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Antipoda. Revista de Antropología y Arqueología

versão impressa ISSN 1900-5407

Resumo

TOMAS-CARDOSO, Rafael. A antropologia forense como antropologia aplicada à violência social: uma reflexão sobre o trabalho e a prática interdisciplinares. Antipod. Rev. Antropol. Arqueol. [online]. 2023, n.50, pp.21-46.  Epub 20-Fev-2023. ISSN 1900-5407.  https://doi.org/10.7440/antipoda50.2023.02.

Neste artigo, é refletido sobre a organização, possibilidades e requisitos práticos para desenvolver o trabalho interdisciplinar nos novos contextos de intervenção da antropologia forense. Como antropologia aplicada, na antropologia forense, a reflexão sobre os contextos sociais onde se delimita sua prática ganha especial importância. As influências recíprocas entre ciência e sociedade, que atravessam as formas e usos práticos da antropologia, no caso da antropologia forense e seus âmbitos de atividade, adquirem múltiplas dimensões e considerações. Essas influências têm uma clara projeção e impacto social dentro de processos judiciais, no esclarecimento de investigações criminais ou contribuindo para a defesa dos direitos humanos em contextos de conflito e violência política. Vinculado a todas essas considerações, são apresentadas análise e revisão das práticas e técnicas científicas da antropologia forense. Nelas, é argumentado que a patente função aplicada dessa disciplina não deve levar a confundir o compromisso social de contribuir com dados e evidências confiáveis em seu apoio para o trabalho legal com posicionamentos ideológicos ou interesses políticos concretos, que podem enviesar ou comprometer o rigor de sua tarefa científica. Essas considerações em torno das questões epistemológicas e éticas da prática da antropologia forense ganham um peso especial ao redor do estudo e intervenção em contextos de violência política e conflitos civis, permeados de fortes debates ideológicos e políticos. A verificação do papel do antropólogo forense nesses âmbitos de trabalho expressa a necessidade de uma atitude de vigilância epistemológica e de reflexão a respeito de suas práticas (e os contextos destas). Assim, devem-se garantir posicionamentos de neutralidade e objetividade no trabalho antropológico, a partir de uma atitude de vigilância, autocrítica e reflexão, de especial importância sobre temas socialmente sensíveis e com problemáticas extensões no campo das ideias e da política.

Palavras-chave : abordagem interdisciplinar; antropologia aplicada; antropologia forense; direitos humanos; violência social.

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