Resumo

NUMPAQUE MORENO, Julián. Desaparecidos, peregrinos e cemitérios: espaços e práticas da memória na Colômbia. Antipod. Rev. Antropol. Arqueol. [online]. 2019, n.37, pp.163-196. ISSN 1900-5407.  https://doi.org/10.7440/antipoda37.2019.08.

Desde a segunda metade do século XX, na Colômbia, têm sido registrados mais de 80.000 casos de desaparecidos, alguns dos quais se encontram sepultados em fossas clandestinas e outros permanecem inumados em diferentes cemitérios do território nacional sob a sigla de N. N. Assim como em outros países latino-americanos, o termo desaparecidos ocupa um lugar importante na agenda pública do país e tem levado a diferentes debates sobre as cifras, as causas de desaparecimento e sua localização final. Este ensaio fotográfico reflete sobre os cemitérios como espaços em que são gerados vínculos sociais e transcendentes entre os peregrinos, a sociedade em geral e os desaparecidos. Esses tipos de relações são estabelecidos por meio de rituais fúnebres, cerimônias religiosas e manifestações culturais, que vão mais além do cemitério em si e demonstram um dentro-fora mutuamente influenciado pelos vivos e pelos mortos. Isto é, práticas e exercícios da memória que lutam contra o esquecimento. Esta pesquisa parte de uma metodologia etnográfica realizada no Cemitério do Sul de Bogotá, Colômbia, e em outros cemitérios municipais do território nacional. Este texto passa por um exercício de autorreflexão situado de minha experiência como consultor para organizações internacionais como a Organização Internacional para as Migrações o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e a Direção de Direitos Humanos do Ministério do Interior em temas relacionados com a busca de desaparecidos.

Palavras-chave : Cemitérios; Colômbia; desaparecidos; fotografia; rituais funerários..

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