Objetivo/contexto:

este artigo trata da variação interna das demandas existentes no conflito étnico Mapuche/Estado do Chile. As evidências coletadas para cada comunidade Mapuche que vive entre as regiões de Biobío e La Araucanía, no Chile, demonstram a importância do caso, ressaltando a significativa heterogeneidade das demandas que se apresentam ao Estado, mas também um exercício revelador para levar o estudo de conflitos étnicos a unidades intragrupo.

Metodologia:

a pesquisa foi norteada por uma análise de autocorrelações espaciais e regressões hierárquicas com variáveis ​​contextuais. Os dados foram coletados durante 2018 e 2019 de fontes primárias e secundárias, para um total de 2.524 comunidades Mapuche localizadas entre as regiões de Biobío e La Araucanía. A comunidade foi classificada como 1) autônoma, 2) discrepante, 3) não excelente e 0) quando nenhuma informação sobre a comunidade foi encontrada.

Conclusões:

os esforços do artigo permitem mostrar a variação existente dentro do caso, avançou-se também no teste de variáveis ​​explicativas, como o tamanho do grupo, a longevidade das comunidades e/ou o efeito de contágio. Por sua vez, a hipótese central “clima de opinião” convida-nos a acautelar as conclusões. No entanto, destacamos o poder explicativo dentro do modelo hierárquico, onde a opinião em nível comunal permite, pelo menos, observar a variação entre as exigências.

Originalidade:

a variação de demandas dentro dos grupos étnicos é um fenômeno pouco abordado no estudo global dos conflitos étnicos, por isso o caso Mapuche no Chile apresenta uma grande oportunidade para continuar aprofundando o conhecimento associado aos fatores determinantes das demandas que os grupos apresentam ao Estado. Por outro lado, as conclusões nos convidam a refletir sobre o clima de opinião que as etnias têm a respeito do Estado, especialmente no caso Mapuche do Chile, situação que apoiaria a busca de respostas no conflito.