Objetivo/contexto:

este artigo explora as razões por trás do desiquilíbrio e das limitações que persistem na América Latina para ter acesso a informações de opinião pública em matéria de preferências sobre políticas públicas.

Metodologia:

apresenta-se uma análise descritiva acerca do desenvolvimento dos estudos de opinião pública na região, com base em entrevistas a acadêmicos e pesquisadores da Argentina, do Brasil, do Chile, da Colômbia, da Costa Rica, do México e do Uruguai.

Conclusões:

embora a disponibilidade de dados para estudar a opinião pública na América Latina venha aumentando significativamente nas últimas três décadas, persistem limitações para estudar a opinião em matéria de política pública devido a três fatores: 1) os estados latino-americanos vêm desempenhando papel esporádico na geração de informações para fazer pesquisa nesse campo; 2) o papel do setor privado e dos políticos como financiadores e geradores de dados de opinião pública faz com que a disponibilidade de informações seja pouco sistemática e de acesso limitado; 3) a agenda dos estudos de opinião pública de acesso aberto é definida por acadêmicos do Norte Global, cuja agenda de pesquisa tendem mais aos temas de estabilidade e valores democráticos que as preferências dos cidadãos fazem quanto à política pública.

Originalidade:

este trabalho contribui ao apresentar um panorama descritivo mais completo sobre a evolução da subdisciplina da opinião pública na América Latina. Além disso, salienta a necessidade de fundos públicos para revelar de forma sistemática as preferências por políticas públicas dos cidadãos da região e que os microdados sejam de acesso público para informar sobre a tomada de decisões políticas e a pesquisa acadêmica.