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Antipoda. Revista de Antropología y Arqueología
versão impressa ISSN 1900-5407
Resumo
WOLF, Kristine. Movimentos migratórios na periferia da Europa pós-colonial: imaginação política, práticas de luta e redes sociais em Marrocos e Espanha. Antipod. Rev. Antropol. Arqueol. [online]. 2018, n.32, pp.57-79. ISSN 1900-5407. https://doi.org/10.7440/antipoda32.2018.03.
A zona fronteiriça hispano-marroquina, na periferia da União Europeia, faz parte do regime europeu de controle de fronteiras e de migração no Mediterrâneo, estendendo-se cada vez mais além aos países da África subsaariana. Gritos eufóricos de pessoas migrantes ao superarem essas fronteiras físicas, bem como violentas devoluções efetuadas pelas guardas-civis espanhola e marroquina, evidenciam tanto o caráter mortal desse regime quanto sua crise e suas novas perspectivas. A migração global e multicausal converteu Marrocos e a Espanha em sociedades diversas e cosmopolitizadas. Estão formadas pelas mobilidades mudadas e renovadas, bem como pelos efeitos de diversos encontros entre residentes nacionais supostamente não móveis e pessoas em migração. Este artigo foca algumas formas de colaboração solidária surgidas nos últimos anos nessa zona. Examina-se a estrutura de atorxs principais das lutas sociais ligando pessoas migrantes e “nativas” implicadas em parcerias locais como o sindicato de migrantes ODT-I, em Rabat, e a Plataforma de Afetados pela Hipoteca, em Murcia. A partir de uma perspectiva crítica e pós-colonial, esta contribuição etnográfica analisa as relações de poder, os discursos hegemônicos, opacados e as práticas de potentes (contra-)conhecimentos dxs protagonistxs. Afirma que aqueles movimentos e lutas por direitos cidadãos desafiam o projeto político e discursivo dominante da União Europeia (UE) desde a base e participam da constituição de outra Europa contemporânea, plural e democrática.
Palavras-chave : União Europeia; lutas sociais; movimentos migratórios; redes sociais; solidariedade; zona fronteiriça hispano-marroquina.