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Antipoda. Revista de Antropología y Arqueología

versão impressa ISSN 1900-5407

Resumo

MUNTER, Koen de; TRUJILLO, Felipe  e  ROCHAGRIMOLDI, Ruth Carol. Atencionalidade e linhas de vida na malha Poopó-uru-qotzuñi (“gente da água”). Antipod. Rev. Antropol. Arqueol. [online]. 2019, n.34, pp.19-40. ISSN 1900-5407.  https://doi.org/10.7440/antipoda34.2019.02.

Objetivo/contexto:

Apresenta-se uma reflexão antropológica sobre o que os processos de desertificação do lago Poopó, na Bolívia, provocam particularmente para o grupo uru-qotzuñi (“gente da água”), a partir de um enfoque que se propõe como uma antropologia da vida. Analisa-se como as práticas cotidianas e rituais permitem uma correspondência com o lago e tecem assim uma malha de vida Poopó-uru-qotzuñi.

Metodologia:

para este artigo, desenvolveu-se uma análise baseada em uma série de aspectos antropológicos que permitem pensar a vida em um sentido amplo e relacional, cujas pistas se encontram particularmente na obra recente de Tim Ingold, mas também de outros referentes ecológico-sociais, como Anna Tsing e Donna Haraway. A partir dessas propostas, foi possível aprender junto aos uru do Poopó sobre a atencionalidade e como viver (cor)respondendo com outras linhas de vida, por isso o texto é acompanhado das descobertas e aprendizagens obtidas ao longo de um trabalho etnográfico e de colaboração mantido no tempo com instituições locais dedicadas à defesa do lago e de seus habitantes.

Conclusões:

o que está em jogo, defendemos, não é apenas a disponibilidade hídrica, nem um conjunto de práticas culturais simplesmente associadas ao lago, mas a própria sobrevivência de toda essa malha de vida, em um sentido amplo e relacional. Assim, a partir de uma antropologia da vida, sobreviver pressupõe sempre um conviver em reciprocidade, que pode ser pensado - inclusive em suas dimensões político-jurídicas - em termos de atencionalidade.

Originalidade:

a análise proposta aqui se mostra relevante, em primeiro lugar, por ser um caso que não costuma ser estudado a partir de leituras antropológicas e, em segundo lugar, porque as indagações aqui expressadas buscam não apenas informar etnograficamente sobre um contexto ecológico social específico, mas também propor um olhar crítico e atento aos processos de vida que o acompanham, desdobrando no processo uma série de propostas teóricas contemporâneas e criativas em antropologia.

Palavras-chave : água; antropologia da vida; atencionalidade; lago Poopó; uru-qotzuñi.

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