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Revista de Estudios Sociales
versão impressa ISSN 0123-885X
Resumo
RAMIREZ, Carlos Andrés. Indigenismo de direita. A formação da OPIC como "revolução passiva". rev.estud.soc. [online]. 2015, n.51, pp.89-104. ISSN 0123-885X. https://doi.org/10.7440/res51.2015.07.
Em março de 2009 surgiu na Colômbia uma organização indígena cuja posição política se afastava consideravelmente da corrente principal (mainstream) das organizações do mesmo tipo no país: a Organização Pluricultural dos Povos Indígenas do Cauca (OPIC). Esse grupo apoiou abertamente o governo Uribe. Seu surgimento, como notaram imediatamente alguns jornalistas e analistas políticos, obedeceu a uma estratégia do Governo para gerar uma divisão num setor opositor. Contudo, essa explicação é reducionista. Este artigo pretende mostrar -a partir de uma combinação do conceito gramsciano de "revolução passiva" com elementos de análise do discurso- como a origem da OPIC radica também num processo de identificação ideológica entre um setor da população indígena do Cauca e o uribismo, cuja base, se atender às raízes históricas da OPIC, é o caráter evangélico desse movimento. Portanto, a partir de uma compreensão da dimensão política da religião e em contramão dos que reduzem a origem da OPIC a uma estratégia "divisionista" e clientelista, pretende-se mostrar em que sentido pode ser falado de um indigenismo de direita na Colômbia.
Palavras-chave : Povos indígenas; igrejas evangélicas; Uribe; hegemonia; revolução passiva.