entre aumento da intensidade dos sintomas depressivos e diminuição da QV em todos os domínios. O WHOQOL-BREE revelou satisfação moderada dos idosos com sua QV, com maior pontuação no domínio 'relações sociais' e menor no 'físico', onde dor, desconforto, falta de energia e fadiga, falta de sono e repouso prejudicam a mobilidade e o desempenho em atividades cotidianas. No WHOQOL-OLD houve escores médios mais elevados nos domínios 'intimidade' e 'participação social' e menor escore no domínio 'morte e morrer'.
A percepção de melhor QV associa-se a idade, estado civil, autopercepção de 'estar saudável' e ausência de depressão. A relação entre consumo de álcool e melhor avaliação no domínio 'morte e morrer' precisa ser elucidada. O tabaco está relacionado à pior QV em todos os domínios.
O estudo é original por avaliar estado mental e QV de idosos correlacionando múltiplas variáveis independentes. É relevante porque amplia o conhecimento sobre QV de idosos e seu funcionamento psicossocial. Limitações biológicas, perdas cognitivas e afetivas e isolamento maximizam a vulnerabilidade dos idosos para depressão e prejudicam sua QV, comprometendo sua funcionalidade e gerando dependência social.
Os resultados sinalizam a necessidade de diferentes profissionais incluírem idosos em atividades com valor social e oferecerem apoio psicossocial a suas famílias para minimizar complicações clínicas, expandir a QV e fortalecê-los para um maior nível possível de autonomia. Na formação em saúde é preciso tratar a saúde do idoso como central nas práticas em saúde. Na atenção primária, os resultados reforçam a necessidade de outras estratégias de cuidado que ultrapassem a medicalização.
Acredita-se que um estudo desta natureza ofereça subsídios para a atenção em saúde, e especialmente ao cuidado de enfermagem, aos idosos do município, além de possibilitar avaliação da assistência de saúde como um todo.