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Revista Latinoamericana de Bioética
Print version ISSN 1657-4702On-line version ISSN 2462-859X
Abstract
KOTTOW, Miguel. BIOÉTICA EMPÍRICA, UMA OLHADA CRÍTICA. rev.latinoam.bioet. [online]. 2009, vol.9, n.1, pp.64-69. ISSN 1657-4702.
Desde alguns anos vem se desenvolvendo uma iniciativa acadêmica que sugere abandonar principialismos e fundamentalismos bioéticos, para incorporar às ciências sociais como caminho epistemológico na formulação de normativas bioéticas. Em um análise crítico desta proposta, comprivase que os principialismos estritos já foram sido criticados e em grande parte abandonados, sem necessidade de ir à pesquisa empírica. A freqüente crítica que uma epistemologia empírica não permitiria deduzir conclusões prescriptivas ao cair na falacia naturalista tem perdido força desde que se demostrasse que entre a recoleção dos fatos e a formulação de valores não existe uma brecha infraquejável, mas fi cam outras objeções por dilucidar. A bioética empírica obtem resultados da pesquisa preferentemente qualitativa enfocada em observação e perguntas de pequenas cortes de personas. O universo estudado, além de pouco representativo, é demasiado contextual e variado para assegurar a validação interna dos estudos. Por estas razões, a validação externa ou extrapolação não permite generalizações que levem a formular normativas. A intenção de privilegiar um método indutivo para estruturar a teoria bioética se opõe à tradicional tarefa refl exiva e deliberativa da ética, que busca argumentar para e não desde as situações práticas, sem desconhecer o impacto cultural na formulação de preceitos éticos, tal como a apresenta o naturalismo ético. As pesquisas empíricas podem ser úteis para reconhecer brechas entre a teoria e a prática, e para analisar falências na aplicação de normas bioéticas reconhecidas e estabelecidas, como o procedimento do consentimento informado. Entretanto, estes resultados revirão para corregir as práticas e não, como os empiristas da bioética propõem, para modifi car a teoria.
Keywords : Bioética; empirismo; naturalismo ético; principalismo.