Objetivo/contexto:

O objetivo deste artigo é dar a conhecer as expressões do indianismo do século XXI em países como a Bolívia e, ao mesmo tempo, pretende contribuir com uma análise que tenha como ponto de partida que a luta dos povos índios com o Estado não está concluída ainda em termos ideológicos.

Metodologia:

Esta pesquisa foi uma combinação da análise de dados obtidos no trabalho de campo com a revisão documental de textos históricos e documentos de propaganda política sobre o tema estudado. O trabalho etnográfico foi desenvolvido em 2009 e, depois, entre 2013 e 2014; esteve centralizado em observações participantes feitas em espaços de discussão política de diferentes organizações indígenas nas cidades de La Paz e El Alto na Bolívia, durante o segundo período de governo de Evo Morales.

Conclusões:

Esta pesquisa mostra que há várias experiências que se reivindicam como indianistas, mas que não formularam um projeto político comum orientado à constituição do índio como sujeito político. Assim, o indianismo, mais além de uma formulação ideológica, não pode consolidar uma base material que possibilite organizar seu projeto, à diferença do projeto estatal que tem os recursos e elementos econômicos e sociais para sua concreção.

Originalidade:

Este artigo busca introduzir uma discussão - em termos epistemológicos e metodológicos das disciplinas científicas políticas e sociais - sobre o caso do indianismo atual na Bolívia, como uma experiência dos povos indígenas que permite identificar a centralidade política do índio que chega, na maioria das vezes, a ser invisibilizada inclusive dentro da própria academia na América Latina.

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