Objetivo/contexto:

Este artigo visa explicar as causas da virtual desintegração da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) a partir da perspectiva do ecletismo analítico. Faz parte da crescente literatura em torno do debate sobre o fim da teoria das Relações Internacionais, em que o ecletismo analítico e o pluralismo integrativo emergem como estratégias explicativas viáveis, mas questionadas.

Metodologia:

Com base nas evidências históricas recentes disponíveis, bem como em um volumoso corpo de pesquisa sobre o objeto de estudo, partimos do ecletismo analítico e analisamos sequencialmente a Unasul a partir do realismo neoclássico, liberalismo institucional e construtivismo social para explicar de forma completa o caso.

Conclusões:

Embora qualquer uma de nossas três abordagens possa explicar de forma convincente as razões do fracasso da Unasul, cada uma por si só não captura toda a complexidade de seu desaparecimento. As explicações fornecidas pelas abordagens analíticas não são contraditórias, mas complementares. A combinação criativa de diferentes abordagens de Relações Internacionais aumenta nossa compreensão de um outlier na história do regionalismo latino-americano, geralmente caracterizado pela resiliência das organizações regionais. A análise da desintegração da Unasul revela desafios estruturais e fatores de tensão para o regionalismo sul-americano. Dá para entender por que o Prosul, como suposto sucessor da Unasul, ainda não decolou.

Originalidade:

O estudo sobre a Unasul e seu destino tem sido prolífico. Explicações rivais como o realismo neoclássico, o liberalismo institucional e o construtivismo social prevaleceram nele. Este artigo é o primeiro a coletar e integrar essas explicações para encontrar uma resposta articulada que evidencie o complexo processo de desintegração sul-americana.