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Revista de Estudios Sociales
versão impressa ISSN 0123-885X
Resumo
MENDIOLA, Ignacio. Punição e (in)sensibilidade na fronteira securitária. rev.estud.soc. [online]. 2024, n.88, pp.21-37. Epub 09-Abr-2024. ISSN 0123-885X. https://doi.org/10.7440/res88.2024.02.
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Este artigo retoma e desenvolve uma proposta de David Garland de que as práticas punitivas são atravessadas por lógicas de (in)sensibilidade que afetam a forma como a punição é concebida e exercida. Argumenta-se que a (in)sensibilidade não é tanto uma dimensão periférica na imposição da punição, mas um elemento central dela. Partindo dessa premissa, o artigo tem como objetivo expor as características mais notórias da proposta de Garland e mostrar a estrutura conceitual na qual ela se baseia. Dessa forma, a reflexão aqui apresentada se bifurca em duas direções profundamente inter-relacionadas. Em primeiro lugar, a contribuição de Garland é desenvolvida em um nível mais analítico, tornando explícita a profundidade subjacente às noções de sentido e sensibilidade; um desenvolvimento no qual é destacada a importância da corporeidade para a compreensão da extensão total da imposição do castigo punitivo. Em segundo lugar, essa análise é projetada no contexto da atual hegemonia discursiva do securitário e, mais especificamente, na forma específica em que ela é incorporada na regulamentação da mobilidade migratória. A indubitável preeminência da fronteira securitizada se torna, portanto, o espaço analítico fundamental para a projeção da proposta de Garland sobre uma (in)sensibilidade subjacente que permeia a imposição de punição. Nesse contexto, afirma-se que o corpo do migrante atravessado pela fronteira produz um corpo punido cujo sofrimento não goza da empatia do discurso securitário.
Palavras-chave : corpo; fronteira; migração; punitividade; segurança; sensibilidade.