Resumo

APONTE-MOTTA, Jorge Mario. O urbano e os espaços vazios na Amazônia como elementos na produção de cartografias nacionais da Colômbia. Perspectiva Geográfica [online]. 2019, vol.24, n.2, pp.69-83.  Epub 06-Abr-2020. ISSN 0123-3769.  https://doi.org/10.19053/01233769.9895.

As representações que tradicionalmente temos da Amazônia omitem ou minimizam os fenômenos urbanos que têm sido parte fundamental de sua configuração territorial, deixando-nos a imagem de "espaços vazios", "incógnitos" ou "selvagens", que envolvem selvas luxuriantes, amplamente diversificadas na fauna e flora, mas que não possuem donos ou habitantes civilizados e, portanto, suas riquezas podem ser aproveitadas por quem descreve o território. No entanto, esses mesmos espaços encontram-se internamente demarcados internamente por populações que, pelo menos na representação cartográfica, põem em causa o discurso do vazio, o que mostra que a construção desses vazios se enquadra em disputas pelo controle territorial para apagar ou não representar formas humanas de habitação, bem como estabelecer enclaves urbanos, seja na prática ou somente na representação, ai é funcional para o exercício da apropriação territorial. Nesse sentido, como parte do início exploratório desta investigação, refletirei sobre o papel da cidade na produção espacial da Amazônia e as formas pelas quais o urbano tem sido representado no âmbito das disputas associadas à consolidação dos espaços territoriais Estado-nacionais na Amazônia, enfatizando particularmente os exercícios simbólicos de representar a Colômbia na Amazônia. Para isso, vamos trabalhar a partir da análise e a desconstrução do mapa, seguindo a proposta metodológica de Bryan Harley (2005), e tentaremos entender os sentidos e as razões da representação iconográfica do urbano em alguns mapas que incluem a região amazônica ao final do século XIX.

Palavras-chave : Amazônia; cidades; cartografia; espaço vazio; iconografia; representação.

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