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Revista Colombiana de Psicología
Print version ISSN 0121-5469
Rev. colomb. psicol. vol.24 no.2 Bogotá July/Dec. 2015
https://doi.org/10.15446/rcp.v24n2.44416
doi: http://dx.doi.org/10.15446/rcp.v24n2.44416
Estratégias Utilizadas pelos Trabalhadores para Enfrentar o Desemprego
Estrategias de Afrontamiento Utilizadas por Trabajadores para Enfrentar el Desempleo
Coping Strategies Used by Workers Facing Unemployment
PEDRO F. BENDASSOLLI
FELLIPE COELHO-LIMA
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil
MARY SANDRA CARLOTTO
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil
FLORA SANTOS NÜSSLE
ILA MARIA FERREIRA
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil
Excepto que se establezca de otra forma, el contenido de esta revista cuenta con una licencia Creative Commons "reconocimiento, no comercial y sin obras derivadas" Colombia 2.5, que puede consultarse en: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.5/co
Como citar o artigo: Bendassolli, P. F., Coelho-Lima, F., Carlotto, M. S., Santos Nüssle, F., & Ferreira, I. M. (2015). Estratégias utilizadas pelos trabalhadores para enfrentar o desemprego. Revista Colombiana de Psicología, 24(2), 347-362. doi: 10.15446/rcp.v24n2.44416.
A correspondência relacionada com este artigo deve estar dirigida a Pedro F. Bendassolli, e-mail: pbendassolli@gmail.com. Rua Vicente Mesquita, 885, Apto. 501. 59063-650 - Natal - rN, Brasil.
ARTIGO DE PESQUISA CIENTÍFICA
RECEBIDO: 13 DE JULHO DE 2014 - ACEITO: 6 DE JUNHO DE 2015
Resumo
Este estudo tem como objetivo identificar as estratégias utilizadas pelos trabalhadores para enfrentar a situação de desemprego. Investigaram-se estratégias objetivas de sobrevivência e de reinserção profissional, e subjetivas, relacionadas com o enfrentamento da situação (coping). Participaram 400 trabalhadores desempregados que iam ao Sistema Nacional de Emprego (SINE) de uma cidade do nordeste do Brasil. Aplicou-se um questionário estruturado com perguntas sobre estratégias objetivas e uma escala de enfrentamento. Os dados foram analisados por meio de uma análise fatorial confirmatória. As estratégias de sobrevivência e de reinserção profissional estão baseadas na ativação das redes de amigos e de familiares. Os fatores de enfrentamento predominantes foram a religiosidade e o planejamento. Níveis educativos menores foram preditores de uma maior utilização de estratégias religiosas. Os resultados contribuem para melhorar a compreensão do fenômeno do desemprego no nordeste do Brasil.
Palavras-chave: desemprego, enfrentamento, reinserção profissional.
Resumen
Este estudio se propuso identificar las estrategias utilizadas por los trabajadores para afrontar la situación de desempleo. Se investigaron estrategias objetivas de supervivencia y reinserción profesional, y subjetivas, relacionadas con el afrontamiento de la situación (coping). Participaron 400 trabajadores desempleados que acudían al Sistema Nacional de Empleo (SINE) de una ciudad del noreste de Brasil. Se aplicó un cuestionario estructurado con preguntas sobre estrategias objetivas y una escala de afrontamiento. Los datos se analizaron por medio de un análisis factorial confirmatorio. Las estrategias de supervivencia y reinserción profesional están basadas en la activación de las redes de amigos y familiares. Los factores de afrontamiento predominantes fueron la religiosidad y la planificación. Niveles educativos menores fueron predictores de una mayor utilización de estrategias religiosas. Los resultados contribuyen a mejorar la comprensión del fenómeno del desempleo en el noreste de Brasil.
Palabras clave: desempleo, afrontamiento, reinserción profesional.
Abstract
This study aimed to identify the strategies used by workers facing the unemployment situation. The study focused on the objective strategies of survival and professional reintegration and on the subjective strategies related to coping. A total of 400 unemployed workers who came to the National Employment System (SINE) from a northeastern city in Brazil participated. A structured questionnaire with questions about objective strategies and a coping scale was applied. The data were analyzed using confirmatory factor analysis. Strategies of survival and professional reintegration are based on the activation of networks of friends and family members, and the main coping factors are religiosity and planning. Lower educational levels are predictors of greater use of religious strategies. The results contribute to improving the understanding of the phenomenon of unemployment in northeastern Brazil.
Keywords: unemployment, coping, professional reintegration.
O desemprego pode ser definido como a situação na qual o trabalhador tem a sua força de trabalho disponível, embora, por falta de postos de trabalho, ela não seja utilizada (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos [dieese], 1984). De um lado, o foco dessa definição recai sobre a presença do desejo/ disposição em trabalhar e, de outro, a ausência de postos de trabalho. Ainda de acordo com o Dieese, o fato de uma pessoa estar atuando no setor informal (sem vínculos empregatícios) não a exclui do grupo de desempregados, mas a coloca em uma situação de desemprego oculto.
Na história do desenvolvimento do capitalismo, o desemprego é um fenômeno recorrente (Harvey, 2010; Marx, 1867/2013; Mészáros, 2011). Ao mesmo tempo em que, para a maioria dos trabalhadores, sua única forma de sobrevivência é a venda de sua força de trabalho, para o empregador, seu pagamento (o salário) é entendido como custo. Portanto, enquanto os primeiros buscam maximizar seus direitos e lutar por uma distribuição justa do seu trabalho, os segundos querem reduzir seus custos e incrementar o lucro (Marx, 1867/2013). Se acrescentarmos a esse antagonismo aspectos demográficos, sazonalidades (crises econômicas), inovações tecnológicas, políticas de Estado e formação/qualificação, teremos um conjunto de variáveis para explicar os índices de desemprego.
No plano histórico, a utilização da força de trabalho pelo sistema produtivo varia expressivamente. Ora se observam índices próximos ao pleno emprego, como na Europa do Welfare State (Behring & Boschetti, 2012), ora com qua-se um terço da população desempregada, como ocorre na Espanha atualmente (Arnal, Finkel, & Parra, 2013). Seja como for, após a reestruturação produtiva da década de 1980, muitos países passaram a conviver com níveis crônicos de desemprego (Harvey, 2010).
Com relação às políticas adotadas pelo Estado brasileiro para o combate e amenização dos efeitos do desemprego, seu crescimento e diversificação se deu, sobretudo, a partir da década de 1990 com o fortalecimento do Fundo de Amparo ao Trabalhador (fat; Cardoso, 2006). Tais políticas voltam-se tanto para o objetivo de amenizar os efeitos do desemprego (como o seguro-desemprego e de qualificação profissional) quanto para o combate direto ao desemprego (programas de intermediação de força de trabalho, incentivo à economia solidária, microempréstimos, entre outras; Pochmann, 2006; Ramos, 1997).
No contexto da psicologia, diversos estudos vêm demostrando os efeitos deletérios da situação de desemprego. Por exemplo, essa condição pode levar a quadros depressivos, frustração, baixa autoestima, tentativas de suicídio e prejuízos à saúde mental (e.g., Classen & Dunn, 2012; Furnham, 2013; Kahn, 2013; Lima & Gomes, 2010; Schmitz, 2011). Outros estudos também documentam impactos socioeconômicos, tais como a redução da renda familiar, do prestígio social, o enfraquecimento da rede de amizades e o estigma imputado por pares e sociedade em geral (e.g., Andersen, 2014; Buendía, 2010; Guimarães, Demazière, & Sugita, 2009; Góngora, 2011; Tumulo, 2002). Dessa forma, os trabalhadores recorrem a estratégias objetivas e subjetivas para lidar com o desemprego.
Estratégias objetivas incluem o apoio financeiro da família e a realização de trabalhos esporádicos, havendo casos de autoemprego — criação de negócios familiares ou ingresso em trabalhos autônomos (e.g., Couyoumdjian & Larroulet, 2009; Gluzmann, Jaume, & Gasparini, 2012; Sala, 2011; Tumulo, 2002). Também incluem a ativação de rede de contatos pessoais (familiares, amigos ou colegas de trabalhos passados), uso de anúncios de jornais e sites, prospecção direta nas empresas, além do acesso aos serviços de agências públicas e privadas de emprego (Guimarães, 2009a, 2009b; Uribe, Viáfara, & Oviedo, 2009; Viáfara & Uribe, 2009).
Quanto às estratégias subjetivas, merece destaque a linha de estudos que investiga as questões de enfrentamento ou coping. Em termos gerais, o coping consiste na utilização de estratégias cognitivas, afetivas e comportamentais voltadas ao manejo das situações estressoras (Folkman & Lazarus, 1980). Por meio dele, o sujeito busca controlar, superar, suportar ou reduzir as demandas internas ou externas percebidas como extrapolando seus recursos individuais para lidar com os respectivos estressores (Carver & Connor-Smith, 2010).
Tomando especificamente o modelo proposto por Folkman e Lazarus (1980), o qual fundamenta a investigação sobre o enfrentamento subjetivo do desemprego apresentado neste artigo, tem-se que o coping é dividido em duas categorias funcionais: o coping focalizado no problema e o coping focalizado na emoção. As estratégias voltadas ao problema têm seu foco na modificação do que está na gênese da tensão. Já as estratégias com foco na emoção possuem o objetivo de regular o estado emocional associado com o estresse, na tentativa de reduzir as sensações desagradáveis associadas (Carver & Vargas, 2011; Folkman & Lazarus, 1980; Lazarus & Folkman, 1984). Estudos têm relacionado o desemprego com problemas de saúde, que variam conforme determinados aspectos socio-demográficos e estilos específicos de coping. O perfil de risco identificado inclui trabalhadores mais jovens, do sexo masculino, com menor escolaridade, maior tempo de desemprego e com menor uso de estratégias focadas no problema (e.g., Chen et al. 2012; Grossi, 1999; McKee-Ryan, Song, Wanberg, & Kinicki, 2005; Silva, 2012).
Considerando que o desemprego consiste de um evento potencialmente estressor, estudar as estratégias de enfrentamento utilizadas pelas pessoas nessa situação pode contribuir para o desenho de intervenções voltadas para esse público. Na literatura, estudos como os de Azevedo et al. (1998), Hirata e Humphrey (1989), e Guimarães (2012) tratam de algumas estratégias objetivas de enfrentamento, como a busca de emprego e de sobrevivência durante o desemprego. Porém, o que dizer sobre as estratégias subjetivas, isto é, o coping? Este artigo visa contribuir nessa direção ao assumir a necessidade de integrar e concatenar a análise de estratégias objetivas e subjetivas na situação de desemprego.
Adicionalmente, ao propor o estudo das estratégias de enfrentamento ao desemprego na região nordeste do Brasil, o artigo também visa contribuir para a ampliação de investigações da psicologia especificamente nessa região, pois, como apontam Coelho-Lima, Costa e Bendassolli (2013), enquanto 58,6% dos trabalhos em psicologia sobre desemprego eram produzidos com a população do sudeste, somente 6,9% situavam-se no nordeste. Assim, parece necessária a ampliação de estudos nessa região, considerando as especificidades do seu contexto econômico e laboral. Historicamente, o nordeste é marcado pelo emprego agrícola e escassa participação da indústria, proliferação de trabalhos precários e com baixos rendimentos (Oliveira, 2003), com mudanças observadas apenas recentemente, com o crescimento do desenvolvimento urbano-industrial e a ampliação dos empregos assalariados (Carvalho, 2008).
Do ponto de vista da incidência do desemprego, com base na Pesquisa Mensal de Emprego de novembro de 2013 (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas [ibge], 2013), enquanto as regiões metropolitanas do nordeste possuíam taxas acima de 6% (Recife, 6,5%; Salvador, 8,2%; Natal, 11%), as do sudeste não chegavam a 5% (Rio de Janeiro, 3,8%; São Paulo, 4,7% e Belo Horizonte, 3,9%). Até mesmo a média nacional era mais baixa (de 4,6%). Dados mais recentes confirmam essa mesma situação (ver Figura 1). Portanto, este artigo tem o objetivo de contribuir para um melhor entendimento de questões relativas ao desemprego nessa realidade regional específica.
Nossa proposta é descrever o processo de enfrentamento do desemprego por trabalhadores, compreendido em suas dimensões objetiva (estratégias de sobrevivência e de reinserção) e subjetiva (coping) —configura-se como uma pesquisa exploratória, sem, portanto, assumir hipóteses a priori. Como objetivo específico, pretendemos apresentar e discutir evidências de validade do instrumento sobre coping desenvolvido por Carver, Sheier e Weintraub (1989), previamente adaptado para a realidade brasileira, embora não com desempregados (Mazon, Carlotto, & Câmara, 2008). As implicações dos achados desta pesquisa podem fornecer subsídios para qualificação das ações adotadas pelo Estado e diversas entidades preocupadas com a questão do desemprego.
Método
Participantes
Participaram desta pesquisa 400 trabalhadores desempregados que acessavam as unidades do Sistema Nacional de Emprego (Sine) na cidade de Natal, no Estado do Rio Grande do Norte/Brasil, entre o final de 2013 e início de 2014. Trata-se, portanto, de uma amostragem não probabilística, estabelecida por conveniência (Gray, 2012). O critério central de inclusão era de que, no momento da pesquisa, os participantes estivessem desempregados, conforme critério do dieese (1984). Embora o número não tenha sido estabelecido a priori, buscamos garantir um mínimo necessário de casos para a realização das análises aqui propostas (Field, 2009; Hair, Black, Babin, Anderson, & Tatham, 2009).
Observa-se que, do total de participantes, 54,1% eram jovens (15 a 29 anos), 45,8% adultos (30 a 59 anos) e 0,3% idosos (acima de 60 anos). Houve presença quase equânime entre pessoas do sexo masculino (50,8%) e feminino. O nível de escolaridade concentrou-se entre o ensino superior incompleto (51,3%) e médio completo (13,5%), seguido de ensino superior completo (9,8%), com pós-graduação (9,0%), ensino fundamental completo (9,3%), ensino médio incompleto (6,5), e ensino fundamental incompleto (0,3) -somados a dois casos omissos (0,6%). O nível de renda variou de "nenhuma renda" até dois salários-mínimos (83,3%; à época, o salário-mínimo era de aproximadamente, $240,00 dólares americanos), havendo nove casos (2,3%) de pessoas com renda superior a cinco salários. A média de tempo na situação de desemprego era de 1,69 meses (dp=1,0) -faixa de tempo que concentrava, na época da pesquisa, maior parcela dos trabalhadores desempregado nacionalmente (53,9%) e no nordeste (38,8%; IBGE, 2013)-, e 85% deles estiveram entre um e dois empregos nos últimos dois anos.
Instrumento
A coleta de dados foi subsidiada por um questionário com aplicação assistida e dividido em três partes, que combinava questões descritivas e itens padronizados. As três partes são descritas a seguir.
Questões sociodemográficas. Gênero, idade, escolaridade, renda pessoal, quantidade de empregos nos últimos dois anos e tempo na situação de desemprego.
Estratégias objetivas de sobrevivência e reinserção. As questões dessa parte foram construídas com base nas pesquisas de Guimarães (2009a; 2012), Guimarães et al. (2009) e Hirata e Humphrey (1989). No primeiro caso (estratégias de sobrevivência), foram elaborados 17 itens para que o participante listasse quais estratégias tinha utilizado, no ano corrente (quando da coleta), para manter a própria sobrevivência (múltipla escolha). No segundo caso (estratégias de reinserção), foram também elaborados 17 itens de estratégias: o participante tinha de destacar as mais frequentemente utilizadas baseando-se em sua experiência recente (múltipla escolha). Por fim, uma única pergunta aberta questionava o participante sobre qual estratégia o levou a obter seu último emprego (resposta aberta, mas só se aceitava uma única opção).
Cope Inventory — Inventário para Avaliação das Estratégias de Coping (Carver et al., 1989). Foi utilizada especificamente a versão adaptada/validada para o português brasileiro por Mazon et al. (2008). Na sua totalidade, a escala possui 60 itens distribuídos em 15 subescalas/fatores: o coping ativo, o planejamento, a supressão de atividades concomitantes, o coping moderado, a busca de suporte social por razões instrumentais, a busca de suporte social por razões emocionais, a reinterpretação positiva, a aceitação, o retorno para a religiosidade, o foco na expressão das emoções, a negação, o comportamento descomprometido, o desengajamento mental, o humor e o uso de substâncias. Na escala original, a consistência interna variou de .62
a .92 nos 15 fatores, ao passo que no estudo de adaptação brasileiro ela variou de .60 a .86. No presente estudo, optou-se pela utilização de apenas oito subescalas, divididas em dois blocos, o que totalizou 32 itens: (a) estratégias focadas no problema (planejamento, supressão de atividades concomitantes, busca de suporte social por razões instrumentais e reinterpretação positiva); (b) estratégias focadas na emoção (aceitação, negação, comportamento descomprometido e religiosidade). Esse recorte toma como base a literatura sobre formas mais comumente utilizadas pelo trabalhador para lidar com a situação de desemprego (e.g., Chambers, 2012; Perttilä, 2011). O sistema de pontuação varia de 1 a 4, sendo o 1 para não costumo fazer isso nunca, o 2 para costumo fazer isso um pouco, o 3 para costumo fazer isso moderadamente e o 4 para costumo fazer isso muito.
Procedimentos de Coleta de Dados
Os instrumentos foram aplicados no âmbito de um projeto mais amplo firmado com a Secretaria de Estado do Trabalho do governo do Rio Grande do Norte (RN). Tal projeto tinha como objetivo diagnosticar a situação do trabalhador desempregado no Estado. Graças a essa parceria, foram eleitos como lócus de aplicação as unidades do Sine (estadual). O Sine, concebido pelo Ministério do Trabalho brasileiro, tem como objetivo a intermediação de mão de obra, no que se assemelha a uma agência pública de emprego, bem como desenvolver ações no âmbito do programa do seguro desemprego e da geração de emprego e renda. Os pesquisadores compareceram a quatro unidades do Sine da cidade de Natal/RN e aplicaram o questionário presencialmente com os trabalhadores desempregados que esperavam atendimento.
O procedimento de aplicação seguia três passos: apresentação do pesquisador e do objetivo da pesquisa; esclarecimento de dúvidas e colocação das questões éticas envolvidas do estudo, como preservação do anonimato e tratamento científico das informações; aplicação propriamente dita — que levou entre 30 e 60 minutos. Nos casos dos trabalhadores com baixa escolaridade, como estratégia de aplicação, utilizaram-se cartões com tonalidades e cores distintas que indicavam a intensidade das res-postas. Os pesquisadores se responsabilizaram por resguardar todos os cuidados éticos, conforme Resolução 196/1996 do Conselho Nacional de Saúde (CSN). Além disso, antes da aplicação dos questionários, realizou-se a leitura (e posterior assinatura) do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Procedimentos de Análise de Dados
O banco de dados foi inicialmente sub-metido a uma análise exploratória para identificação de respostas ausentes e perfil da distribuição. Observou-se que havia, aproximadamente, 4% de casos omissos, mas sem evidências de sistematicidade (Hair et al., 2009). Por esse motivo, foram substituídos pela média. A distribuição tendeu a uma assimetria negativa, de tipo predominantemente platicúrtica. Não se identificou sinais de multicolinearidade nos dados. Porém, o coeficiente de Mardia indicou violação ao pressuposto da normalidade multivariada no que diz respeito às variáveis do instrumento de coping, objeto da análise fatorial a ser empreendida (Mardia=1067.30, p<.05; Mardia, 1970).
Já os dados referentes ao instrumento não padronizado (estratégias objetivas) foram sub-metidos a uma análise descritiva. Por sua vez, os dados provenientes do instrumento padronizado (coping) foram submetidos a uma análise fatorial exploratória. Devido à violação na normalidade multivariada, optamos por um método robusto de análise a partir da matriz de correlações policóricas (Muthén & Kaplan, 1985). Adotamos como método de extração o Minimum Rank Factor Analysis (MRFA; Shapiro & ten Berge, 2002), o qual minimiza a variância comum residual, o que favorece a interpretação da variância comum explicada pelos fatores. Utilizado sobre uma matriz policórica, esse método de extração tem apresentado bons resultados quando comparado a outros métodos de extração em situação de distribuições não normais (e.g., Baglin, 2014).
Como critério para a retenção dos fatores foi utilizada a análise paralela de Horn (1965), operacionalizada pelo programa estatístico FACTOR 9.2 (Lorenzo-Seva & Ferrando, 2006). O índice de ajuste para a análise de Horn foi o Common Part Accounted For (CAF), também indicado para o tipo de distribuição em tela. A rotação escolhida foi a ortogonal (Normalized Varimax), pois não temos evidências teóricas prévias sobre a correlação entre os fatores no caso de população de desempregados, e também porque essa rotação apresentou uma solução mais interpretável do que as geradas a partir de rotações oblíquas testadas. Foram mantidos apenas os pesos fatoriais maiores que |.50|. Também foram realizadas comparações entre as médias dos fatores e as variáveis descritivas utilizadas neste estudo, especificamente ANOVA fatorial, com teste post-hoc de Tukey.
Resultados
Estratégias de Sobrevivência e de Reinserção
De acordo com a Tabela 1, observamos que apenas uma política social (o seguro-desemprego) é citada pelos trabalhadores, e ainda assim atrás de três outras. As estratégias que se relacionam com a rede familiar ou social de apoio despontam como as mais presentes na garantia da sobrevivência desses trabalhadores ao representarem, somadas, 45% das respostas. Também é relevante considerar o papel do trabalho informal na manutenção desses trabalhadores como a segunda estratégia isolada mais utilizada. Outras estratégias, menos citadas (os 20% restantes), incluem ajuda proveniente de comunidades religiosas (igrejas), de amigos, vizinhos, de empréstimos bancários, de organizações não governamentais e do auxílio financeiro do governo. Pelo fato de serem minoritárias, não são discutidas neste artigo.
Padrão similar de buscar nas redes pessoais o apoio à sobrevivência também é verificado no processo de procura pela reinserção, conforme apresenta a Tabela 2. Ainda que se note uma diversificação de estratégias, a indicação por um familiar ou colega parece ser a mais efetiva para os desempregados aqui estudados (65,5% das respostas).
Estratégias Coping
Os dados da escala de coping mostraram-se satisfatoriamente fatoráveis (KMO=.76, χ2 (435)=2260.6,p<.001; determinante da matriz=.002) e a análise de Horn indicou a retenção de cinco fatores. A variância total explicada pela estrutura empírica selecionada é de 59,86%, levando à retenção de 21 dos 32 itens originais. Os pesos fatoriais são moderados: os mais elevados foram de |.87| e |.83|, e os demais variaram entre |.54| e |.75| (Tabela 3).
Denominaremos o fator 1 de Descompromisso Resignado. Ele agrega dois fatores originalmente separados na escala de Carver et al. (1989): o fator comportamento descompromissado, que consiste no abandono das tentativas para atingir metas nas quais o estressor interfira; o fator aceitação, que corresponde, em um primeiro momento, à percepção do estressor como real e, em um segundo, à aceitação do estressor como um fenômeno natural. Basicamente, esse fator refere-se à percepção do sujeito de que o desemprego aconteceu e não há nada a fazer, o que o leva a desistir de tentar superar a situação. Possui a menor média (M=1.71, DP=0.53), embora explique quase 20% da variância dos dados.
O fator 2, Religiosidade, trata da tendência de a pessoa voltar-se para a religião como forma de lidar com a situação de estresse ou de tensão provocada pelo desemprego. Considerando as cargas fatoriais, o item que melhor representa esse fator é o 09 ("Peço a ajuda de Deus"), seguido do item 04 ("Ponho minha fé em Deus"). Esses dois itens refletem a crença em Deus como elemento aparentemente central na religiosidade —o que pode independer de uma ou outra religião em particular, embora não tenhamos feito essa distinção neste estudo. Trata-se do item com a maior média (M=3.32, DP=0.65).
O fator 3 também deriva da junção de dois fatores separados no modelo original: reinterpretação positiva, que consiste em reinterpretar uma situação negativa ou tensa em termos positivos, e o fator planejamento, que representa a atividade de pensar sobre alternativas para lidar com um estressor por meio de estratégias de ação. Portanto, denominaremos esse fator de Reinterpretação e Planejamento. Seus itens lidam, essencialmente, com o fato de o sujeito perceber o lado positivo da experiência do desemprego (reinterpretação positiva) e buscar aprender algo com ela por meio do planejamento de ações concretas para sua superação. Possui a segunda maior média (M=2.72, DP=0.44).
Os fatores 4 e 5 mantêm a mesma composição prevista no modelo original. O fator 4 refere-se à busca por suporte social com objetivo instrumental, ou seja, a busca por apoio moral, compaixão ou entendimento; o fator 5, embora tenha mantido apenas dois dos quatro itens inicialmente previstos, refere-se às atitudes de negação da situação estressora, no sentido de recusa em acreditar na existência do estressor ou agir como se esse não fosse real. Ambos têm médias moderadas (M=2.27, DP=0.50; e M=2.02, DP=0.88, respectivamente).
Comparando a média fatorial com as variáveis sociodemográficas, temos que o fator 1, Descompromisso Resignado, apresentou médias significativamente mais elevadas (F(5,391)=2.80, p=.01) para participantes com ensino fundamental incompleto (em relação a ensino superior completo); ensino médio incompleto (em relação tanto a ensino superior incompleto como a ensino completo) e ensino superior incompleto (em relação a participantes com pós-graduação). O mesmo efeito ocorre com respeito ao fator 2, Religiosidade, no qual se observam médias significativamente mais elevadas (F(5,391)=6.61, p=.001) das pessoas com menor es colaridade (ensino fundamental completo) em relação a grupos de escolaridade superior (tanto completo como incompleto). Situação idêntica à do fator 2 também ocorre com o fator 5, Negação (F(5,391)=3.72, p=.003). Quer dizer, esses resultados mostram que os grupos de participantes com menor escolaridade tenderam a diferenciar-se dos grupos com escolaridade superior (universitária) nessas três comparações (identificado pelo teste de Tukey).
Por fim, dividindo a amostra em dois grupos, um com pessoas de 30 a 59 anos e outro com pessoas 15 a 29 anos, observou-se que o primeiro atribuiu valores ligeiramente mais altos para religiosidade do que o segundo grupo (t(398)=2.93, p=.00). Gênero e tempo de desemprego não apresentaram relações significativas com os fatores, o que contraria achados prévios da literatura (e.g., Chen et al., 2012; Grossi, 1999; McKee-Ryan et al., 2005; Silva, 2012).
Discussão
A discussão é organizada em dois blocos: primeiro, sobre as estratégias objetivas de sobrevivência e reinserção profissional; segundo, sobre as estratégias subjetivas (coping). No que diz respeito às estratégias objetivas, a predominância de estratégias em redes pessoais de contato (familiares e amigos), tanto para a manutenção da sobrevivência do trabalhador desempregado como para a busca de reinserção laboral, corrobora estudos anteriores realizados no Brasil, como os de Guimarães (2009a; 2009b; 2012), Guimarães et al. (2009) e Hirata e Humphrey (1989). Aparentemente, esse é um fenômeno que encontra suas raízes no desenvolvimento histórico-social brasileiro e não está atrelado, exclusivamente, a determinantes regionais — diferentemente do que sugerimos na introdução deste artigo.
A constatação de que o recurso à indicação de amigos e familiares para obtenção de emprego é o mais utilizado, e com melhor retorno, pode ser interpretada de três formas não excludentes. Primeira, pode refletir uma tendência observada em países que não construíram um aparato de políticas sociais satisfatórias para o amparo dos sujeitos sem renda momentânea, o que os levam a recorrer à solidariedade dos pares para a sua sobrevivência. Segunda, reflete o mercado de trabalho de onde provêm os participantes desta pesquisa, fortemente marcado pela presença de microempresas e empresas familiares. Com isso, a contratação de pessoal pode ser menos estruturada, o que faz com que tais empresas adotem métodos mais informais de seleção (indicação pessoal). Terceira, reflete um traço da cultura brasileira e sua característica de valorizar o personalismo e o coletivismo (e.g., Hofstede, 2001).
Vale destacar que, não obstante os participantes fazerem uso, com relativa frequência, dos dispositivos públicos voltados à intermediação de mão de obra (11% vão ao Sine, e 8,5%, ao Centro Público de Emprego), tais dispositivos parecem não oferecer resultados satisfatórios, já que apenas 4,5% dos participantes declararam ter obtido algum emprego por esse método (4% por meio do Sine, e 0,5% pelo Centro Público de Emprego). Mesmo que esses resultados devam ser relativizados (por exemplo, este não é um estudo longitudinal sobre o acesso aos pos-tos de trabalho), eles apontam para a necessidade de se repensar as políticas de intermediação de mão de obra. Esse cenário replica achados de outras pesquisas (e.g., Guimarães, 2009a; 2009b; 2012), o que corrobora a constatação de que, historicamente, o Estado brasileiro tem participado de forma diminuta nessa questão e que é necessário um redirecionamento das ações das políticas de trabalho para uma atuação efetiva na garantia da democratização do acesso aos postos de trabalho.
A diversificação de estratégias é outra característica revelada pelos dados. E, dentre estas, a relação com a informalidade, a segunda estratégia mais destacada nesta pesquisa. De fato, como já analisado por Pochmann (2009), há uma aproximação entre ambos os fenômenos, principalmente nas parcelas com menos chances de acessar os postos de trabalhos oferecidos, seja devido à qualificação, seja à restrição no número de vagas. Embora muitos consigam voltar à formalidade, a permanência na informalidade tem sido uma tendência (Cacciamali, 2000). Inclusive, esse aspecto pode contribuir, na atualidade, para mascarar os índices oficiais de desemprego, embora, como destacado na introdução, o Die-ese (1984) considere como "desemprego oculto" o fato de as pessoas atuarem em atividades informais.
No que diz respeito às estratégias subjetivas de enfrentamento (coping), vamos destacar dois grandes aspectos: um de forma (características psicométricas da escala), outro de conteúdo (os escores obtidos e sua significação para a compreensão do problema do desemprego por parte dos sujeitos).
A redução do número de fatores (dos oito previstos no modelo original para cinco) pode ter acontecido em função de alguns aspectos: (a) itens dos fatores de comportamento descompromissado e aceitação (integrados no fator 1) referirem-se a um mesmo tipo de atitude perante o desemprego (pode não haver validade discriminante entre ambos), o que se observa também com reinterpretação positiva e planejamento (integrados no fator 3); (b) a existência de redundâncias/sobreposições semânticas entre os itens da escala original; (c) a tendência dos participantes em conceber um número menor de estratégias de coping ou então de não diferenciarem as estratégias entre si com o mesmo nível de sutileza que no estudo original que deu origem à escala aqui utilizada (Carver et al., 1989).
Apenas um fator do modelo original foi completamente excluído da estrutura empírica mostrada na Tabela 3: supressão de atividades concomitantes, que se caracteriza pela supressão de atividades que distraiam o sujeito do foco representado pelo estressor. Talvez se deva considerar que essa dimensão não é uma estratégia considerada pertinente na situação de desemprego. Em suma, a despeito da não identificação exata dos oito fatores originais, os achados confirmam a abrangência dos constructos da escala de coping, apenas sugerem dimensões potencialmente mais pertinentes para o trabalhador desempregado. Mesmo no caso dos itens que carregaram em fatores não previstos inicialmente, verifica-se a preservação da lógica que separa estratégias focadas no problema (fator 1) e estratégias focadas na emoção (fator 3).
Quanto à discussão de conteúdo, vamos nos ater a três achados principais e suas implicações para a prática do psicólogo que atua nesse assunto. O primeiro refere-se à importância da religiosidade como estratégia de enfrentamento. De acordo com Faria e Seidl (2005), a religiosidade pode desempenhar tanto um papel que garante um conforto subjetivo ao sujeito ao ajudá-lo a ponderar melhor a situação e vislumbrar as alternativas concretas, como também pode levá-lo a uma postura fatalista da situação e reduzir sua capacidade de ação.
Se observarmos a correlação de religiosidade com os outros fatores, talvez fique mais claro o papel da religião. Nota-se, por exemplo, que o fator religiosidade está correlacionado, de modo fraco, mas significativo, com o fator 3 (Reinterpretação e Planejamento; r=.18, p<.01), fator 4 (r=.17, p<.01) e com o fator 5 (r=.14, p<.01). Com isso, e embora não se tenha um sentido de causalidade, pode-se dizer que a religiosidade tanto pode permear a reinterpretação positiva do desemprego (fator 3) quanto, paradoxalmente, levar a atitudes de negação (fator 5). Também merece destaque que trabalhadores mais velhos (entre 30-59 anos) e menos escolarizados (ensino fundamental e médio) tenderam a atribuir uma importância maior às estratégias religiosas do que os mais jovens e escolarizados. Apreciadas em conjunto, predominam, entre as estratégias contidas na Tabela 3, as de natureza aproximativa, em detrimento das evitativas. Isso é um sinal de que talvez os participantes não se deixem levar pelo lado potencialmente mais "desmobilizador" da religião.
O segundo achado a comentar refere-se à maior média atribuída por pessoas com menos escolaridade aos fatores Descompromisso Resignado e Negação. Ainda que as diferenças sejam sutis e possam estar associadas com as características da distribuição das variáveis (assimetria), elas merecem ser ponderadas. Primeiro, pois, contextualmente, pessoas com menor qualificação tendem a ter chances mais restritas de inserção no mercado de trabalho. Segundo, pois, afora o auxílio da rede familiar e de amigos, trabalhadores com menos recursos internos (competências) podem se sentir menos autoeficazes (talvez reflexo da frustração gerada pela ausência de vagas compatíveis com suas características profissionais), o que explicaria uma possível resignação de sua parte. Isso teria implicações importantes para os psicólogos e outros profissionais que atuam junto a esse público —seja no sentido de se desenvolverem espaços de acolhimento (revertendo, por exemplo, posturas fatalistas ou então o estigma negativo associado com desemprego [Guimarães et al., 2009]), seja no fortalecimento de outras estratégias de ação (por exemplo, reorientação profissional e acesso a outras políticas sociais menos conhecidas).
Um último achado consiste da utilização de estratégias de enfrentamento baseadas na busca de suporte instrumental (fator 4). Cotejando esse fator com as estratégias apontadas na Tabela 2, em particular a ajuda de amigos e familiares, emerge a importância das redes e da solidariedade primária no caso de desemprego, embora essa forma de solidariedade não deva ser vista como um paliativo à assistência oferecida pelas instituições e políticas públicas.
A última constatação traz como implicação o desafio de lutar pela ampliação e profissionalização (eficácia) dos dispositivos públicos. Por exemplo, o que explica a baixa efetividade desses serviços, a julgar pelos resultados aqui encontrados? Uma ponderação sobre a relação desses serviços com as rotinas de seleção das empresas pode contribuir. Por exemplo, alguns estudos, como de Ramos e Freitas (1998), Nunes (2003) e Souza (2008), vêm apresentando indícios de que o sistema público de emprego tem sido melhor avaliado e mais utilizado pelas empresas de micro ou pequeno porte, enquanto as de médio e grande porte (com maior capacidade de absorção), ao mesmo tempo em que declaram certa insatisfação com os candidatos encaminhados por esse sistema, também costumam utilizar o recrutamento a partir de consultorias privadas. Portanto, a intensificação das parcerias entre os Sines e os diversos segmentos empresariais parece um meio de melhorar a abrangência e a utilização desse serviço.
Para encerrar, cumpre destacar as limitações deste estudo e sugestões para novas pesquisas. A primeira limitação consiste se refere ao caráter transversal da coleta (que limita a visualização mais clara de tendências históricas) e o uso de amostra não probabilística (que impede a realização de generalizações estatísticas mais amplas). Portanto, novos estudos poderiam adotar desenhos longitudinais e incorporar a derivação das amostras probabilísticas. Uma outra sugestão, derivada deste estudo, seria investigar a relação entre desemprego e religiosidade para trabalhadores em situação de desemprego de longa duração. Os achados apresentados neste artigo referem-se ao desemprego de curta duração, de modo que seria relevante verificar se eles se mantêm com o passar do tempo. Além disso, seria oportuno aprofundar, em pesquisas qualitativas, a experiência cotidiana dos trabalhadores desempregados e as formas diárias que utilizam para lidar com essa situação, por meio de análise tanto do papel da religiosidade nesse processo como da presença de posturas de colaboração ou competição nas estratégias de enfrentamento adotadas.
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