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Antipoda. Revista de Antropología y Arqueología
versão impressa ISSN 1900-5407
Resumo
WEINBERG, Marina. Espécies companheiras depois da vida: pensando relações humano-cão a partir da região sul-andina. Antipod. Rev. Antropol. Arqueol. [online]. 2019, n.36, pp.139-161. ISSN 1900-5407. https://doi.org/10.7440/antipoda36.2019.07.
Objetivo/contexto:
Este artigo explora as relações humano-cão nos vales da província de Jujuy, Argentina. Particularmente, presta atenção a como estas relações interespécies se entrelaçam e se transformam ao longo da vida e na viagem para o mundo dos defuntos, explorando os desafios existenciais que nos apresenta a morte nas tramas e entrecruzes ontológicos implicados em o ser com outros. Abordam-se diferentes aspectos do que denomino relação-cão, como uma tentativa por entender terrenos ainda pouco explorados em correspondência com os entrecruzes existentes entre humanos-humanos, humanos-cães e cães-cães que atravessam com força diferentes dimensões e temporalidades na região sul-andina.
Metodologia:
O evento que dá vida ao presente artigo sucedeu na mais agradável vida quotidiana entre os anos 2012 e 2014 em Tilcara (Jujuy, Argentina). Nesse sentido, conquanto explora-se desde uma aproximação etnográfica, não teve uma metodologia prefixada no marco de uma pesquisa, mas que, de maneira inversa àquela na qual estamos fortemente disciplinados, a partir de vivências concretas se desenvolvem conceitos apegando-se a sensibilidades teóricas, para analisar um acontecimento tão carregado de significação no mundo ritual andino, bem como em um plano puramente pessoal.
Conclusões:
Considerar a relação-cão como conexão parcial e refletir sobre as divergências que se apresentam na experiência tanto de vida como de morte é o que possivelmente permita superar a bifurcação moderna sujeito-objeto.
Originalidade:
Com apoio em discussões antropológicas contemporâneas, exploram-se contextos de análises que excedem a representação que os humanos têm dos animais quando as interações diárias estão em jogo. Mais ainda, indagam-se as formas nas que a relação humano-cão se vai entrecruzando e transformando ontologicamente em o ser com outros, não somente na experiência ao longo da vida, mas na viagem para o mundo dos defuntos.
Palavras-chave : cães negros; conexões parciais; espécies parceiras; morte; ontologias; região andina.