Introdução
A informação em saúde é essencial na tomada de decisões no âmbito das políticas públicas e tem se apresentado como instrumento essencial na interpretação de fenômenos, o que gera a perceptibilidade de significados antes invisíveis1. Embora tenha papel fundamental na gestão em saúde desde o século XIX, a informação sofreu modificações ao longo dos anos, sobretudo no que se refere à sua forma de extração, armazenamento e disseminação pelos canais ou sistemas de rede, incluindo os sistemas de informação em saúde (SIS)2.
Os SIS, considerados inovações tecnológicas, foram criados com a finalidade de disseminar a informação e instrumentalizar a coleta, análise e o processamento dos dados, potencializando as ações estratégicas em saúde3,4. Dentre os SIS, os sistemas de informação em imunização (SII), implantados na década de 1970 nos Estados Unidos, destacam-se por se apresentarem como confidenciais, confiáveis e de fácil acesso5. No Brasil, o SII utilizado recebe o nome de Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SIPNI), criado em 2010 e implantado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 2014. Este sistema armazena informações de forma individual e coletiva, possibilitando a avaliação dessas informações e gerando conhecimentos para a gestão dos serviços de imunização4,6-8.
Os SII podem ser utilizados como estratégia de monitoramento das coberturas vacinais; incentivo a adesão às vacinas agendadas; identificação e atualização de esquemas vacinais em atraso, assim como a verificação das vacinas em idade recomendada e vigilância de eventos adversos pós-vacinação (EAPV)5,9-11. Portanto, tais sistemas são concebidos como ações estratégicas que influenciam diretamente na tomada de decisões e potencializam a ação dos gestores, além de subsidiar o planejamento de políticas públicas e o fortalecimento das ações dos PNI12.
Estudos nacionais e internacionais sobre SII apontam que os registros de imunização oportunizam o monitoramento da cobertura vacinal, o fornecimento de dados sobre EAPV, o controle e validade dos imunobiológicos8,11,13-16 e melhora a tomada de decisões frente às atividades de vacinação. As evidências na literatura brasileira apontam que os registros de imunização são na sua maioria utilizados para fins de pesquisas10,17. Contudo, ainda são escassas publicações que abordam o uso desses registros pelos profissionais de saúde para monitorar e avaliar os serviços de imunização.
A proposta deste estudo avança no conhecimento, ao investigar se há gestão do SII pela equipe de enfermagem das unidades de atenção primária à saúde (UAPS). Assim, este estudo buscou avaliar o uso do Sistema de Informação de Imunização pelos profissionais de enfermagem.
Materiais e métodos
Trata-se de um estudo transversal analítico realizado nas salas de vacinação das UAPS de um município de grande porte da Macrorregião Oeste de Minas Gerais, entre os meses de janeiro e junho de 2019. O município possui 43 UAPS na zona urbana, destas, 32 são Estratégia de Saúde da Família e 11 Unidades de Saúde Tradicional, distribuídas em 10 regiões sanitárias. Todas foram incluídas no estudo. Ressalta-se que todas as UAPS possuíam salas de vacinação e que no ano de 2019 foram administradas 37.441 doses de vacinas18.
Foram incluídos na pesquisa profissionais de enfermagem (enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem) atuantes nas salas de vacinação com SII implantado, com pelo menos seis meses de atuação em sala de vacinação (devido ao fato de ter um conhecimento mais amplo acerca da rotina de trabalho) e que manifestasse interesse em participar do estudo. Após o convite, sua participação foi formalizada pela assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Excluiu-se aqueles profissionais ausentes nas UAPS na data da coleta de dados (com atestado médico ou em regime de férias). Dos 219 profissionais de enfermagem elegíveis, 104 participaram do estudo.
Para a coleta de dados foi utilizado o Checklist para Avaliação do Sistema de Informação de Imunização (CASII), instrumento validado no contexto brasileiro para avaliar o SII do Brasil nas salas de vacinação19. O checklist é composto por variáveis sociodemográficas e laborais dos profissionais, autoavaliação do conhecimento no SII e variáveis acerca do SII, estas estratificadas em duas dimensões estrutura e processo, esta última contendo 3 componentes: gestão do SII; registro do vacinado e movimento dos imunobiológicos19 (material suplementar).
Inicialmente, realizou-se a análise descritiva dos dados utilizando-se de medidas de frequência para todas as variáveis de estudo. A medida de posição utilizada para as variáveis sociodemográficas e laborais foi a mediana, adequada para a análise de distribuições não paramétricas.
Para avaliar o uso das informações do SII, foi utilizada uma matriz de análise contendo somente as variáveis da dimensão processo. Entende-se que as variáveis estruturais podem influenciar no uso das informações do SII, mas é o processo que se refere as atividades realizadas (serviços e bens produzidos)7.
Para cada variável de processo foi definido o valor máximo atribuído de pontos e calculada a média de respostas dos participantes em relação a esse valor. A cada pergunta, o profissional pôde escolher entre as opções: sim = 10 pontos; às vezes = 5 pontos e não = zero pontos. Os escores obtidos a partir da soma dos pontos das variáveis do componente foram transformados em percentuais, com referência à pontuação máxima possível (Σ observados/Σ dos pontos máximos esperados X 100). A partir desses percentuais, foram definidas as categorias para o uso da informação em quatro estratos: a) adequado = ≥ a 80%; b) parcialmente adequado = 60% a 79,9%; c) não adequado = 40% a 59,9%; e d) crítico = < a 40%.
Para verificar a associação das variáveis sociodemográficas e laborais que influenciavam o uso da informação do SII utilizou-se o Teste do Qui-Quadrado de Pearson, com nível de significância de 5%. Os dados20 foram processados no software Excel (versão 2015) e analisados no software Statistical Package for Social Sciences (versão 21.0). O estudo recebeu aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São João del-Rei, Campus Centro-Oeste Dona Lindu sob o CAAE 65656017.6.0000.5545 e parecer no 3.354.176.
Resultados
Entre os profissionais de enfermagem, a maioria era do sexo feminino (82; 78,8%), com idade entre 28 a 63 anos (mediana = 39 anos) e com tempo de formação entre 2 e 40 anos (mediana=15 anos). Dos participantes, 66 (63,5%) eram técnicos de enfermagem e 38 (36,5%) enfermeiros e o tempo de trabalho em sala de vacinação teve uma mediana de 8 anos. Quanto à autoavaliação do conhecimento sobre o SII, 85,6% dos entrevistados declararam o conhecimento igual ou superior a seis.
Na dimensão estrutura observou-se que a maioria dos profissionais (101; 97,1%) relatou trabalhar em salas de vacinação com computador para uso do SII, contendo impressora e insumos básicos para impressão. O município disponibiliza um técnico de informática para suporte informacional e um canal de comunicação para esclarecimentos de dúvidas, contudo uma parte dos profissionais relatou não conhecer nenhum destes canais (15; 14,4%). Apesar de 82,7% dos profissionais terem sido capacitados para operacionalizar o SII, 90,4% relataram não receber capacitações para a gestão do sistema. Quanto à conectividade mais da metade dos profissionais (68; 65,4%) relataram ter internet estável. Ademais, quase totalidade dos profissionais (98; 94,2%) relatou que os mesmos dados registrados no SII são também registrados em papel, configurando-se em um retrabalho e dispendioso gasto de tempo (Tabela 1).
Na dimensão processo, observou-se que a maioria dos profissionais não emitem relatórios de coberturas vacinais, somente 40,4% usam informações do SII para o cálculo da taxa de abandono e 52,9% tem cadastro das pessoas da área de abrangência. Destaca-se que a conferência de doses registradas no SII com a caderneta de vacinação do usuário foi relatada por quase totalidade dos profissionais (Tabela 1).
Dimensão Estrutura | Sim n (%) |
---|---|
Existência de computador com SII instalado | 101 (97,1) |
Existência de mobiliários básicos para uso do SII | 101 (97,1) |
Existência de impressora disponível para uso dos profissionais | 101 (97,1) |
Existência de insumos básicos para impressão | 82 (78,8) |
Existência de manualdo SII para consulta do profissional | 68 (65,4) |
Existência de profissional técnico para suporte ao SII | 103 (99,0) |
Uso de canal de comunicação para esclarecimento de dúvidas | 78 (75,0) |
Capacitação para operacionalizar o SII | 86 (82,7) |
Capacitação para agestão do SII | 10 (9,6) |
Acesso à internet estável na sala de vacinação | 68 (65,4) |
Manutenção dos registros de imunização manualmente/papel | 98 (94,2) |
Dimensão Processo | Sim n (%) |
Cadastro das pessoas da área de abrangência da unidade de saúde no SII | 55 (52,9) |
Produção do relatório de doses aplicadas | 81 (77,9) |
Produção do relatório de listagem de faltosos | 41 (39,4) |
Produção do relatório de cobertura vacinal | 38 (36,5) |
Uso das informações do SII para controle de estoque | 97 (93,3) |
Uso das informações do SII para cálculo da taxa de abandono | 42 (40,4) |
Divulgação das informações geradas | 18 (17,3) |
Realização do aprazamento manual no sistema | 58 (55,8) |
Conferência de doses registradas no SII com a caderneta de vacinação do usuário | 103 (99,0) |
SII: Sistema de Informação em Imunização.
Fonte: Elaborado pelos autores, 2021.
Ao analisar o uso dos registros de imunização do SII pelos profissionais de enfermagem identificou-se que este uso foi classificado em sua maioria como crítico (31; 29,8%), seguido de não adequado (29; 27,9%), parcialmente adequado (29; 27,9%) e adequado (15; 14,4%), demonstrando que uma pequena parcela de profissionais usa os registros de imunização adequadamente para a gestão da informação em vacinação (Figura 1).
Com relação aos critérios utilizados para avaliar o uso das informações do SII, observou-se que o controle de estoque dos imunobiológicos (93,3%) foi a única atividade em que o uso da informação obteve pontuação adequada. O segundo critério melhor avaliado foi a produção de relatório de doses aplicadas (77,9%), que foi classificado como parcialmente adequado (Tabela 2). Sabe-se que estas atividades, que alcançaram as maiores pontuações, são de caráter obrigatório no SII.
Dimensão processo | Máximo de pontos | Uso das informações | Classificação do GDa |
---|---|---|---|
Cadastro das pessoas da área de abrangência da unidade de saúde no SII | 10 | 52,9 | não adequado |
Produção do relatório de doses aplicadas | 10 | 77,9 | Parcialmente adequado |
Produção do relatório de listagem de faltosos | 10 | 39,4 | crítico |
Produção do relatório de cobertura vacinal | 10 | 36,5 | crítico |
Uso das informações para controle de estoque | 10 | 93,3 | adecuado |
Uso das informações para cálculo da taxa de abandono | 10 | 40,4 | não adequado |
Divulgação das informações geradas | 5 | 17,3 | crítico |
Total | 65 | 53,7 | não adequado |
SII: Sistema de Informação em Imunização.
Nota: aGD: Grau de Desempenho = Σ observados/ Σ dos pontos máximos esperados x 100.
Fonte: Elaborado pelos autores, 2021.
Outras atividades como a produção do relatório de listagem de faltosos (39,4%), produção do relatório de cobertura vacinal (36,5%) e divulgação das informações consolidadas produzidas no SIS (17,3%) alcançaram os piores escores, sendo classificados como uso crítico (Tabela 2). Ressalta-se que, se devidamente executadas, estas atividades contribuem potencialmente para o planejamento das ações dos profissionais de enfermagem atuantes em sala de vacinação, além de melhorar os indicadores de vacinação municipal.
Na análise bivariada, não se identificou associações estatisticamente significativas entre as variáveis sociodemográficas e laborais com o uso das informações do SII (Tabela 3).
Uso das informações do SIIa | |||||
---|---|---|---|---|---|
Variáveis | Adequado | Parcialmente adequado | Não adequado | Crítico | pb |
n (%) | n (%) | n (%) | n (%) | ||
Categoria profissional | 0,067 | ||||
Enfermeiro | 4 (10,5) | 17 (44,7) | 9 (23,7) | 8 (21,1) | |
Técnico de enfermagem | 11 (19) | 11 (19) | 16 (27,6) | 20 (34,5) | |
Auxiliar de enfermagem | 0 (0) | 1 (12,5) | 4 (50) | 3 (37,5) | |
Nível de formação | 0,060 | ||||
Ensino médio profissionalizante | 11 (18,6) | 11 (18,6) | 16 (27,1) | 21 (35,6) | |
Ensino superior | 4 (8,9) | 18 (40) | 13 (28,9) | 10 (22,2) | |
Autoavaliação do conhecimento do SII | 0,073 | ||||
< 6 | 4 (26,7) | 2 (13,3) | 7 (46,7) | 2 (13,3) | |
≥ 6 | 11 (12,4) | 27 (30,3) | 22 (24,7) | 29 (32,6) | |
Idade | 0,647 | ||||
< 30 anos | 3 (23,1) | 2 (15,4) | 4 (30,8) | 4 (30,8) | |
≥ 30 anos | 12 (13,2) | 27 (29,7) | 25 (27,5) | 27 (29,7) | |
Tempo de trabalho em sala de vacinação | 0,432 | ||||
< 5 anos | 7 (21,2) | 7 (21,2) | 8 (24,2) | 11 (33,3) | |
≥ 5 anos | 8 (11,3) | 22 (31) | 21 (29,6) | 20 (28,2) |
SII: Sistema de Informação em Imunização.
Nota: aUso das informações do SII = Σ observados/ Σ dos pontos máximos esperados x 100); bTeste Qui-Quadrado de Pearson com nível de significância de 95%.
Fonte: Elaborado pelos autores, 2021.
Discussão
Os profissionais de enfermagem, em sua maioria, não utilizam os dados do SII para a gestão das informações em sala de vacinação. E a subutilização desses dados não estão associados a categoria profissional, nível de formação, idade, tempo de trabalho em sala de vacinação e nível de conhecimento do SII.
Percebe-se que os SII, apesar de não apresentarem problemas estruturais de grande relevância, é subutilizado, o que acaba reduzindo a sua aplicabilidade, sobretudo no poder decisório efetivo desse sistema. Essa realidade mostra que a diminuição desse uso pode estar mais relacionada às tecnologias leves (as quais se referem às relações) do que às tecnologias duras (relacionadas aos recursos materiais)21.
Observou-se, no município estudado, a existência de capacitações para operacionalizar o sistema, contudo não foi relatado pelos profissionais a continuidade de treinamentos para a gestão do SII. A implantação do SII por si só não é suficiente para impactar na qualidade dos serviços prestados. É necessário que os dados produzidos sejam utilizados para a tomada de decisão nos serviços de imunização com o propósito de manter a eficiência dos serviços e a qualidade das funcionalidades do sistema.
De maneira geral, os elementos mais comprometedores no uso do SII estão relacionados ao processo, apontando uma necessidade de mudança das atividades desenvolvidas nas relações de produção entre profissionais e vacinados22. Neste estudo, ao analisar a dimensão processo, percebe-se que os indicadores avaliados ficaram abaixo dos estratos não adequado e crítico para o uso da informação. As ações que apresentaram melhor classificação do uso dos dados foram aquelas de caráter obrigatório, cujo teor é logístico para a sala de vacinação, como o registro do estoque de imunobiológicos e produção de relatórios de doses aplicadas.
Estudos relacionados à temática da avaliação das dimensões estrutura e processo do SII do Brasil ainda são incipientes no país. Outros estudos8,23 que utilizaram outras metodologias também evidenciaram entraves similares, principalmente relacionados a falta de registro individual do vacinado por local de residência, duplicidade de dados e subutilização do sistema informacional. Tais entraves podem impactar na subestimação da população, oscilação nas proporções de abandono e distorções na cobertura vacinal, fazendo com que o SII não reflita o real contexto atual8,23.
Os SII são capazes de oportunizar dados acurados e de proporcionar avaliação da cobertura vacinal e de EAPV, controle de estoque, validade das doses e verificar oportunidades de vacinação10,11,16,24,25. Essas informações, devidamente utilizadas, potencializam a qualidade da assistência prestada e, consequentemente, contribui para o sucesso do PNI brasileiro. Porém, o cadastro insuficiente da população adscrita, dados incipientes dos relatórios de cobertura vacinal e, de maneira ainda mais relevante, uma limitada divulgação dessas informações apontadas neste estudo, compromete a utilização do SII. Tal subutilização caminha na contramão do planejamento em saúde, uma vez que os indicadores de saúde gerados pelos SII se configuram como importante recurso de apoio aos gestores, sobretudo no direcionamento da tomada de decisões26.
Como forma de melhorar a completude dos dados no Sistema, bem como o uso das informações geradas por este, a adoção de capacitações com metodologias ativas, como a simulação realística27, aprimoramento da usabilidade do Sistema28,29 e melhorias na infraestrutura organizacional, como acesso ao computador e à internet de boa conectividade23, podem facilitar o manuseio do SII, diminuir a resistência dos profissionais de enfermagem quanto ao uso da tecnologia e melhoria na assistência e registro das informações de forma correta.
Apesar das vantagens do SII existe um distanciamento entre sua finalidade e a realidade do seu uso pelos serviços de imunização. O uso reduzido das informações pode ser justificado por diversos fatores, como divergências na qualidade e completude dos dados17,26; pouca integração e lentidão do Sistema28,29; falta de capacitação dos profissionais de saúde para a operacionalização e gestão do Sistema22,23,30 e número reduzido de profissionais31.
Em estudo realizado para avaliação da aceitação e uso do SIPNI, os profissionais atuantes em sala de vacinação perceberam que o SII disponibiliza dados em nível individual, inseridos em tempo real, o que oportuniza o monitoramento da cobertura vacinal8. Contudo a subutilização desses dados traz consequências para os serviços de imunização, como baixas coberturas vacinais e oscilações nas proporções de abandono11,16,17.
Estudo realizado em municípios de Minas Gerais identificou que mesmo após a implantação do SIPNI, ainda havia a manutenção dos registros em papel, sobrecarregando os profissionais com o retrabalho dos registros23. Tais resultados também foram apontados pelos entrevistados dessa pesquisa.
Uma das limitações compete à abordagem exclusivamente utilizada (quantitativa) que, apesar de ter respondido ao objetivo, não é suficientemente capaz de qualificar as variáveis de contexto que podem explicar os aspectos subjetivos que possam estar associados ao desfecho. Portanto, novas pesquisas de base qualitativa também devem ser realizadas a fim de se analisar o desempenho dos profissionais em relação ao uso dos SII. De qualquer modo, destaca-se a importância de diferentes estratégias metodológicas para a compreensão dos fatores impeditivos deste processo, a fim de que esta ferramenta possa revelar seu potencial em desenvolver e implementar a tomada de decisão nos serviços de imunização.
Como ponto forte, o estudo engendra uma visão geral do objeto de estudo, que é o uso das informações do SII pelos profissionais de enfermagem para a gestão da informação em vacinação. Os resultados oferecem uma análise ampliada acerca dos entraves e das facilidades no manuseio dos recursos informacionais do profissional que trabalha em salas de vacinação, servindo ainda de eixo norteador para novas pesquisas na área.
Conclusões
O estudo aponta que há deficiências no uso das informações do SII pelos profissionais de enfermagem das UAPS. Os problemas identificados referem-se as atividades de produção de relatório de cobertura vacinal, listagem de faltosos, informações para cálculo de abandono, cadastro das pessoas da área de abrangência da unidade de saúde no SII e divulgação das informações.
O uso das informações do SII precisa ser reconhecido pelos profissionais como necessário, útil e aplicável, sendo parte do processo de trabalho em sala de vacinação. Assim, torna-se essencial estratégias de motivação, sensibilização, capacitação e supervisão para a utilização maximizada das informações de imunização no processo decisório.