SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.46 número1Adolescência, sociabilidade e pandemia: implicações para o bem-estar socioemocionalLutas e discursos pelo direito à saúde em tempos de pandemia: uma demanda em movimento? índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Em processo de indexaçãoCitado por Google
  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO
  • Em processo de indexaçãoSimilares em Google

Compartilhar


Revista Colombiana de Sociología

versão impressa ISSN 0120-159X

Resumo

SARRAZIN, Jean Paul. O governo da ciência. Reflexões da teoria social sobre as políticas de saúde na "pandemia" da Covid-19. Rev. colomb. soc. [online]. 2023, vol.46, n.1, pp.117-138.  Epub 02-Maio-2024. ISSN 0120-159X.  https://doi.org/10.15446/rcs.v46n1/101386.

A partir da declaração de pandemia em 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foram implementadas em vários países políticas de saúde que seriam essenciais para evitar uma catástrofe sem precedentes. Essas políticas foram apresentadas como produto da ciência, principalmente das ciências da saúde, e os governantes que as adotaram sempre legitimaram essa decisão argumentando que estavam simplesmente "seguindo a ciência". Este artigo se baseia em um conjunto de importantes teóricos das ciências sociais para analisar a relação entre ciência e política e os processos pelos quais as políticas são legitimadas pelo apelo à ciência. As reflexões se baseiam principalmente na obra de Michel Foucault, a partir de um panorama histórico dos vínculos entre a ciência médica e o Estado na modernidade. Isso permite demonstrar em que medida as políticas de saúde em questão podem ser consideradas a expressão contemporânea do que Foucault chamou de "biopoder" e "dispositivos de segurança". Por outro lado, esta análise toma elementos da sociologia da ciência, referindo-se a autores como Bruno Latour, que nos alerta para o persistente mito das ciências naturais "puras", antisociais e a-históricas, pureza graças à qual seriam imunes a todas as críticas, especialmente das ciências sociais. Haveria uma espécie de "crença" ou "fé na ciência" que é analisada à luz do que foi produzido por Emile Durkheim, primeiro, e depois por Ulrich Beck. Este último também permite constatar a crescente influência política das ciências da saúde, podendo inclusive subordinar o ordenamento jurídico. Conclui-se que as políticas de saúde constituem uma forma de biopoder globalizado, pois são aplicadas em todo o planeta e são definidas a partir de instâncias de poder supranacionais. Assim, organizações como a OMS centralizam informações relevantes e se apresentam como o lugar de saber/poder de onde emanam projeções e preceitos que todos deveriam seguir, influenciando a vida de bilhões de pessoas.

Descritores:

ciência e sociedade, cultura dominante, política de saúde, sociologia do conhecimento.

Palavras-chave : biopoder; biopolítica; Michel Foucault; pandemia; políticas de saúde; saúde pública.

        · resumo em Espanhol | Inglês     · texto em Espanhol     · Espanhol ( pdf )