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Estudios Socio-Jurídicos
versão impressa ISSN 0124-0579
Resumo
DE GAMBOA TAPIAS, Camila e HERRERA ROMERO, Wilson. Como representar o sofrimento em conflitos violentos para evitar sua repetição?. Estud. Socio-Juríd [online]. 2012, vol.14, n.1, pp.215-254. ISSN 0124-0579.
O propósito central do artigo é analisar que tipo de sentimentos morais deveriam despertar os testemunhos das vitimas nos membros de uma comunidade política que pretende ser democrática, inclusiva e respeitosa dos direitos humanos. Da mão de Avishai Margalit, Tzvetan Todorov, Peter Strawson, Martha Nussbaum, Elizabeth Spelman e Manuel Reyes Mate, ao longo do texto defenderemos a tese de que as narrações e representações do sofrimento injusto padecido pelas vitimas devem ser capazes de despertar uma indignação e compaixão informada nos cidadãos. Para mostrar o alcance e significado desta tese, analisaremos dois dos problemas mais sérios aos que se enfrenta uma política da memória que privilegia às vitimas. O primeiro deles tem que ver com as distorsões que podem se apresentar quando se escutam os relatos das vitimas e que em grande parte estão ligadas a uma espécie de sacralidade que se lhe atribui a quem testifica acerca da violência que têm padecido. O segundo problema que estudaremos, está relacionado com a forma como os membros de uma comunidade política representam este sofrimento. Em concreto, discutiremos as diferentes formas de banalização que podem dar-se entre os cidadãos na hora de interpretar as narrações que representam o dano. Na última parte do texto, revisaremos o testemunho exemplar de Harriet Jacobs com o fim de mostrar de que maneira um testemunho pode gerar na sua audiência sentimentos de indignação e compaixão informadas.
Palavras-chave : vitimas; conflitos violentos; política da memória; memória coletiva; sentimentos morais; justiça transicional.