Objetivo:

Este artigo de pesquisa constrói uma analogia entre a dor física e sua medicação com analgésicos e a dor-desconforto dos trabalhadores e seu tratamento com analgésicos organizacionais. Com esta analogia revela-se que os trabalhadores vivenciam dores e desconfortos causados pelas condições de trabalho associadas à gestão funcionalista e que os responsáveis por essas organizações não procuram resolver as causas da dor, mas sim aliviá-la.

Metodologia:

Para isso, a pesquisa examina algumas práticas que se instalaram no ambiente empresarial e que constituem autênticos analgésicos organizacionais. Analgésicos porque sua finalidade é reduzir a dor. O trabalho de campo envolveu três etapas, sendo elas: exploração através de 102 levantamentos; enfoque através de 16 entrevistas e aprofundamento através de um grupo focal com sete participantes.

Resultados principais:

A pesquisa revela quatro tipos de analgésicos: o senso de autorresponsabilidade, a produção de expectativas, mensagens e ideias dissuasoras e o mundo material. A análise permite perceber a forma como funcionam esses analgésicos organizacionais e os efeitos na ação e na subjetividade dos trabalhadores.

Conclusões:

A pesquisa mostra que, ao invés de resolver alguns problemas que geram desconforto, sofrimento ou dor psicológica no trabalho, alguns gestores optam por administrar analgésicos para aliviar esse desconforto.

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