Serviços Personalizados
Journal
Artigo
Indicadores
- Citado por SciELO
- Acessos
Links relacionados
- Citado por Google
- Similares em SciELO
- Similares em Google
Compartilhar
Historia Crítica
versão impressa ISSN 0121-1617
Resumo
PURCELL, Fernando. País sedento: Estado, água e “guerra contra a seca” no Chile na década de 1960. hist.crit. [online]. 2022, n.85, pp.99-121. Epub 15-Jul-2022. ISSN 0121-1617. https://doi.org/10.7440/histcrit85.2022.05.
Objetivo/contexto:
Neste artigo, é estudado o papel do Estado chileno na grande seca de 1967-1969, como mediador entre os seres humanos e a natureza. As adaptações institucionais e o esforço para melhorar a infraestrutura foram elementos de continuidade em comparação a secas anteriores, mas houve novidades, como as tentativas para modificar o tempo atmosférico e o derretimento artificial de glaciares com o apoio de tecnologias e cientistas que operaram de instituições periféricas do Estado. Tudo isso ocorreu no contexto da Guerra Fria, quando os imaginários ambientais predominantes faziam ver a intervenção humana como algo favorável e necessário para modernizar os países.
Metodologia:
Recorre-se a diferentes fontes primárias, como documentos ministeriais, decretos, boletins e relatórios de diversas instituições estatais que permitem compreender as lógicas da gestão estatal da crise hídrica. Além disso, foi privilegiado o uso da imprensa nacional e internacional para compreender como foram expressos e difundidos imaginários sobre o meio ambiente que tenderam a validar os novos esforços para controlar a natureza.
Originalidade:
Trata-se de um estudo original para a América Latina, que aborda o precoce surgimento da ciência e da tecnologia em esforços próprios do que hoje é conhecido como geoengenharia: em especial pela observação de novos atores que ampliaram as formas tradicionais de mediação entre seres humanos e natureza, protagonizadas pelo Estado devido a crises climáticas.
Conclusões:
Na década de 1960, cresceu o otimismo pela capacidade humana para controlar e manipular recursos hídricos apelando a formas diferentes das conhecidas até então, associadas ao desenvolvimento da infraestrutura. O conhecimento especializado se colocou a serviço de instituições periféricas do Estado, a partir de onde foram impulsionadas mudanças com consequências duradouras. Foi validado o anseio humano por controlar a natureza a todo custo, o que ajuda a explicar a projeção temporal de experiências com chuva artificial e controle de glaciares até os nossos dias no Chile.
Palavras-chave : água; América Latina; Estado; Chile; ciência; seca; tecnologia; natureza.