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ORINOQUIA

versión On-line ISSN 0121-3709

Orinoquia vol.23 no.1 Meta ene./jun. 2019

https://doi.org/10.22579/20112629.534 

EDITORIAL

O poder da colaboração acadêmica

Carmen G. Paniagua Chávez1 

1 Centro de Investigación Científica y de Educación Superior de Ensenada - CICESE Ensenada - Baja California, MéxicoAboukhalil R. 2015. The rising trend in authorship. The Winnover. June 2015. 1-5.


Nos últimos anos, vimos como, com o desenvolvimento da tecnologia, temos a oportunidade de comunicar-nos rapidamente e obter redes que promovam a disseminação de muitas informações, que às vezes são muito assertivas e às vezes nem tanto. Na ciência, esse fenômeno impactou muito a comunidade científica. O trabalho científico não é mais o mesmo que nos anos 50, onde cientistas solitários foram vistos fazendo seus trabalhos e espalhando-os também sozinhos. Atualmente, existem muitos fatores que promovem pesquisas multidisciplinares sob a justificativa de que a colaboração científica é um aspecto essencial para o progresso e avanço do conhecimento; bem como fornecer os recursos necessários para resolver os principais problemas da ciência.

Nós poderíamos definitivamente dizer que isso é verdade. No entanto, também podemos dizer que a colaboração acadêmica tem dois lados da moeda. Um deles é aquele em que pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento combinam esforços para resolver um problema comum. Nesse caso, a cooperação gera sinergias que vão além daquilo que cada um pode contribuir individualmente. O resultado dessas cooperações pode ser muito poderoso, pois elas podem ter dimensões econômicas, sociais, éticas, políticas, entre outras. Muitos dos resultados dessas colaborações multidisciplinares refletem-se em publicações, que nos últimos anos resultaram no nascimento de artigos com múltiplos prognósticos. Diferentemente de 60 anos atrás; Atualmente, a taxa de autores em um artigo aumentou exponencialmente (~5 autores por artigo), embora publicações com mais de 2000 autores também sejam conhecidas, como o projeto Large Hadron Collider é responsável por muitos dos artigos com esse número de autores (Aboukhalil, 2015). Uma questão interessante que surgiu é se o trabalho colaborativo pode realmente estar associado ao impacto científico (isso medido como número de citações). O que foi encontrado é que as citações têm um forte impacto em certos campos da ciência, como física, medicina, engenharia e ciências da saúde, enquanto em outros campos, como ciência da computação, doenças infecciosas, química ou ciências cérebro, isso não é tão forte. Esta associação significativa entre colaboração e citações nas áreas mencionadas, faz sentido dado o crescente número de projetos de grande escala com alto impacto e intensa colaboração em física experimental (Parish et al., 2018).

Especificamente em América do Sul, a colaboração acadêmica representa uma forma poderosa de aumentar o conhecimento, a competência saudável e o desenvolvimento científico e tecnológico, já que os recursos destinados à pesquisa, desenvolvimento e ao número de pesquisadores em nossos países são baixos e sem comparação com os do primeiro mundo. ¿Qual é o orçamento alocado para pesquisa e desenvolvimento em nossos países? A UNESCO indica que a Bolívia, a Colômbia, o Chile, o Equador, o México e a Venezuela destinam menos de 0,5% de seus orçamentos para essa atividade. Apenas o Brasil (1,3%) e a Costa Rica (0,6%) alocam um orçamento um pouco maior. Os países que mais investem em pesquisa e desenvolvimento são Israel e Coréia (> 4%) e também possuem o maior número de pesquisadores (cerca de 8 mil e 6 mil por milhão de habitantes), enquanto em nossos países apenas entre 118 e 900 pessoas por milhão de habitantes estão envolvidos em pesquisa e desenvolvimento.

Portanto, é necessário desenvolver estratégias para melhorar o desenvolvimento científico e tecnológico em conjunto, a fim de beneficiar e impactar positivamente o desenvolvimento de cada um de nossos países. A promoção de programas de mobilidade de estudantes e pesquisadores, a promoção de cursos à distância, o desenvolvimento de redes temáticas para organizar projetos de colaboração regional com o objetivo de solucionar problemas comuns, seriam algumas das atividades que ajudariam muito na redução do hiato de desenvolvimento científico. Como foi dito acima, com o aumento da colaboração, teríamos também um aumento na divulgação da pesquisa realizada, o que se refletiria no aumento do número e da qualidade das publicações.

O outro lado da moeda que também é importante mencionar é aquele em que podemos encontrar colaborações onde alguns pesquisadores não contribuem com conhecimento para a pesquisa e são incluídos no trabalho por outras razões que nada têm a ver com os objetivos de uma colaboração acadêmica real. Como resultado, publicações multi-autor contendo co-autores honorários que não contribuíram em nada para a publicação também surgirão. Este ponto tem sido um grande debate, uma vez que se pressupõe que o desenvolvimento de novos conhecimentos científicos deve ser com elevados padrões éticos. O que fazer para evitar essa parte negativa da colaboração acadêmica? Definitivamente a resposta está em cada um de nós. Nossa ética e moral devem estar sempre presentes em nosso trabalho. Além disso, devemos fomentar a cultura da ética científica entre nossos alunos. Finalmente, dentro de nossos comitês editoriais, conduzir uma boa revisão por pares e estabelecer mecanismos para encontrar má conduta em nossos periódicos é uma maneira de resolver esse problema.

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