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Anagramas -Rumbos y sentidos de la comunicación-
versão impressa ISSN 1692-2522versão On-line ISSN 2248-4086
Resumo
CASALI, Silvana Mercedes. Uma escrita muito bela. A politicidade da metáfora. anagramas rumbos sentidos comun. [online]. 2020, vol.18, n.36, pp.95-113. ISSN 1692-2522. https://doi.org/10.22395/angr.v18n36a6.
Este artigo toma como estudo de caso o romance Una muchacha muy bella (2013), do escritor argentino Julián López, e está focado na análise de suas metáforas, especialmente as que, por meio de um tratamento sumamente poético da linguagem, evocam o terrorismo estatal, contexto social no qual a narração transcorre. Enquanto nos encontramos ante figuras retóricas que funcionam ao colocar em relação duas palavras por semelhança, seu uso não somente revela as decisões de escrita e as preferências estéticas do autor, mas também a necessidade de seu emprego para evidenciar o caráter indizível e inefável do qual se tenta narrar e cuja potencialidade política, a metáfora, contém e sugere. Com o objetivo geral de dialogar sobre a produção literária de uma época com contexto social e político em que surge, em primeiro lugar, inscrevemos o romance no universo das narrativas da segunda geração da pós-ditadura que emergiram durante o período kirchne-rista. Logo, focamo-nos nas metáforas enunciadas na primeira parte do romance pela voz do narrador criança, em específico, aquelas que remetem ao clima ameaçador próprio do momento repressor. Por último, sinalizamos a tensão que esse romance implica na série de relatos pertencentes ao "familismo" e propomos, assim, pensar a prática da escrita em sua dimensão política, isto é, em sua capacidade para habilitar outras vozes e outros modos de dizer da memória coletiva.
Palavras-chave : literatura; literatura contemporânea; romance; memória coletiva; Argentina; ditadura; escrita; política.