Resumo

ROZO, Esteban. Schultes e a borracha: formações regionais e estatais em Vaupés (1942-1970). Historelo.rev.hist.reg.local [online]. 2020, vol.12, n.25, pp.220-249. ISSN 2145-132X.  https://doi.org/10.15446/historelo.v12n25.83292.

Este artigo faz uma análise das relações entre as explorações de Richard E. Schultes, a extração de borracha e os processos de formação do Estado em escala regional que tiveram lugar no departamento de Vaupés entre 1942 e a década de 1970, quando concluiu o "segundo boom" da indústria de borracha. Boa parte da historiografia sobre a extração de borracha na Amazônia colombiana foca principalmente no "primeiro boom". A partir do estudo dos arquivos pessoais de Schultes, publicações de imprensa, documentos históricos e trabalho de campo feito em Vaupés, foi possível constatar que o conhecimento produzido por este científico promoveu: o "ressurgimento" da indústria de borracha em Vaupés, a apropriação da borracha e os seringueiros por parte do governo local como símbolos de progresso e identidade regional, assim como o uso da infraestrutura da borracha construída pelos norte-americanos como meio para expandir a soberania do Estado-nação. Ainda, a mistificação e exaltação da borracha e o seringueiro como emblemas regionais também ocultaram a exploração dos indígenas.

Palavras-chave : Schultes; extração de borracha; formação de Estado; Amazônia; Vaupés; século XX.

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