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Revista Finanzas y Política Económica

versión impresa ISSN 2248-6046

Finanz. polit. econ. vol.7 no.2 Bogotá jul./dic. 2015

https://doi.org/10.14718/revfinanzpolitecon.2015.7.2.1 

EDITORIAL

DOI: http://dx.doi.org/10.14718/revfinanzpolitecon.2015.7.2.1

O FUTURO DAS REVISTAS DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS NA COLÔMBIA

JOAN MIGUEL TEJEDOR ESTUPIÑÁN*

* Mestre em Direitos Humanos e economista. Editor da Revista Finanzas y Política Económica, da Universidade Católica da Colômbia. Correio eletrônico: jmtejedor@ucatolica.edu.co. Endereço postal: Faculdade de Economia, Universidade Católica da Colômbia, Cr. 13 No. 47-49 (Bogotá, D. C., Colômbia).


Em 27 de janeiro de 2015, o Índice Bibliográfico Nacional (IBN Publindex) divulgou a lista de revistas indexadas na primeira atualização de 2014, na qual que se reconhecem 542 publicações científicas editadas por diferentes instituições, em sua maioria de educação superior, pesquisa e desenvolvimento na Colômbia. Encontramos nela 28 revistas na categoria A1, 138 na A2, 131 na B e 245 na C (Colciencias, 2015), o que representa o avanço significativo dessas publicações em comparação com as 515 revistas indexadas em 2013, e muito mais se o compararmos com as 91 revistas indexadas em 2002, quando apenas uma revista estava na categoria A1, 9 revistas na A2, 7 na B e 74 na C (Rodríguez, Naranjo e González, 2015).

Na última atualização do Publindex foram reconhecidas 67 revistas relacionadas com as ciências econômicas e administrativas colombianas -12,4% do total de revistas indexadas nacionais- dentro das quais, duas se posicionaram na categoria A1, 21 na A2, 11 na B e 33 na C. Segundo as condições de indexação do IBN, em especial as revistas que se encontram nas categorias A1 e A2 estariam cumprindo com a maioria dos requisitos estabelecidos por pares internacionais a respeito da qualidade editorial, qualidade científica, visibilidade e impacto. De fato, isso é evidenciado quando constatamos que, dessas revistas, aproximadamente 20 se encontram no EconLit, 24 no RedALyC, 24 no SciELO, 13 no Scopus e 4 no ISI (Tomson Scientific). Fica claro, portanto, que pouco mais de um terço da produção colombiana em ciências econômicas ultrapassou a fronteira nacional e, com isso, aumentou-se a visibilidade e a divulgação internacional, além de consolidar processos de reconhecimento do impacto dos documentos que nelas são publicados.

Parte da importância desses dados pode ser analisada a partir de sua relação com diferentes contextos. Além disso, deve levar a comunidade científica nacional a assumir vários debates de grande transcendência tanto para a política nacional de pesquisa e desenvolvimento quanto para a política coorporativa dos docentes universitários na Colômbia, que têm uma direta relação com esse contexto.

O primeiro debate acontece no âmbito da postura mundial do acesso aberto ao conhecimento científico (Budapest Open Access Initiative [BOAI], 2012), que existe há mais de 13 anos e promove iniciativas desse tipo que legitimam o conhecimento científico como um bem comum ou um direito humano universal (estão presentes nela DOAJ, SciELO e RedALyC). Por outro lado, encontramos as bases bibliográficas internacionais impulsionadas pelos países da chamada "grande corrente da ciência" (na qual encontramos o ISI-WOS e o Scopus, que são reconhecidos nas normatividades nacionais para conceitos do regime salarial dos docentes universitários). Estes últimos bancos de dados cobram pela assinatura e pelo acesso aos conteúdos e, além disso, demonstram a escassa participação da produção científica latino-americana e impõem restrições para seu acesso a essas bases bibliográficas; com isso, afastam de maneira direta a participação da produção científica latino-americana dessa corrente e limitam da mesma maneira sua visibilidade e impacto (Aguado e Rogel, 2006).

O segundo debate surge depois do processo desenvolvido pelo Publindex de 2012 até a atualidade, cujo propósito era ser consolidado como o sistema nacional de referência para a avaliação de publicações científicas colombianas. Esse sistema tem contribuído de maneira direta na promoção de grande parte das publicações científicas nacionais no âmbito internacional; contudo, não é alheio às críticas de diferentes perspectivas (Arango, 2009). Essa conjuntura conduziu, por exemplo, a que, para a última medição de grupos, o Colciencias decidisse não considerar os resultados do IBN do Publindex; argumentou que o Decreto 1.279 de 2002, artigo 10, pelo qual é estabelecido o regime salarial e de prestação de serviços dos docentes das universidades do Estado, tem gerado dois problemas fundamentais: tem afetado a qualidade da pesquisa e da academia na Colômbia, bem como o mercado de trabalho dos docentes universitários. Estes manifestam o aumento pouco significativo da formação pós-graduada, que foi de 9,9% entre 2003 e 2013, ante o aumento de 64,3% da produtividade científica dos docentes universitários durante o mesmo período.

Nesse sentido, cabe salientar a desigualdade entre as relações de trabalho dos docentes universitários dos países desenvolvidos em relação aos países em via de desenvolvimento, como a Colômbia, onde um docente pode ganhar por hora entre USD$11 e USD$74 (El Observatorio de la Universidad Colombiana, 2014), comparados aos USD$100 por hora que pode ganhar um docente com doutorado em países como a Alemanha e o Reino Unido (Arias, 2014).

Finalmente, um dos debates mais importantes se refere aos recursos econômicos destinados no âmbito nacional para o setor estratégico de pesquisa e desenvolvimento (P+D). Há uma evidente desigualdade nos termos de concorrência gerados pelas nações desenvolvidas, as quais até 2012 investiam no setor em torno de USD$400 bilhões de dólares nos Estados Unidos, USD$ 300 bilhões na União Europeia, USD$150 bilhões na China e USD$130 bilhões no Japão (Banco Mundial, 2012). Em contrapartida, na Colômbia, o investimento em atividades de ciências, tecnologia e inovação está em torno de USD$1,7 bilhões, e o investimento em P+D mal passa dos USD$738 milhões (Observatorio Colombiano de Ciencia y Tecnología [OCyT], 2014).

Esse panorama reflete os diferentes desafios que hoje, mais do que nunca, as equipes editoriais das publicações científicas devem empreender, as quais assumem garantir a alta qualidade científica e editorial das revistas que lideram dentro das instituições que as apoiam. Assim, num contexto em que a ciência e o conhecimento não são alheios ao processo multidimensional chamado no jargão atual de globalização, devemos apresentar questionamentos como estes: quem são os atores que devem participar da construção dessas políticas? Qual é o nível de recursos econômicos, humanos e físicos que um país e suas instituições de pesquisa e desenvolvimento devem investir a fim de atingir os padrões dos países desenvolvidos nesse setor? Quais são as políticas e os instrumentos que garantiriam a efetividade e a eficiência desses recursos? Estes e muitos outros questionamentos são chamados a serem respondidos de maneira política por comunidades que conformam as instituições de pesquisa e desenvolvimento na Colômbia para garantir um futuro sustentável para a P+D na Colômbia.

Conscientes desse compromisso e da nossa responsabilidade pela qualidade científica e editorial e pelo impacto das pesquisas que publicamos, a equipe editorial da Revista Finanzas y Política Económica apresenta a seus leitores esta nova edição, na qual buscamos publicar pesquisas reconhecidas por seu alto impacto. Encontramos, portanto, sete artigos de pesquisa: "O papel do desenvolvimento financeiro como fonte do crescimento econômico", de José Luis Hernández Mota, da Universidad Autónoma Metropolitana-Azcapotzalco, do México; em seguida, "O ciclo de dependência centro-periferia na Argentina", de Luciano Rezzoagli e Guillermina Gamberg, da Universidad Nacional del Litoral, de Santa Fe, Argentina; depois, o artigo "Gestão e valor econômico do recurso hídrico", de William Gilberto Delgado Munevar, da Universidad Católica de olombia; mais adiante, "O papel do setor público subnacional na função de estabilização: evidência do caso colombiano no período de 1990-2000", escrito por Ligia Melo Becerra, do Banco da República da Colômbia; continuamos com o "Why does Colombia lack agricultural commodity futures?", de Pablo Moreno Alemay e Catherine Pereira Villa, da Universidad de La Sabana, Colômbia; na sequência, "Análise comparativa de eficiência entre Brasil, México e Estados Unidos", escrito por Juan Benjamín Duarte Duarte, Katherine Julieth Sierra Suárez e Víctor Alfonso Rueda Ortiz, da Universidad Industrial de Santander, Colômbia; para finalizar esta seção, o texto "Determinantes da estrutura de capital das micro e pequenas empresas do setor real participantes do prêmio Innova 2007- 2011", de Ana Milena Padilla Ospina, Jorge Alberto Rivera Godoy e Javier Humberto Ospina Holguín, da Universidad del Valle, Colômbia. Finalmente, encontramos o artigo de revisão intitulado "Posturas de política monetária ante flutuações da economia: uma revisão da evolução teórica", de José Mauricio Gil León, da Universidad Pedagógica y Tecnológica de Colombia.


REFERÊNCIAS

Aguado López, E. y Rogel Salazar, R. (2006). Redalyc: Red de Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal. Un balance a tres años de camino. En D. Babini y J. Fraga (Eds.), CLACSO, Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales (pp. 209-233). Buenos Aires: CLACSO. Recuperado de http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/secret/babini/AguadoLopezSalazar.pdf

Arango, P. (2009). La farsa de las publicaciones universitarias. El Malpensante, 97. Recuperado de http://www.elmalpensante.com/articulo/1031/la_farsa_de_las_publicaciones_universitarias

Arias, N. (2014). En Colombia, un profesor con doctorado puede ganar hasta $190.000 por hora. Recuperado de http://www.larepublica.co/en-colombia-un-profesor-con-doctorado-puede-ganar-hasta-190000-por-hora_179676

Banco Mundial (2012). Gasto en investigación y desarrollo (% del PIB). Recuperado de http://datos.bancomundial.org/indicador/GB.XPD.RSDV.GD.ZS

Budapest Open Access Initiative (BOAI) (2012). Ten years on from the Budapest Open Access Initiative: setting the default to open (BOAI10). Italian Journal of Library & Information Science, 3(2), 1-15. Doi:10.4403/jlis.it-8631

Colciencias. (2015). Revistas indexadas - Índice Bibliográfico Nacional - Publindex, 1.a actualización 2014. Rcuperado de http://www.colciencias.gov.co/sites/default/files/ckeditor_files/files/ibnpublindex2014.pdf

El Observatorio de la Universidad Colombiana (2014). Pros y contras de una reforma al Decreto 1279 de 2002. Recuperado de http://www.universidad.edu.co/index.phpption=com-contentview=article5303:pros-y-contras-de-una-reforma-al-decreto-1279-de-2002-cat=16:noticias-Item=198

Observatorio Colombiano de Ciencia y Tecnología [OCyT]. Indicadores de ciencia y tecnología Colombia 2014. Bogotá: Autor. Recuperado de http://ocyt.org.co/Portals/0/LibrosPDF/OCyT_Indicadores_2014.pdf

Rodríguez, E., Naranjo, S. y González, D. L. (2015). Publindex: más que un proceso de indexación. Ágora U.S.B., 15(1), 29-41. Recuperado de http://www.scielo.org.co/pdf/agor/v15n1/v15n1a02.pdf