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Revista de Relaciones Internacionales, Estrategia y Seguridad

versão impressa ISSN 1909-3063

rev.relac.int.estrateg.segur. vol.9 no.1 Bogotá jan./un. 2014

 

EDITORIAL

ALEJANDRA RIPOLL *

* Editor


Já se passaram oito anos desde o dia em que se imprimiu o primeiro número da revista. Depois, semanalmente saíram outros três números até completar os quatro, exigidos para apresentá-la à convocatória da Publindex com o objetivo de obter a indexação desta Entidade. Com ansiedade foram esperados os resultados e finalmente chegou a notificação: a revista foi indexada na categoria C. Logo em seguida, a equipe de edição tornou-se rigorosa no cumprimento de todos os requerimentos para alcançar as outras categorias até chegar a A2.

Esse caminho foi percorrido sob o anterior processo de indexação e homologação. Apesar de que os requisitos foram, em certa maneira, um pouco onerosos para o editor e o grupo de pessoas responsáveis pela elaboração das revistas, o que não evitou o crescimento exponencial das publicações científicas. Este crescimento desbordou a capacidade operacional da Publindex, ocasionando uma desordem na informação.

Como consequência deste inconveniente a Publindex traça um novo processo de indexação e homologação no qual se destacam: o índice de citação, o fator de impacto e os quartis. Tais medições serão levadas a cabo por meio dos SIRES (Sistema de Indexação e Resumo), como uma maneira mais efetiva de controlar a qualidade editorial e científica, a visibilidade e a acessibilidade. Com esta intervenção mais direta, seria possível predizer que as publicações científicas vão melhorar, no entanto, não existe certeza do panorama de concorrência que se enfrentarão e, em consequência, quem sobreviverá.

Enfim, as publicações científicas continuarão sendo o principal mecanismo para coletivizar os resultados das pesquisas e a propagação do conhecimento. Pelo anterior, a Revista de Relações Internacionais, Estratégia e Segurança, com a participação decidida da Universidade Militar Nova Granada, seu corpo editorial, comprometido em oferecer qualidade, a sapiência de parceiros externos e internos e os articulistas que sempre têm tido dedicação e paciência para realizar os ajustes sugeridos em seus escritos, apresenta o Volume 9-1, com suas tradicionais linhas temáticas de relações internacionais, política e segurança.

Relações internacionais e geopolítica com dois artigos: o primeiro, Central Asia: the bends of history and geography, de Paulo Duarte. O autor trata de um tema de atualidade desde uma perspectiva histórica, mas centrado em assuntos diferentes ao tradicional nos estudos asiáticos. Enfoca-se em aspectos sistêmicos, como a geografia sendo uma variável que explica o desenho e comportamento na política exterior e as causas que atraem o investimento estrangeiro. Finaliza com as razões pelas quais tornam a Ásia Central importante para as potências. No segundo artigo, A necessidade de entender-se: interdependência e concorrência nas relações hispano-marroquinas, de Antonio Palomar Ruiz-Gálvez, os conflitos interestatais são uma constante no sistema internacional. Este estudo de caso aborda as tensões existentes entre a Espanha e o Marrocos como consequência da assinatura e dissolução de um acordo de protetorado exercido pelo primeiro sobre o segundo, centrado em aspectos territoriais. O artigo demonstra claramente que o Marrocos representa uma grave ameaça convencional para a Espanha, até o ponto de que se tornar o tema central da agenda da segurança espanhola.

Política inclui quatro artigos: o primeiro, A avaliação educativa no México, de Jorge E. Horbath e Ma. Amalia Gracia. Este artigo está dirigido a documentar a experiência mexicana na avaliação educativa. Apesar da sua importância, não existe material suficiente que dê conta da aplicação e do impacto que se obteve na melhoria desta atividade. Mesmo assim, os autores sugerem que pode servir de modelo para outros países da América Latina que pretendam melhorar as práticas avaliativas na educação. Concluem que ainda faz falta desenvolver outros tipos de avaliação que inclua o fator institucional em toda sua complexidade. O segundo, A teoria do Estado Falido: entre aproximações e discórdias, de John Sebastián Zapata Callejas, tem como objetivo elaborar uma reconstrução teórica do Estado falido a partir de textos em espanhol. No desenvolver do texto, abre-se um quadro conceitual e teórico que vai permitir ao leitor entender claramente os efeitos da inviabilidade de um Estado para governar. No entanto, a riqueza do artigo está centrada em identificar os acordos e discórdias na hora de definir um Estado falido e a partir deste exercício, desvendar algumas características deste tipo de Estado. O terceiro, Autoritarismo e democracia na América Latina: dois polos de racionalidades hegemônicas sociais, políticas e culturais de Juan María Cuevas, trata o autoritarismo não como um exercício da autoridade, mas sim como a cultura presente na América Latina tem originado vários significados e construções. Dentro destes corolários encontram-se, primeiro, a democratização do Estado que não responde aos princípios que devem existir em um Estado democrático e, segundo, a estruturação do conceito de cidadania. Sobre este último, identifica-se um sentimento de temor nos cidadãos em relação aos sistemas de poder estabelecidos. Pode-se divisar como um enclave hereditário do autoritarismo de tempos passados, que anteriormente se referia à conquista de territórios e que hoje em dia conquista mentes. Por último, O socialismo do século XXI na América Latina: características, desenvolvimentos e desafios de Álvaro Andrés Hamburger Fernández, o autor afirma que devido à debilidade das democracias na América Latina e à ineficácia do capitalismo como motor do desenvolvimento, aparece o socialismo do século XXI, que se define como uma combinação do socialismo com a democracia participativa e direta. Esta alternativa, baseada na segurança humana, pode terminar com a exploração, abandono e a dependência crônica da região. No entanto, para que seja uma realidade, deve transformar seu comportamento político e fazer um ajuste nos fatores de idiossincrasia.

Estratégia e Segurança, apresentam-se dois artigos: o primeiro, traumatismo e identidades estigmatizadas: migrações forçadas pelos conflitos bélicos, de Eliana Cárdenas Méndez. Um dos maiores desafios internacionais é o tema das migrações, porque envolve dois assuntos complexos que não são fáceis de conciliar: a segurança estatal e a segurança humana. Este é um tema que tem sido amplamente estudado, no entanto, este trabalho é particularmente interessante porque analisa o traumatismo como resultado das migrações forçadas pelos conflitos bélicos. Revela que existem uns efeitos negativos entrelaçados nas relações sociais, porque deixa uma marca permanente nas vítimas. Para terminar, Preparar o pós-conflito na Colômbia desde os programas de desenvolvimento e paz: desafios e lições aprendidas para a cooperação internacional e as empresas, de Miguel Barreto Henriques. A palavra composta pós-conflito tornou-se o centro das conversas sociais nos círculos acadêmicos e governamentais. Diversas pesquisas afirmam que é hora de se preparar para a nova etapa e não somente com a participação do Estado e dos grupos armados, mas também de outros setores. O autor sugere três atores que podem ajudar na construção da paz: primeiro, programas de desenvolvimento e paz, segundo, a cooperação internacional e terceiro, as empresas. Os PDL porque são um modelo consolidado, com um enfoque multidimensional que tem dado bons resultados regionais. Os outros dois ajudariam decididamente pela sua capacidade econômica para assumir alguns custos financeiros que dão sustentabilidade aos programas e estratégias na fase de pós-conflito.

Esperamos que este número forneça novas perspectivas de análise dos temas abordados e que sirva de eixo articulador para futuras pesquisas. Finamente, agradecemos a todos os que tornaram possível sua publicação.