Introdução
"Acreditar que tudo vai dar certo" e "ser positivo". Essas são definições usuais quando se pensa em otimismo. Mas o conceito e a aplicação do constructo podem ser melhores entendidos quando se decide aprofundar o estudo sobre o tema. Hoje na literatura há a predominância de duas teorias do otimismo: o disposicio-nal e o aprendido.
O otimismo disposicional é definido como a tendência geral de que coisas boas aconteçam (Scheier & Carver, 2009). Os autores afirmam que o constructo é multidimensional por interligar aspectos cognitivos, emocionais e motivacio-nais (Carver & Scheier, 2014). Esta definição apresenta ainda o caráter genético do otimismo afirmando que o constructo pode ser herdado em cerca de 30% (Scheier & Carver, 2009).
No otimismo aprendido de Martin Seligman (2019) o foco é a ideia de como o indivíduo interpreta e compreende as situações da vida, ou seja, o estilo explicativo de cada pessoa. Um indivíduo otimista tende a atribuir a eventos positivos como derivados de sua própria capacidade (fatores internos), a algo universal (tendência para generalizar a outros aspectos da vida) e permanentes (referindo-se à capacidade de realizar novamente tal atitude) (Ribeiro, Silva, & Budde, 2018; Snyder & Lopez, 2009); e aos eventos negativos, os otimistas veem como relacionados a fatores externos, específicos e temporários (Ribeiro, Silva, & Budde, 2018; Snyder & Lopez, 2009). A teoria ainda explica como os pessimistas enten259 dem os eventos de modo oposto ao dos otimistas. Como o nome sugere, o otimis-mo é uma habilidade que pode ser construída e desenvolvida (Seligman, 2019).
Após 1998, Seligman passou a defender uma nova psicologia que focasse nas forças e virtudes humanas, surgindo assim um novo movimento denominado Psicologia Positiva. Com esse movimento, o otimismo começou a receber mais atenção na área científica ampliando as produções sobre o tema no cenário mundial.
As pesquisas demonstram que o otimismo tem sido associado a melhor saúde física e mental (Segovia, Moore, Linnville, & Hoyt, 2015). Indivíduos mais oti-mistas são mais proativos no cuidado da própria saúde (Thun & Bakker, 2018) e são menos propensos a ter doenças cardíacas (Wu, Tan, & Liu, 2017). Além disso, o otimismo é um importante influenciador de comportamentos saudáveis e aliado na prevenção e recuperação de doenças em geral (Calixto Santos & Muglia Wechsle, 2015).
Ser otimista está associado a melhor qualidade de vida no ambiente laboral, auxiliando os indivíduos a lidarem melhor com as adversidades pessoais e no trabalho (Cruz, Cabrera, Hufana, Alquwez, & Almazan, 2018). Pessoas mais oti-mistas também lidam melhor com o estresse no trabalho (Yim, Seo, Cho, & Kim, 2017). Em alguns estudos foram feitas descobertas que altos níveis de otimismo estavam relacionados a baixos níveis de burnout, protegendo a saúde mental dos trabalhadores (Chang & Chan, 2013).
As pesquisas sobre otimismo no trabalho têm demonstrado os inúmeros benefícios que o constructo gera na vida dos indivíduos, seja na vida pessoal ou no trabalho. No entanto, há um vazio quando se fala em revisões que procurem consolidar o conhecimento científico produzido no tema. Há estudos quantitativos, qualitativos, mistos que avaliam, medem e analisam o constructo. No entanto, há uma lacuna quando se fala em revisão de literatura/integrativa apresentando o otimismo no trabalho como foco. A partir dessa observação, esta pesquisa pretende sanar essa lacuna reunindo estudos brasileiros e internacionais.
A partir do que foi exposto, a pergunta que norteia esta pesquisa é: como os estudos referentes ao otimismo no trabalho são apresentados na produção científica brasileira e internacional? Tem-se como objetivo geral identificar estudos brasileiros e internacionais que versam sobre o otimismo no ambiente de trabalho.
Com esta revisão integrativa pretende-se alcançar os seguintes objetivos específicos: mapear a produção científica brasileira e internacional sobre otimismo no ambiente de trabalho nas bases de dados BVS, Scopus, Scielo Brasil e no Banco de Teses e Dissertações Brasileiro; caracterizar as publicações quanto a localização e temporalidade; identificar os conceitos apresentados sobre otimismo; e analisar a área de aplicação das pesquisas, bem como as características metodológicas aplicadas.
Método
Este estudo é do tipo descritivo que, para Gil (2007), é quando o estudo tem como objetivo descrever características de um certo fenómeno, usando técnicas padronizadas na coleta de dados. Além disso, também se caracteriza como revisão integrativa, pois tem como finalidade a síntese de um determinado tema a ser estudado, além de explicitar o que se tem produzido sobre aquele assunto (Souza, Silva, & Carvalho, 2010).
A leitura dos artigos e das teses e dissertações possibilitou a organização das informações por meio das seguintes categorias com a finalidade de atingir os objetivos proposto para este estudo: ano da publicação; local da publicação; conceitos sobre otimismo; área de aplicação; e tipos de pesquisas.
A pesquisa foi realizada entre junho e setembro de 2019. As bases de dados escolhidas foram a Scopus, por ser a base com maior número de produção em diferentes temas no seu acervo. A Biblioteca Virtual da Saúde (Bireme - BVS) foi considerada por ser uma base específica sobre a temática saúde e também por indexar bases como a Lilacs, que abrange os países da América Latina e Caribe, e MEDLine, a maior base de dados especializada em saúde. Também foram analisados as bases Scielo Brasil e o Banco de Teses e Dissertações Brasileiro (BDTD) com o objetivo de buscar pesquisas nacionais sobre o tema.
Após entender como as bases Scopus e BVS funcionam e pesquisar os descritores de assuntos nas mesmas, foi escolhido o seguinte protocolo: artigos científicos, com a opção de texto completo, em qualquer idioma e os descritores (otimismo or otimista or optimism or optimistic or «psychological capital» or «capital psicológico» or psycap) and (organi$ation or organizaç* or work or "serviço público" or "setor público" or "gestor público" or "gestão pública" or "administração pública" or "servidor público" or «public sector» or «public manager» or «public management» or «public administration» or "public server" or employe* or job).
Tanto na BVS quanto na Scopus não se limitou a questão do idioma. Os termos relacionados a administração pública (como serviço público, servidor público) também foram adicionados com a finalidade de abranger as possíveis pesquisas sobre otimismo no setor público.
No entanto, ainda nas bases BVS e Scopus alguns ajustes foram realizados na definição do protocolo com o objetivo de alcançar o maior número de produções relevantes possível. Na BVS o protocolo final continuou com as opções artigos científicos, texto completo, em qualquer idioma e os descritores (otimismo or otimista or optimism or optimistic) and (work or employe* or job), além dos filtros adicionais "humanos, homens, mulheres, adultos, jovem adulto e meia idade". Esse recorte foi necessário tendo em vista a quantidade de resultados não relevantes. Os descritores organi$ation or organizaç*, por exemplo, foram excluídos por trazerem resultados que não são relacionados ao constructo trabalho, como pesquisas referentes a processos administrativos e organização administrativa. Já os descritores relacionados ao capital psicológico foram excluídos, pois na pesquisa inicial ficou demonstrado que os resultados tratavam do psycap como um constructo único, sem especificar ou aprofundar o otimismo (o objeto deste estudo).
Na mesma lógica, a pesquisa na base Scopus também foi reformulada, mas apenas se retirou os termos relacionados ao capital psicológico. Sendo assim, os descritores utilizados foram: (otimismo or otimista or optimism or optimistic) and (organi?ation or organizaç* or work or "serviço público" or "setor público" or "gestor público" or "gestão pública" or "administração pública" or "servidor público" or «public sector» or «public manager» or «public management» or «public administration» or "public server" or employe* or job), além da opção texto completo disponível.
Na base Scielo Brasil utilizou-se a estratégia de busca "otimismo or optimism". A análise inicial foi realizada pelo título do trabalho, sem discriminar o ano, idioma ou tipo de documento (ou seja, a pesquisa não restringiu quanto ao tipo: artigo, capítulo de livro,...). No Banco de Teses e Dissertações Brasileiro (BDTD) pesquisou-se por "otimism* and trabalho" para verificar as pesquisas de mestrado e doutorado que faziam tal levantamento. Não foi delimitado ano da pesquisa, idioma ou instituição de ensino.
A localização dos artigos científicos e das teses e dissertações usou como critério: leitura dos títulos; leitura das palavras-chave; e leitura dos resumos. Após essa prévia leitura, os documentos selecionados foram para uma planilha de controle para serem lidos de forma mais aprofundada. Como critério de inclusão foram utilizados: trabalhos (artigos, dissertações, teses) com acesso completo ao material; sem discriminação do ano; qualquer idioma; e tratassem sobre o tema oti-mismo no trabalho.
Resultados
O otimismo tem sido associado a resultados positivos relacionados a saúde física e mental no trabalho, e em diferentes espaços da vida. Por isso, nesta revisão se pretende sintetizar e apresentar descobertas importantes sobre otimismo no trabalho.
Os artigos e teses/dissertações excluídos foram os que falavam sobre organização, mas sem se referirem ao ambiente de trabalho e os relacionados ao capital psicológico. Além disso, também foram excluídos da contagem os estudos específicos da área médica, bem como os que aprofundaram a temática de doenças como câncer e portadores de HIV por fugirem do objetivo deste estudo (que é o otimismo no ambiente de trabalho). Outros temas excluídos estavam relacionados à: otimização (no caso de equipamentos, aparelhos eletrônicos), otimista apenas como adjetivo e o otimismo após eventos climáticos extremos como a passagem de um furacão. Assim, quando se refere a estudos relevantes, o foco está em pesquisas que estudam o constructo otimismo no ambiente laboral de forma detalhada e não apenas superficialmente. Ou ainda usando a palavra otimismo como uma qualidade importante, mas sem ser especificada ou aprofundada no estudo em análise. Conforme exposto ao fim do item anterior deste artigo, o critério de análise estabelecido para a seleção do material foi a leitura do título, palavras-chave e resumo. Assim, o volume inicial de documentos foi 1581. Na base de dados BVS apareceram 588 resultados. Desses, 52 apresentavam indícios de serem relevantes. Já na base Scopus, apareceram 717 artigos. Apenas 108 eram artigos com acesso completo ao material. E desses, apenas 35 apresentavam indícios de serem relevantes. Na base Scielo Brasil foram localizados 127 resultados e a maioria deles foi excluída por apresentar o otimismo em estudos da área da saúde. Dos que resultaram, apenas 5 apresentavam indícios de serem pertinentes ao tema otimismo no trabalho. Sendo assim, resultaram 92 artigos para uma leitura minuciosa e 09 teses e dissertações. A leitura completa dos artigos refinou ainda mais os que realmente tratavam do tema estudado, ou seja, otimismo no trabalho. Dessa forma, foram excluídos mais 39, totalizando 48. Das 09 teses e dissertações, apenas 04 apresentaram pertinência ao tema pesquisado. O esquema abaixo ilustra o fluxo desta revisão.
Cabe salientar as diferenças entre as bases analisadas. Percebeu-se que a BVS possuía oscilações (ora apresentava um número, ora outro quanto aos resultados) ao pesquisar com os mesmos descritores e filtros, enquanto que a Scopus se mantinha estável. Outra questão é quanto à filtragem dos resultados. Percebe-se que a partir das constatações mencionadas antes, a Scopus refina mais o conteúdo apresentado, trazendo os artigos mais relevantes quanto aos critérios estabelecidos para este estudo. A Scielo Brasil e o Banco de Teses e Dissertações não apresentaram as oscilações encontradas na BVS, porém a forma de pesquisar os resultados é mais 'enxuta', com menos opções de refinamento do que a apresentada pela Scopus.
Devido à natureza das publicações, decidiu-se na apresentação dos resultados encontrados pela separação em teses e dissertações dos artigos. Embora a quantidade inicial de teses e dissertações tenha sido grande (149 documentos), a leitura minuciosa revelou que apenas 4 eram relevantes. Isso quer dizer que mesmo que tenha surgido um número considerável de resultados inicialmente, por meio da leitura detalhada dos materiais percebeu-se que apenas 4 dos 149 realmente estudavam o otimismo. Os demais resultados foram excluídos ou por não abordarem o tema pesquisado (otimismo no trabalho) ou por apenas trazer a palavra otimismo sem aprofundar no estudo o constructo em questão. Os documentos estão no idioma português, foram realizados no Brasil e não há a preponderância de um ano específico (2015, 2017, 2018 e 2019 - um em cada ano). Três desses estudos são quantitativos, reforçando o cenário de pesquisa internacional que também segue esse caminho e apenas um é misto. Além disso, dois estudos são da área de saúde ocupacional, um de gestão organizacional e outro de psicologia clínica, todos apresentando estudos relacionados ao otimismo no ambiente de trabalho
Quanto ao conceito de otimismo encontrado, 2 trabalhos utilizam a definição apresentada pelos autores Michael Scheier e Charles Carver do otimismo dis-posicional, um a do otimismo de Martin Seligman e outra apresenta a ideia de que otimismo e esperança são sinónimos. A definição de otimismo académico aparece na dissertação de Neves (2017, p.42) e é "formado por três fatores organizacionais: ênfase académica, confiança em pais e alunos e eficácia coletiva que se relacionam de forma independente e que possuem relação com o desempenho dos alunos".
Na dissertação de Aguiar (2019), otimismo e confiança foram analisados para avaliar a percepção dos médicos veterinários com relação à qualidade de vida e bem-estar no trabalho. A pesquisa demonstrou que os escores de otimismo e confiança andavam juntos e o aumento ou diminuição de um influenciava o outro, além de influenciar diretamente na qualidade de vida e no bem-estar. Assim, quanto mais otimistas/confiantes estavam os veterinários mais qualidade de vida e bem-estar eles tinham (e vice-e-versa). A dissertação usou o método quantitativo e o otimismo é definido como expectativas positivas relacionadas ao futuro (Aguiar, 2019). Embora não citem os autores da definição do construc-to, a forma apresentada se aproxima da conceituação de otimismo de Michael Scheier e Charles Carver.
A dissertação de Louzada (2018) investigou a relação entre a espiritualidade e o comprometimento organizacional. O otimismo aparece como um dos fatores da espiritualidade e é tratado como sinónimo de esperança. Os resultados da pesquisa que usou o método quantitativo demonstraram que há a relação proposta pelo estudo, destacando o otimismo como um dos fatores que mais se relacionaram com o comprometimento organizacional (Louzada, 2018).
"Relações entre autoeficácia docente e otimismo académico: estudos com professores do IF Sertão-PE" foi o tema da dissertação de Neves (2018). A pesquisa de cunho quantitativo elaborou três estudos e um deles validou a escala Teacher Academic Optimism Scale for Elementary Teachers para a população brasileira. "Compreender o nível de otimismo académico de professores favorece a identificação de características da cultura escolar que possibilitam o melhor desempenho dos alunos" (Neves, 2018, p. 65). O autor ainda afirma que o otimismo académico "é uma crença auto-referente sobre a capacidade de ensinar aos alunos, formar relações de confiança com alunos e pais e priorizar metas académicas" e que pode ser aprendido e desenvolvido (Neves, 2018, p. 43). Seguindo a linha de que pode ser aprendido e desenvolvido se aproxima da definição de otimismo de Martin Seligman.
A tese de Mazza (2015) analisou as relações entre senso de coerência, lócus de controle e qualidade de vida de trabalhadores qualificados através de um estudo de natureza mista. Os profissionais responderam a questionários e participaram de entrevistas e de acordo com as respostas foram divididos em três grupos: dos protagonistas, das vítimas e dos conflituosos. O grupo protagonista apresentou maior otimismo, melhor percepção de autoeficácia, além de maior aceitação das responsabilidades no trabalho (Mazza, 2015). A definição de otimismo apresentada é a crença que coisas boas acontecerão no futuro, mesmo diante de adversidades. Não cita autor, mas se assemelha ao conceito definido por Michael Scheier e Charles Carver.
A seguir estão listados os artigos científicos localizados nesta pesquisa. Os dados estão organizados de acordo com as definições de otimismo apresentado no estudo. Todos as pesquisas que usaram a definição de otimismo dos pesquisadores Michael Scheier e Charles Carver seguiram o método quantitativo e estão apresentados na Tabela 1. Os estudos apresentam o otimismo como expectativa generalizada de que coisas boas acontecerão no futuro (Thun, & Bakker, 2018; Krane, Knardahl, & Nielsen, 2019; Papworth, Thomas, & Turvey, 2019; Neureiter & Traut-Mattausch, 2016); "uma tendência geral para antecipar resultados positivos mesmo em meio a situações difíceis e desfavoráveis" (Cruz, Cabrera, Hufana, Alqwez, & Almazan, 2018); "a expectativa generalizada de que as coisas boas serão abundantes no futuro e as más serão escassas" (Lau, Cheung, & Lam, 2015); "o otimista com a tendência a acreditar que coisas boas acontecerão na vida" (Hakanen & Lindbohm, 2008); "os otimistas esperam um futuro satisfatório e estão confiantes em atingir seus objetivos" (Chang & Chan, 2013); "otimismo como uma experiência subjetiva positiva [...] corresponde a uma tendência estável a enfatizar os aspectos favoráveis das situações, ações e eventos" (Carlomagno, Natividade, Oliveira, & Hutz, 2014); "O otimismo disposicional refere-se à expectativa global de que coisas boas serão abundantes no futuro e coisas ruins serão escassas e representam uma disposição central que tende a ser relativamente estável ao longo do tempo" (Duffy, Bott, Allan, & Torrey, 2013); "como um traço de personalidade relativamente estável refletindo a antecipação de consequências futuras positivas" (Thomas, Britt, Odle-Dusseau, & Bliese, 2011); "uma perspectiva positiva sobre a situação atual e perspectivas futuras de sucesso" (Vujčić, 2019); "otimismo dos funcionários é definido como a crença de que, apesar das atuais circunstâncias difíceis, o futuro ainda é promissor e está relacionado a comportamentos positivos no trabalho" (Ugwu & Igbende, 2017); "otimismo como a tendência a acreditar que alguém geralmente experimentará bons resultados na vida" (Xanthopoulou, Bakker, Demerouti, & Schaufeli, 2011).
O conceito de otimismo explicativo de Martin Seligman não é dominante nas pesquisas localizadas. Os resultados encontrados que utilizam a definição do autor predomina o entendimento de "otimismo como a crença de que situações negativas resultam de fontes externas, momentâneas e situacionais, enquanto situações positivas são o resultado de causas internas e duradouras" (Laschinger & Nosko, 2013). Foram identificados nos estudos de Yim, Seo, Cho, & Kim, (2017); Segovia, Moore, Linnville, & Hoyt (2015); Gallavan & Newman (2013); Rabenu & Yaniv (2017) e Kovács & Martos (2017).
Algumas pesquisas ainda utilizaram os conceitos de Michael Scheier e Charles Carver e de Martin Seligman conjuntamente que é o caso dos estudos de Nwanzu & Babalola (2019); Chhajer, Rose, & Joseph (2018); Meseguer-de-Pedro, Soler-Sánchez, Fernández-Valera, & García-Izquierdo (2017); Sharma & Sharma (2015); e Simons & Buitendach (2013).
Um estudo não apresentou o conceito de otimismo, mas sim o de viés do otimismo "que é a tendência de pensar que eventos negativos são menos prováveis de acontecer a si mesmo tomando pouca ou nenhuma precaução" (Caponecchia & Sheils, 2011). Houve também pesquisas que mediram e estudaram o constructo, mas não o definiram: Wu Tan, & Liu (2017); Wyder, Ehrlic, Crompton, McAr-thur, Delaforce, Dziopa, Ramon, & Powell (2017); Murray, Cardwell, & Donnelly (2017); Ju, Ji, Lan, & You (2016); García-Sierra, Fernández-Castro, & Martínez-Zaragoza (2015); Opollo & Gray (2014); Mache, Vitzthum, Klapp, & Danzer (2013); Bunk & Magley (2013); Cleary, Horsfall, O'Hara-Aarons, Jackson, & Hunt (2012); Rose, Perz, & Harris (2012); Campos (2011); Campos & Freitas (2008); Karlsson, Kronström, Nabi, Oksanen, Salo, Virtanen, Suominen, Kivimáki, & Vahtera (2011); Grau, Suñer, & García (2005); Merino-Plaza, Carrera-Hueso, Arribas-Boscá, Martínez-Asensi, Vázquez-Ferreiro, Vargas-Morales, & Fikri Benbrahim (2018); Kucmin, Kucmin, Turska, Turski, & Nogalski (2018); Schneider & Hite (2017); Vilella, Zarceno, & Rosa (2017); Matheson, Robertson, Elliott, Iversen, & Murchie (2016); Mache, Bernburg, Vitzthum, Groneberg, Klapp, & Danzer (2014).
Quanto ao ano de publicação dos artigos, 2017 foi o que mais apresentou publicações (com 10 artigos), seguido de 2013 (com 7) e 2018 (com 5). 2019 apresentou 4 artigos, seguido pelos anos 2015 e 2016 com 3 artigos. Nos anos de 2008, 2012 e 2014 tiveram 2 artigos e 2005 com 1 artigo. Em 2005 ocorreu o primeiro registro de publicações sobre otimismo no trabalho por meio do artigo "Desgaste profesional en el personal sanitario y su relación con los factores personales y ambientales" realizado na Espanha pelos pesquisadores Armand Graua, Rosa Suñerb e María M. García.
Na revisão integrativa ficou demonstrado que a maioria dos artigos sobre oti-mismo no trabalho são de origem internacional, destacando-se os Estados Unidos com 6 artigos e a Finlândia, China e Espanha com 4 cada um. A Austrália apresentou 3 estudos e os países Noruega, Alemanha e Nigéria com 2 artigos. África do Sul, Índia, Escócia, Áustria, Hungria, Israel, Polónia, Emirados Árabes, Croácia, Reino Unido, Canadá, Quénia, Irlanda do Norte, Coréia do Sul e Filipinas aparecem com 1 artigo cada. Os artigos que não precisaram suas origens somam 3, e apenas 3 tiveram origem no Brasil.
Referente ao tipo de pesquisa, os resultados demonstraram 42 artigos de base quantitativa, 4 qualitativos e apenas dois artigos mistos. Isso demonstra uma lacuna quando se fala em estudar o otimismo no ambiente laboral tendo como base pesquisas qualitativas e mistas.
Quanto ao idioma, a maioria (42) foi escrita na língua inglesa, 3 em português e 3 em espanhol. Esses números destacam a importância da língua inglesa na produção de artigos inserir ponto após científicos têm investigado o porquê do uso do idioma. Estudos têm demonstrado que artigos científicos publicados em inglês são mais citados em outras pesquisas quando comparados a outros idiomas (Di Bitetti & Ferreras, 2016). Receber mais citações resulta em ampliar a divulgação do seu estudo, além de dar mais credibilidade.
Esta revisão integrativa encontrou em sua maioria as definições de otimismo como o otimismo disposicional (15 de 48 artigos), defendida por Michael Scheier e Charles Carver, e do otimismo aprendido (8 de 48 artigos) de Martin Seligman.
Dois artigos apresentam o otimismo em outra abordagem. O artigo de Vujčić (2019) apresenta o constructo a partir da definição de capital psicológico positivo (otimismo, esperança, resiliéncia, auto-eficácia). Já o outro artigo (Caponecchia & Sheils, 2011) apresenta o conceito a partir da definição do viés do otimismo. Os artigos "sem definição" de otimismo, ou seja, sem definição clara do significado de otimismo, em geral, o relacionaram com os benefícios relacionados ao constructo, não se precisando o significado do termo.
Quanto a definição do conceito de otimismo, cabe aqui trés observações evidenciadas por meio desta pesquisa: a do otimismo irrealista, a do viés do otimismo e da relação entre otimismo e pessimismo. O otimismo irrealista foi apresentado em um estudo realizado na China em 2016 com aviadores chineses (Ju, Ji, Lan, & You). A pesquisa de base quantitativa destacou que o otimismo irrealista surge quando os indivíduos valoram seus riscos como menos propensos a acontecer do que com outras pessoas (Ju, Ji, Lan, & You, 2016). "Isso não vai acontecer comigo" é a frase mais usada por esses indivíduos que em sua maioria são homens (Ju, Ji, Lan, & You, 2016). Na pesquisa também é citada a relação entre o otimismo irrealista com o conceito de viés otimista. Assim, os aviadores chineses que adotaram maior nível de risco viam a situação de uma forma mais otimista, diminuindo a percepção de perigo para aquele indivíduo (Ju, Ji, Lan, & You, 2016). O mesmo estudo sugere que o viés otimista está também relacionado com características narcisistas (Ju, Ji, Lan, & You, 2016).
Um estudo realizado em 2011 na Austrália (Caponecchia, & Sheils) com trabalhadores da construção civil do país destacou que o viés otimista está presente entre os funcionários. Na pesquisa foi descoberto que os trabalhadores têm a tendência a achar que os riscos relacionados ao trabalho são menos propensos a acontecer com eles, bem como problemas relacionados à própria saúde (Caponecchia, & Sheils, 2011).
Outro ponto a ser destacado é o conceito de pessimismo. Nas pesquisas reside a afirmação que otimismo e pessimismo não são necessariamente antítese. Nessa lógica, num estudo específico é afirmado que a falta de otimismo pode estar relacionado à depressão e não somente a presença do pessimismo (Kronström et al., 2011). Na mesma pesquisa foram apresentados resultados relevantes que evidenciaram o otimismo e o pessimismo como constructos diferentes e que ambos influenciam, de forma individual, os afastamentos ao trabalho relacionados à depressão (Kronström et al., 2011). Outro estudo realizado em 2005 destacou que o baixo otimismo ao invés do alto pessimismo estava relacionado ao aumento de doenças nos indivíduos (Kivimáki, Vahtera, Elovainio, Helenius, Singh-Manoux, & Pentti, 2005).
Numa pesquisa realizada com servidores públicos da Finlândia em 2011 foi alertado que pacientes com baixo otimismo que estão fazendo tratamento contra a depressão devem receber mais atenção do que indivíduos com alto otimismo (Karlsson, Kronström, Nabi, Oksanen, Salo, Virtanen, Suominen, Kivimáki, & Vahtera, 2011). Assim, sugere-se que ao medir otimismo e pessimismo o procedimento seja feito de formas separadas, ao invés de combinar os dois conceitos (Hakanen & Lindbohm, 2008).
Esta presente pesquisa também possibilitou verificar outras áreas dentro do contexto laboral a que o otimismo é vinculado. Em sua maioria, tais artigos estavam relacionados a saúde ocupacional (30 artigos), seguido do tema engajamento no trabalho (10 artigos), saúde em geral (3 artigos), empregabilidade (2 artigos), carreira (1 artigo), segurança no trabalho (1 artigo) e aviação civil (1 artigo).
O que se percebe é que independente da área em que a pesquisa foi realizada, os efeitos positivos do constructo são inúmeros. Alguns estudos destacaram o otimismo como um elemento necessário ao enfrentamento diante das adversidades no trabalho. Um estudo chinês (Chang & Chan, 2013) demonstrou que o otimismo associado ao enfrentamento positivo resultou em menores índices de burnout. O estudo ainda afirma que a visão de ver o mundo dos otimistas (pela ótica positiva) ajuda a lidar melhor com o estresse (Chang & Chan, 2013). Um estudo americano realizado em 2013 salientou a importância do otimismo para lidar com as adversidades e que o constructo poderia ser aprendido e desenvolvido pelos indivíduos como forma de enfrentamento diante de situações de esgotamento no trabalho (Gallavan & Newman, 2013).
O otimismo também tem sido associado como um recurso pessoal. Estudo realizado em 2008 na Finlândia destacou o otimismo como um recurso pessoal necessário aos trabalhadores que tiveram câncer e retornaram ao trabalho (Hakanen & Lindbohm, 2008).
Outra concepção de otimismo foi relacionada como elemento moderador entre liderança e criação de empregos em um estudo realizado em 2018 na Noruega (Thun & Bakker, 2018). O mesmo estudo sugere que o otimismo é um recurso pessoal que permite aos indivíduos lidar com demandas desafiadoras no ambiente laboral (Thun & Bakker, 2018).
Nesta ótica, enfermeiros otimistas e proativos são mais propensos a desenvolverem uma visão mais positiva da vida, a serem mais saudáveis, a lidar melhor com as diiculdades no trabalho e a serem mais resistentes ao estresse no ambiente laboral, conforme descobertas de um estudo filipino (Cruz, Cabrera, Hufana, Al-quwez, & Almazan, 2018).
Um estudo norueguês demonstrou que empregados mais otimistas tendem a buscar novos desaios e buscam desenvolver novas tarefas no trabalho (Thun & Bakker, 2018). Já outra pesquisa realizada com enfermeiros destacou a importância da relação positiva entre otimismo e esperança quando o assunto é a prestação de cuidados às pessoas (Wyder, Ehrlich, Crompton, McArthur, Delaforce, Dziopa, Ramon, & Powell, 2017).
Aliado a isto, pessoas mais otimistas no trabalho são menos propensas a desenvolver estresse no ambiente laboral (Yim, Seo, Cho, & Kim, 2017). Indivíduos mais auto-eficazes, otimistas e mais satisfeitos no trabalho lidam melhor com o estresse, são menos propensos a riscos psicossociais e ao burnout (Merino-Plaza, Carrera-Hueso, Arribas-Boscá, Martínez-Asensi, Vázquez-Ferreiro, Vargas-Morales, & Fikri-Benbrahim, 2018).
O otimismo também foi considerado como uma característica de pessoas resilientes (Matheson, Robertson, Elliott, Iversen, & Murchie, 2016). Além disso, o otimismo juntamente com a autoeficácia foram os únicos recursos pessoais que predisseram o engajamento no trabalho de enfermeiros (García-Sierra, Fernández-Castro, & Martínez-Zaragoza, 2015).
Por fim, um importante estudo realizado nos Estados Unidos com repatriados da guerra do Vietnã em 2015 destacou o otimismo como maior preditor da saúde física e mental, principalmente em indivíduos que enfrentaram situações extremas (Segovia, Moore, Linnville, & Hoyt, 2015). Vinculados a isto, os pesquisadores Francine Segovia, Jeffrey L. Moore, Steven E. Linnville e Robert E. Hoyt afirmam que os efeitos protetivos do otimismo à saúde como um todo geram resultados que podem ser conferidos a longo prazo.
Discussão
Esta revisão integrativa teve como objetivo analisar o cenário da produção brasileira e internacional sobre o otimismo no ambiente de trabalho, por meio de revisão integrativa com base em artigos científicos publicados e teses e dissertações. Os resultados desta revisão vêm ao encontro do que a literatura tem falado sobre os resultados positivos que o otimismo causa na vida do indivíduo, influenciando a saúde física, mental e laboral.
Nas dissertações e teses encontradas foi demonstrado que o otimismo no trabalho é um tema que precisa ser melhor explorado nas pesquisas nacionais, pois foram localizadas apenas 4 pesquisas. Embora o volume inicial da pesquisa em teses e dissertações tenha apresentado um resultado alto (com 149 estudos), a análise detalhada de cada estudo permitiu verificar que o otimismo no trabalho não era foco daquelas pesquisas. Além disso, três são estudos quantitativos e somente um é misto. Este dado reforça a necessidade de mais estudos qualitativos e quanti-quali, pois embora a pesquisa quantitativa tenha sua importância, é indispensável a existência de estudos qualitativos e mistos, pois é através delas que se chega mais perto da análise da subjetividade dos indivíduos. Além disso, com as pesquisas qualitativas e mistas os pesquisadores têm mais possibilidade de aprofundar nas percepções e opiniões de cada sujeito participante. O conceito de otimismo exposto nos trabalhos, em três deles são apresentadas as concepções mais usuais do constructo (a do otimismo disposicional e o aprendido), mas inova ao apresentar a definição de otimismo académico e ao trazer otimismo e esperança como sinónimos.
Os estudos localizados nesta revisão integrativa demonstraram que o otimis-mo tem sido relacionado à variáveis como liderança (Cruz, Cabrera, Hufana, Al-quwez, & Almazan, 2018), resiliência (Wu, Tan, & Liu, 2017), autoestima ao relacionar aos fatores positivos da empregabilidade (Campos, 2011), autoconfiança (Grau, Suñer, & García, 2005), autoeficácia (García-Sierra, Fernández-Castro, & Martínez-Zaragoza, 2015), satisfação no trabalho (Bunk & Magley, 2013), esperança (Opollo & Gray, 2014), motivação (Carlomagno, Natividade, Oliveira, & Hutz, 2014), proatividade (Murray, Cardwell, & Donnelly, 2017), engajamento no trabalho (Mache, Vitzthum, Klapp, & Danzer, 2013), além do otimismo ser considerado um recurso pessoal necessário para lidar com adversidades no ambiente laboral e também como um potencializador de qualidades positivas do indivíduo (Hakanen & Lindbohm, 2008).
As pesquisas acima citadas são exemplos dos efeitos do otimismo no trabalho. Embora esses dados sejam muito relevantes, esta revisão não localizou revisões integrativas/de literatura focando o tema estudado. Assim, não foi possível fazer uma comparação com estudos anteriores que fizessem tal levantamento. Essa lacuna, no entanto, é um dos objetivos da presente revisão que fez uma análise das produções brasileiras e internacionais relacionando otimismo no ambiente laboral. A busca por revisões anteriores sobre otimismo no trabalho localizou apenas um estudo brasileiro das pesquisadoras Márcia Calixto dos Santos e Solange Muglia Wechsle de 2015 que investigou a relação entre otimismo e saúde (Calixto Santos & Muglia Wechsle, 2015). A leitura da revisão sobre otimismo e saúde possibilitou a comparação de uma questão: há diversos estudos relacionando o efeito positivo do otimismo no tratamento, recuperação e manutenção da saúde dos indivíduos. Ao mesmo tempo, há também diversos estudos que avaliam o otimismo dos profissionais que cuidam da saúde como enfermeiros e médicos.
Esta presente revisão demonstrou que as publicações sobre otimismo no trabalho tiveram início apenas nos anos 2000, tendo seu auge em 2017. Esses dados mostram que o estudo do otimismo no ambiente laboral ainda é algo recente. O que pode ser associado com o início da Psicologia Positiva a partir da segunda metade da década de 1990. Os Estados Unidos, berço da Psicologia Positiva, foram os maiores produtores de artigos sobre o tema. Mas o destaque neste quesito é a abrangência do estudo sobre o assunto em diversos países como China, Nigéria, África do Sul, Alemanha, Canadá, Polónia, dentre outros. O Brasil apresentou apenas quatro artigos no período pesquisado, o que demonstra lacuna que pode ser explorada. No entanto há 04 teses e dissertações a respeito do tema, mas que ainda não foram divulgadas por meio de artigos científicos.
Na maioria, os artigos foram de língua inglesa, seguidos timidamente pelos estudos em português e espanhol. Esse dado é importante para destacar que grande parte das publicações sobre otimismo no trabalho é escrito na língua inglesa mesmo em países em que o inglês não é a língua oficial (como China, Polónia, Alemanha,...). Abel Packer é coordenador do sistema Scielo (Scientific Electronic Library Online) e reforça a importância da língua inglesa, pois permite dar mais visibilidade e aumenta a competitividade da divulgação dos resultados das produções (Alisson, 2013).
O dado que mais chamou a atenção nesta revisão é a quantidade de estudos quantitativos. O otimismo no ambiente laboral tem sido medido e avaliado apenas estatisticamente na maioria dos estudos analisados, explorando pouco o tema de forma qualitativa e mista. Isto também pode ser explicado pela tradição estadunidense em pesquisas na área de conhecimento da psicologia, onde predominam os estudos quantitativos.
As áreas em que foram desenvolvidas as pesquisas foram em sua maioria no campo de saúde ocupacional, nas quais foram estudados os aspectos individuais do trabalhador no contexto laboral, seguido pelo engajamento no trabalho. Embora esses temas se relacionem no ambiente laboral, os estudos, em sua maioria, procuraram abordar os temas de formas distintas.
Vale salientar que na maioria das pesquisas (15 de 48 artigos) foi usada a definição de otimismo disposicional de Michael Scheier e Charles Carver, seguida pela definição de otimismo aprendido de Martin Seligman (8 de 48 artigos). Pesquisas que apresentaram ambos os conceitos citados foram poucas (5 de 48), mas o destaque está na quantidade de artigos (20 de 48) que não se preocuparam em deinir otimismo, atentando-se apenas em citar os resultados associados ao constructo ou simplesmente trabalharam com a ideia de que o termo já era conhecido pelo leitor.
Há outras definições do constructo otimismo que não foram apresentadas nas teses e dissertações e nos artigos localizados nesta pesquisa como a de otimismo fundado de David Palenzuela, observação essa que ressalta uma lacuna que pode ser melhor explorada em estudos futuros. Em síntese, esta revisão integrativa de literatura foi importante para conhecer o que se tem produzido sobre otimis-mo no ambiente laboral, além de demonstrar lacunas relevantes que podem ser exploradas em futuras pesquisas sobre otimismo no trabalho, conforme as que seguem:
mais estudos qualitativos e mistos;
estudos com trabalhadores brasileiros e latino-americanos;
estudos que deixem claro a definição de otimismo utilizada; e
estudos brasileiros no idioma inglês para ampliar a divulgação de pesquisas do Brasil a nível mundial.
Cabe salientar que esta revisão integrativa adotou critérios para melhor localizar os resultados sobre otimismo no trabalho. No entanto, há outras bases de dados ou poderá haver outros estudos que não foram localizados por não se enquadrarem nos filtros estabelecidos nesta pesquisa. É possível, por exemplo, que pesquisas tenham ficado de fora por não apresentarem o otimismo no ambiente laboral como tema central (e por isso não foram localizados pelos protocolos de buscas dos bancos de dados) e no desenrolar do estudo tenha surgido resultados que relacionassem o otimismo e o trabalho. Esta observação é importante destacar por ser uma possível lacuna desta revisão. Além disso, cabe também salientar que esta pesquisa buscou analisar os efeitos positivos do otimismo, podendo este ser um possível viés na elaboração do presente estudo. No mais, esta revisão integrativa demonstra-se possuir grande relevância por inovar ao trazer um parâmetro das produções sobre otimismo no trabalho e também ao apresentar os efeitos positivos do otimismo no ambiente laboral.