O câncer de próstata é o câncer mais comum em homens e considerado o segundo mais comum entre os gêneros. Globalmente, é o sexto tipo mais comum de câncer. Caracteriza-se pelo aumento excessivo do tamanho da próstata, com progressão lenta e de ímprobo diagnostico, frequentemente tem início em homens com mais de 45 anos. É a segunda causa de morte por câncer, superada apenas pelo câncer de pulmão 1.
O Câncer de Próstata é considerado um problema de saúde pública devido à sua magnitude nas altas taxas de incidência e prevalência em todas as Regiões do país. Suas maiores taxas são observadas nos países em desenvolvimento. Fatores como o aumento na expectativa de vida do brasileiro, a evolução dos métodos diagnósticos e a melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país tem justificado parcialmente o aumento das taxas de incidência do câncer de próstata em todo o pais 2,3,4).
Os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata ainda não são bem definidos, porém estudos apontam a idade avançada como o fator mais significante, o histórico familiar em primeiro grau (pai, irmão ou filho), cor da pele/etnia também são considerados fatores de risco potenciais. Além de outros fatores, como hormônios sexuais, etilismo, dieta altamente calórica, obesidade, influências ambientais, particularmente àquelas relacionadas ao estilo de vida e vasectomia 4,5.
Vale ressaltar a importância da prevenção precoce do CP, que se caracteriza pela busca de homens assintomáticos, utilizando os métodos de rastreamento como o TR e o PSA. O controle do CP deve ser pautado em ações educativas, direcionada a população masculina, cabendo aos mesmos adotarem uma postura ativa e responsável diante de sua própria saúde, procurando uma unidade de saúde para uma avaliação anual de rotina 6,7.
O Ministério da Saúde levando em conta todos esses fatores e a importância dos agravos a saúde masculina, elaborou e lançou a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem (PNAISH) e a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer de Próstata (PNPCCP), cujos objetivos são de promover ações de saúde visando a compreensão e a realidade da saúde masculina, de forma a abranger os diversos contextos nos quais estão inseridos, além dos vários níveis de desenvolvimento e organização do serviço locais de saúde, minimizar a incidência e a mortalidade do câncer de próstata no Brasil, através de ações continuas capazes de conscientizar e população quanto aos fatores de risco e promover o diagnóstico precoce, assim como oferecer acesso integral ao tratamento, respectivamente 8.
O profissional de enfermagem tem como diferencial o cuidado prestado, de forma integral e individualizada, capaz de elaborar um plano de cuidado acometidos pelo câncer de próstata, com a finalidade de promover não somente a cura, mas também de assisti-lo holisticamente 8.
O enfermeiro tem papel relevante na prevenção e promoção à saúde na ESF, a consulta de enfermagem é função privativa do enfermeiro, considerada um instrumento para o profissional de enfermagem. Através dela o enfermeiro tem a oportunidade de identificar alguns sinais e sintomas precoce do câncer de próstata, assim como orienta-los sobre os fatores de risco e medidas preventivas relacionadas ao CaP e outras patologias 9.
Diante desta problemática este estudo justifica-se por buscar na literatura através de uma revisão integrativa, analisar os fatores associados ao risco de câncer de próstata, considerado um problema de saúde pública, com índices de morbimortalidade maiores a cada ano no Brasil e no mundo, com vistas qualificar a atenção à saúde da população masculina para garantir sobretudo a promoção da saúde e a prevenção de agravos evitáveis e outorgar subsídios as enfermeiras na abordagem aos homens durante a consulta de enfermagem.
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão sistemática, relativa aos fatores de risco associados ao câncer de próstata, que visa identificar, selecionar, avaliar e sintetizar as evidencias relevantes disponíveis. Este tipo de trabalho permite ao leitor uma atualização sobre a temática especifica em um curto período de tempo 10.
O banco de dados selecionada para a busca foi a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) que permite uma busca simultânea em outras bases, e os Descritores em Ciências da Saúde (DECS) utilizados para a busca dos artigos por meio de cruzamentos de palavras-chaves foram: Neoplasias da próstata, fatores de riscos, prevenção primária, enfermeiro.
Foram realizadas associações entre os descritores utilizando o booleano AND, através dos cruzamentos neoplasias da próstata AND fatores de risco, neoplasias da próstata AND prevenção primária AND Enfermagem.
Para a inclusão de trabalhos, foram selecionados estudos disponíveis na íntegra, idioma português, publicados no período de 2008 a 2018, originais que abordassem os fatores de riscos associados ao câncer de próstata, obedecendo ao limite humano e assunto enfermagem. Foram excluídos os estudos não disponibilizados na íntegra e trabalhos realizados sobre população estrangeira. Na seleção inicial buscou-se todas as publicações em português referentes ao cruzamento: câncer de próstata AND fatores de risco, foram encontrados 968 artigos, após a utilização dos filtros foram selecionados 104 trabalhos, sendo encontrados 59 trabalhos no LILACS, 26 no SCIELO e 19 BDENF.
No cruzamento câncer de prostata AND prevenção, foram encontrados 1.715 artigos, após filtrar foram selecionados 186, sendo 65 artigos no SCIELO, 98 trabalhos no LILACS e 23 no BDENF.
No cruzamento câncer de próstata and enfermagem, foram encontrados 128 artigos, após filtrar foram selecionados 86 artigos, sendo 40 trabalhos no LILACS e 06 no SCIELO e 44 no BDENF.
Após a coleta preliminar nas bases de dados escolhidas, foram selecionados o total de 106 artigos, em seguida lidos os resumos dos mesmos e excluídos 32 artigos de acordo aos critérios de exclusão, além de apresentarem duplicatas no mesmo cruzamento e em cruzamentos distintos. Em seguida foi realizado a leitura na integra dos artigos restantes e aplicado os critérios de inclusão sendo selecionados 11 artigos para análise conforme Figura 1. Para a obtenção dos dados foram criados dois quadros apresentados nos resultados, contendo as seguintes informações: autor, ano, revista, base de dados e local de estudo (Quadro 1) e tema, objetivo, desenho e principais resultados (Quadro 2).
N | Autor | Ano | Revista | Base de dados | Local de estudo |
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1 | Abreu AS, et al | 2013 | R. pesq.: Cuid. Fundam. Online | LILACS | Rio de Janeiro |
2 | Alves BMS, et al | 2017 | Rev. enfermagem UFPE | BDENF LILACS | São Paulo |
3 | Araujo JS, et al. | 2015 | Reme • Rev. Min Enfermagem | LILACS | Recife |
4 | Czorny RCN, et al. | 2017 | Cotigare Enfermagem | LILACS | São Jose do Rio Preto SP |
5 | Junior AJB, et al. | 2015 | BJSCR | BDENF | Ipatinga- MG |
6 | Gomes R, et al | 2008 | Ciências e saúde coletiva | LILACS | Rio de janeiro |
7 | Gonçalves IR, et al | 2008 | Ciências e saúde coletiva | LILACS | Botucatu SP |
8 | Medeiros AP, et al | 2011 | Revista Brasileira Enfermagem, Brasília | SCIELO | Brasília |
9 | Nassif AE, et al. | 2014 | BJSCR | SCIELO | Paraná |
10 | Paiva EP, et al. | 2011 | Revista Latino-Americana de Enfermagem | SCILEO | Juiz de Fora MG |
11 | Silva ABM, et al | 2013 | Rev. Enferm. UERJ | SCIELO | Rio de Janeiro |
N | Tema | Objetivo | Desenho | Principais resultados |
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1 | Estratégias para a prevenção do câncer de próstata | Identificar as dificuldades para a prevenção do câncer de próstata e descrever estratégias para a prevenção deste tipo de câncer | Pesquisa exploratória, qualitativa e bibliográfica | -As estratégias devem ter como foco a política e a organização dos serviços, de modo que condizem com a Política Nacional, assim como com a realidade social e cultural do homem. -As atividades educativas podem contribuir para minimizar tais dificuldades, diminuindo o preconceito e aumentando a adesão masculina nos serviços de saúde para a prevenção do câncer de próstata |
2 | Atuação do enfermeiro da atenção básica diante das dificuldades para a implementação da Política de Saúde do Homem | Identificar os desafios e a atuação do enfermeiro da atenção básica frente à Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem | Estudo de Revisão Integrativa | Os desafios enfrentados pelos enfermeiros, para implementação da PNAISH, podem ser divididos em duas classes: a primeira está relacionada ao gênero masculino e aos serviços de saúde e a segunda é pertinente ao profissional de enfermagem e sua formação, repercutindo nas suas ações dentro das UBS. |
3 | Caracterização social e clínica dos homens com câncer de próstata atendidos em um hospital universitário | Descrever as características sociais e clínicas dos pacientes diagnosticados com câncer de próstata atendidos em um hospital universitário do interior de São Paulo | Estudo descritivo, retrospectivo, em que se procedeu à busca pelas características dos adoecidos atendidos no hospital entre os anos de 2001 e 2013 | -Conhecer o perfil dos adoecidos por CP e pode contribuir para a implementação de programas que melhor atendam às necessidades desses pacientes e auxiliem na capacitação e adequação dos recursos humanos ali presentes e no planejamento da assistência prestada. - A caracterização social dos sujeitos demonstrou que a maioria dos homens tinha o diagnóstico principal de neoplasia prostática, idade média de 73 anos, predominantemente casados, com a cor da pele branca, ensino fundamental completo e eram aposentados. -Os principais tratamentos a que este grupo foi submetido foram a prostatectomia, ressecção transuretral, hormonioterapia, linfadenectomia, orquidectomia e quimioterapia |
4 | Fatores de risco para o câncer de prostata: População de uma Unidade Básica de Saúde | Identificar os fatores de risco para o câncer de próstata entre homens atendidos durante o mês de novembro de 2015, em uma Unidade Básica de Saúde do estado de São Paulo | Estudo descritivo, transversal e de abordagem quantitativa, composta por 150 usuários homens que compareceram na unidade para realização de consulta e/ou acolhimento de enfermagem | -Principais fatores para o CaP identificados por meio dos relatados dos pesquisados foram idade, escolaridade, sedentarismo, uso de bebida alcoólica, ingestão de carnes vermelha, leite e derivados, gorduras e IMC aumentado. - Papel do enfermeiro na prevenção e promoção à saúde na atenção primária, sendo função privativa desta categoria a consulta de enfermagem. |
5 | Câncer de próstata: métodos de diagnósticos, prevenção e tratamento | Mostrar, através de revisão de literatura, os principais métodos de diagnóstico, prevenção e tratamento para o câncer de próstata. | Trata-se de um estudo exploratório, por meio de uma pesquisa bibliográfica. | -Destacar os cuidados que os homens devem ter com sua saúde, a importância da consulta ao médico para a realização de exames de prevenção e rastreamento do câncer de próstata. - Ressaltar a importância do diagnóstico precoce ou detecção de lesões pré-cancerosas, para o tratamento que pode levar à cura ou, a melhora da sobrevida dos indivíduos acometidos. |
6 | A prevenção do câncer de próstata: uma revisão da literatura | Analisar as recomendações voltadas para a prevenção do câncer de próstata presentes na literatura específica sobre o assunto | Revisão da literatura sobre o assunto, realizada a partir de uma abordagem qualitativa | -Analise, das recomendações sobre a prevenção do câncer de próstata. -Confrontos, apresentados quanto as diversidade e certa polêmica entre os diferentes posicionamentos. |
7 | Caracterização epidemiológica e demográfica de homens com câncer de próstata | Identificar características demográficas e epidemiológicas em homens com câncer de próstata, atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu/ UNESP, entre 01/01/2000 e 31/01/2003 | A coleta de dados foi realizada em prontuários médicos junto ao CIMED (Centro de Informática da Medicina) do HC da FMB/UNESP, nos meses de novembro e dezembro de 2003. | -Evidenciar características como faixa etária, estado civil, grau de alfabetização, história familiar da patologia, ano do diagnóstico e sintomatologia referida pelos acometidos. Traçar um perfil dessas características e, assim, obter subsídios para orientação da população que compõe grupo de risco, propondo formas de diagnóstico precoce e de prevenção. |
8 | Fatores de risco e medidas de prevenção do câncer de próstata: subsídios para a enfermagem | Contribuir para a abordagem de homens, especialmente durante a consulta de enfermagem | Artigo de reflexão | -O rastreamento da doença pela dosagem do Antígeno Prostático Específico (PSA) e toque retal é também medida recomendada. -A abordagem dos homens na consulta de enfermagem pode contribuir para a identificação de fatores de risco, sinais e sintomas de possíveis alterações. |
9 | Utilização do Antígeno Prostático Especifico no Diagnóstico do Câncer de Próstata | Mostrar de que forma o uso do PSA e suas formas aprimoram o diagnóstico clínico e patológico além de servir como critério para indicação das biópsias. | Revisão bibliográfica | O uso do PSA no diagnóstico do Câncer de Próstata tem se mostrado um grande avanço para a saúde da população masculina, embora não seja extremamente específico para a neoplasia desse órgão uma vez que pode apresentar-se elevado em praticamente qualquer doença prostática. - A associação ao toque retal aumenta consideravelmente a chance de detecção dessa doença |
10 | Barreiras em relação aos exames de rastreamento do câncer de próstata | Descrever barreiras sobre rastreamento do câncer de próstata | Estudo seccional, desenvolvido por meio de inquérito domicilia | -A prevenção e a detecção precoce, estratégias básicas para o controle do câncer de próstata, têm como requisito essencial um conjunto de atividades educativas constantes, persistentes e dinâmicas para os homens, segundo seu padrão de valores, escolaridade, entre outras variáveis. - incorporação da comunidade na atenção à saúde, através do planejamento de ações, articulados com setores organizados da comunidade e outros setores governamentais. |
11 | Conhecimentos e práticas sobre prevenção do câncer de próstata: uma contribuição para a enfermagem | Identificar o conhecimento dos clientes em relação às estratégias para a prevenção do câncer de próstata, expressas pela Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem; e verificar, junto a eles, a realização dos exames preventivos | Estudo exploratório, descritivo realizado com 61 pacientes no pós-atendimento multiprofissional, de unidade de saúde do município do Rio de Janeiro | - Avaliação do conhecimento dos usuários de um núcleo de atenção à saúde do homem do município do Rio de Janeiro em relação à prevenção do câncer de próstata. - Os resultados indicam que há um número significativo de entrevistados que não tem conhecimento dos métodos de prevenção e os fatores de risco preconizados pelo Ministério da Saúde. - Notou-se uma dificuldade para assimilar os conhecimentos com as práticas preventiva s |
Na primeira etapa foi realizada uma leitura para obter as primeiras ideias acerca do material analisado. Na segunda etapa houve um aprofundamento do material compilando as informações e classificando de acordo a temática. Na última etapa houve o tratamento e a interpretação dos resultados, separando-os por categorias temáticas.
RESULTADOS
Para melhor entendimento, os trabalhos foram numerados de Ni a N11 por ordem aleatória e a leitura seguiu um roteiro estruturado conforme os Quadros 1 e 2 anunciados abaixo.
Os 11 trabalhos analisados foram selecionados através da BVS, sendo 9 estudos qualitativos (72%), e 2 estudos quantitativos (28%). Dentre os 11 artigos selecionados evidencia-se que a maioria dos estudos foram realizados na região sudeste.
Quanto à periodicidade das publicações sobre a temática, observou-se uma distribuição equilibrada ao longo dos anos, com dois artigos publicados em 2008, 2011, 2013, 2015 e 2017, e um artigo em 2014.
A maioria dos trabalhos selecionados discute os fatores de risco e medidas de prevenção para o câncer de próstata 8, enquanto 1 e 8 abordam as barreiras que os homens enfrentam para acessar serviços de saúde e realizar exames diagnósticos.
Os estudos de 3 e 1 destacam o papel do PSA no diagnóstico clínico e patológico, além de apontar as dificuldades culturais relacionadas à sua realização.
Já os trabalhos de 4 e 11 apresentam características epidemiológicas, demográficas, sociais e clínicas associadas ao câncer de próstata, traçando um perfil dessas características para orientar a população de risco e propor formas de diagnóstico precoce, prevenção e tratamento.
Por fim, o autor 12 discute os desafios enfrentados pelos enfermeiros na implementação da PNAISH, que estão relacionados ao gênero masculino, aos serviços de saúde, ao profissional de enfermagem e à sua formação, afetando suas ações dentro das UBS.
Após seleção dos achados e realização de análise criteriosa, emergiu duas categorias, e as seguintes são: o câncer de próstata e fatores de risco para o câncer de próstata, conforme serão discutidos a seguir.
DISCUSSÃO
Câncer de próstata
Em todo o mundo, a cada ano milhares de homens são acometidos pelo câncer de próstata câncer de próstata, todavia sua alta incidência, sinais e sintomas de início desapercebidos, torna essa doença temida e desafiadora para a medicina atual. Responsável pelo aumento da mortalidade entre os homens, em alguns países o câncer de próstata supera as doenças cardiovasculares. Surgiu com o aumento desordenado das células, transformando em tumor, capaz de se desenvolver e se disseminar através do processo de metástase por outros órgãos do corpo. De início assintomático, com progressão lenta e de ímprobo diagnostico, porém, quando cresce gera alterações significativas no funcionamento do sistema renal, da função sexual e da vida social 11.
De acordo com 2,3,4,9, o Brasil é um dos países da América Latina com as menores taxas de mortalidade por câncer de próstata, no entanto observa-se um aumento para o crescimento da doença, aproximadamente 1.112.000 casos novos no mundo, estima-se para o ano de 2030 1,7 milhão de casos novos da doença, este aumento pode ser justificado por fatores como, o aumento na expectativa de vida do brasileiro, a evolução dos métodos diagnósticos e a melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país. As estimativas do câncer de próstata varia de acordo as regiões do Brasil, estima-se para região sudeste cerca de 25 800 novos casos, seguido da região Nordeste com 14. 90, a região Sul com 13 590, a região Centro-Oeste com 5.050 e a região Norte com 2 470 novos.
Em seu estudo 4 e 7 sinalizam que o câncer de prostata tem evolução silenciosa, leva em média 15 anos para desenvolver-se, pode ser assintomático ou apresentar sinais e sintomas parecidos com os de outras doenças benignas da próstata, e que o processo natural do envelhecimento propicia o aumento da próstata, esse aumento da glândula causa compressão na uretra dificultando a passagem da urina, tornando o jato fino e fraco.
Com relação ao diagnóstico e prevenção do câncer de próstata 6 e 7 discutem a importância da prevenção precoce, que se caracteriza pela busca de homens assintomáticos, e os principais métodos de diagnostico, que são; o toque digital da glândula, a dosagem do antígeno prostático (PSA), a ultrassonografia transretal, a biopsia e o estudo histopatológico. Para 6 o controle do câncer de próstata deve ser pautado em ações educativas, direcionada a população masculina, cabendo aos mesmos adotarem uma postura ativa e responsável diante de sua própria saúde. No entanto a realidade é que ainda existe vários obstáculos que impedem os homens de procurarem os serviços de saúde, a falta de informação, as crenças, o preconceito contra a doença, o exame preventivo como o TR, além da falta de programas nos serviços de saúde que auxilie na detecção precoce do câncer de próstata.
Quanto a idade para o início do rastreamento existem algumas divergências, nos estudos selecionados, 1, 2 e 5 recomendam, que homens sem histórico familiar de câncer de próstata inicie a partir dos 50 anos, enquanto que para homens com histórico familiar a recomendação e que inicie a partir dos 40.
Segundo 5 e 9 para a prevenção do CaP é importante a adoção de boas práticas de uma alimentação saudável rica em frutas, legumes, verduras, grãos e cereais e com menos gordura, pratica de exercícios, controle do peso, diminuir o consumo de bebidas alcoólica e não fumar, entre outras.
Fatores associados ao risco de câncer de próstata
De acordo com os estudos de 2,4,5,9, os fatores de risco para o câncer de próstata ainda não foram totalmente esclarecidos. Entre as fontes selecionadas, dois fatores que coincidem em relação ao aumento do risco de desenvolvimento do câncer de próstata são a idade e a história familiar. A incidência do câncer de próstata é de 30 % em homens com idade superior a 50 anos, atingindo 80 % aos 80 anos. Pessoas com histórico de câncer de próstata no pai ou irmão têm um risco de desenvolver a doença de 3 a 10 vezes maior do que na população em geral, sendo recomendados exames preventivos a partir dos 40 anos, aumentando o risco de acordo com o grau de parentesco.
A etnia também é apresentada por 2,4,5,9 como fator de risco para o surgimento do câncer de próstata, a incidência nos afro-americanos e de dez a quarenta vezes maior com relação aos asiáticos. Quanto a isso os negros norte-americanos são classificados na faixa de alto risco, os brancos na intermediaria os japoneses na baixa.
Segundo 4,5 os fatores exógenos, tem a capacidade de potencializar ou reduzir o desenvolvimento do câncer de próstata. Com base nesses estudos a adoção de hábitos saudáveis, dieta rica em frutas, legumes, verduras, vegetais, grãos, cereais integrais, pouca gordura animal, provavelmente influenciam na diminuição dos risco de câncer de próstata. Assim como alguns componentes encontradas nos alimentos, (vitaminas A, D, C, selênio, licopeno, ômega 3. Enquanto que uma dieta rica em gordura animal, pouca fibra, muita carne vermelha, cálcio, tabagismo, etilismo influencias ambientais especialmente àquelas referentes ao estilo de vida, exercem influencias negativas e potenciais no risco de desenvolvimento do câncer de próstata.
De acordo com 4, ambiente com pouca luz solar, a exposição ao cádmio, o uso de drogas e vasectomia também são citados como fatores de riscos, mas salienta que esses fatores especificamente a vasectomia ainda estão sendo estudados, com o objetivo de comprová-los cientificamente.
De acordo com (9), alguns fatores de risco relacionados as doenças cardiovasculares como a obesidade, sedentarismo, excesso calórico, são associadas as doenças crônicas não transmissíveis, consequentemente ao câncer de próstata. A obesidade está associada ao aumento na taxa de recorrência do câncer de próstata após tratamento e é considerada um fator de risco potencial, tanto quanto o fator genético e ambiental.
5 afirma que existem divergências e falta de conhecimento sobre a maioria dos fatores de risco relacionados ao câncer e próstata, e que os profissionais diante deste contexto devem procurar embasamento nas melhores evidencias disponibilizadas pelos estudos e em documentos ofertados pelos órgãos oficiais responsáveis, podendo assim contribuir para a formulação de protocolos e adotar condutas efetivas em seus locais de trabalho.
A saúde do homem no Brasil merece um olhar especial, visto que a cada três mortes de pessoas duas são do sexo masculino, em média os homens vivem sete anos a menos que as mulheres, são mais acometidos pelas doenças do coração, câncer, diabetes e hipertensão. Diante do exposto é fundamental que os profissionais de saúde estejam qualificados, para detectarem os problemas gerais e específicos desta população, e possam assim traçar estratégias de cuidados eficazes. No que concerne à saúde do homem no Brasil temos a Lei 10.289 de 20 de setembro de 2001, dispõe sobre a Instituição do Programa Nacional de Controle do Câncer de Próstata, e a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, lançada em 2009, que tem como objetivo facilitar e ampliar ao acesso da população masculina aos serviços de saúde 5.
Nesse sentido, 1 ressalta que o enfermeiro deve contribuir significativamente para a prevenção de doenças, como está previsto no código de ética profissional, sendo necessário trabalhar com a desmistificação dos medos e preconceitos, inerentes ao gênero masculino, no que concerne a não realização do exame do câncer de próstata. Para que isso possa ser possível os serviços de saúde precisam implementarem ações educativas capazes de integrar os homens aos serviços de saúde, colocando em pratica a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem.
Diante do que foi visto através das pesquisas realizadas, observou-se que os fatores de risco para o câncer de próstata são em sua maioria desconhecidos e inevitáveis, e que ao serem confrontados podem apresentar diferenças e controvérsia entre os diferentes posicionamentos.
A maioria das fontes pesquisadas apontam a idade avançada, hereditariedade, etnia como principais fatores de risos para o desenvolvimento do câncer de próstata, a obesidade, sedentarismo, excesso calórico, vasectomia, fatores ambientais, dieta rica em gordura animal, pouca fibra, muita carne vermelha, cálcio, tabagismo, etilismo, ambiente com pouca luz solar, a exposição ao cádmio, o uso de drogas também são discutidos na maioria dos estudos, porém, muitos destes ainda estão sendo estudados, com o objetivo de comprová-los cientificamente.
Com relação a produção bibliográfica de pesquisas relacionadas a temática, ficou evidente a necessidade de pesquisas que explorem qualitativa e quantitativamente os fatores de risco para o câncer de próstata, bem como estudos que visem a conhecer mais detalhadamente as políticas de saúde voltadas para os homens e dos profissionais atuantes nessa área, para que, assim, a enfermeira possa programar suas ações de cuidado de forma mais integralizada.
Por fim, vale ressaltar a importância da enfermeira na promoção à saúde, e na prevenção de doenças como previsto no código de ética profissional. Através da consulta de enfermagem é possível identificar precocemente os agravos, orienta-los sobre os fatores de riscos deletérios do câncer de próstata, bem como estimular medidas preventivas de vigilância à saúde referentes ao câncer de próstata e outros agravos ♦