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Antipoda. Revista de Antropología y Arqueología

versão impressa ISSN 1900-5407

Resumo

OLARTE-SIERRA, María Fernanda  e  CASTRO BERMUDEZ, Jaime Enrique. Anotações forenses: conhecimento que materializa os corpos do inimigo em fossas paramilitares e “falsos positivos”. Antipod. Rev. Antropol. Arqueol. [online]. 2019, n.34, pp.119-140. ISSN 1900-5407.  https://doi.org/10.7440/antipoda34.2019.06.

Objetivo/contexto:

Neste artigo, focamos nas dimensões simbólicas e práticas do lidar com a corporeidade do inimigo, realizada pelos paramilitares em seu auge após a unificação das Autodefesas Unidas da Colômbia, e seguida por militares no âmbito da política de segurança democrática do ex-presidente Álvaro Uribe. Para isso, abordamos como essas dimensões são materializadas, como se tornam evidentes e como circulam no contexto social a partir do conhecimento que antropólogos forenses produzem sobre esses corpos, sobre a violência e sobre o conflito.

Metodologia:

o material apresentado e analisado é resultado de uma aproximação etnográfica da prática de peritos antropólogos forenses da Procuradoria-geral da Nação na Colômbia. Apresentamos uma metodologia que chamamos de “dialógica e reflexiva”, na qual há um exercício etnográfico de Jaime, acompanhado de conversas lideradas por María Fernanda, para aprofundar em experiências, conceitos e práticas. Essa metodologia é complementada com entrevistas a três antropólogos forenses com trajetórias semelhantes à de Jaime, bem como revisão de arquivo dos anos aqui compreendidos.

Conclusões:

o conhecimento qualitativo dos antropólogos forenses (junto com o de outros especialistas forenses) não somente cumpre a função de ser testemunha do ocorrido com os corpos, mas também tem a característica de produzir o que estuda em si e, nessa medida, coproduz o conflito, a violência, as vítimas e os perpetradores. Isso torna evidente a dimensão política e não neutral à prática de identificação forense.

Originalidade:

estudos sobre os efeitos sociais das ciências forenses, em geral, abordam e apresentam o conhecimento forense como testemunha neutra da verdade sobre os fatos violentos. Neste artigo, centralizamo-nos em como o conhecimento forense (assim como qualquer outro) coproduz o que estuda em si. Dessa maneira, evidenciamos suas profundas implicações políticas. Nesse sentido, contribuímos para ampliar o que se entende por conhecimento forense em contextos de justiça de transição e seus possíveis efeitos no social.

Palavras-chave : conflito armado colombiano; corpo; conhecimento forense; falsos positivos; fossas paramilitares; justiça de transição.

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