Objetivo/contexto:

Este artigo estuda o processo de instalação de cabidos do vice-reinado na transição de duas populações habitadas por “pessoas livres” à qualidade de vilas: a freguesia de Guasimal de Cúcuta e o sítio de San José de la Marinilla. Nesse processo, mostra-se como o fato de a monarquia católica ter elevado povoados específicos à qualidade jurisdicional de vila promoveu um círculo virtuoso em que diversas agências, tanto locais como metropolitanas, se sobrepuseram e promoveram uma política de integração negociada que cedia autonomia ao governo local.

Metodologia:

A partir de fontes documentais primárias, que detalham o estabelecimento e o funcionamento dos governos capitulares, analisam-se o processo de cessão administrativa em termos jurisdicionais e, em geral, o estabelecimento dos governos capitulares nos povoados do vice-reinado do Novo Reino de Granada.

Originalidade:

O exame da documentação permite revelar a materialização de um processo histórico de ampla integração na América Hispânica, induzido pelos ministros de Carlos III, que conferiram qualidades jurisdicionais a grupos populacionais mestiçados, buscando beneficiar as rendas reais do crescimento econômico que essas populações vivenciavam e determinar a nova arquitetura política municipal no tempo dos Borbones.

Conclusões:

Percebe-se, nos casos analisados, como a coroa, buscando uma racionalidade administrativa, negociou a cessão de autonomia a freguesias e povoados de livres como uma política de integração que deveria fortalecer a centralização e aumentar a produtividade para alcançar o rendimento e o crescimento econômico; além disso, percebe-se como os patrícios, orientados por regulamentações reais que iam desde o fortalecimento dos ramos de propios e de arbitrios - salubridade ou coerção, entre outros - foram diligentes em dar institucionalidade às novas repúblicas.

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