Objetivo/contexto:

Este artigo analisa o nível de eficiência dos métodos de seleção de candidatos para as eleições presidenciais na América Latina pelos partidos no governo, de acordo com o grau de abertura e a fragmentação interna. A hipótese orientadora é que métodos com maior abertura geram maior fragmentação interna e, consequentemente, oferecem piores resultados eleitorais; enquanto métodos mais exclusivos geram menos fragmentação e melhores resultados eleitorais.

Metodologia:

Vinte e três processos de seleção de candidatos à presidência por partidos no governo, e igual número de eleições presidenciais na Argentina, Chile, México e Uruguai entre 1990 e 2020, sob condições de integridade eleitoral, são revisados comparativamente, e os graus de abertura são analisados com base na proposta de um índice de coesão interna e seus efeitos no sucesso eleitoral.

Conclusões:

Dos casos analisados, pode-se concluir que não existe uma relação entre a abertura dos métodos de seleção e a fragmentação dos partidos e o sucesso eleitoral, neste caso, daqueles no governo; e que, embora exista a ideia de que mais democracia interna aumenta a probabilidade de ganhar eleições, isso na verdade depende de outras variáveis.

Originalidade:

O artigo visa contribuir para a literatura sobre os processos de seleção de candidatos presidenciais, particularmente dos partidos no governo, uma vez que as eleições também são uma avaliação do governo, e está em jogo a continuidade ou a mudança. O método de seleção tem efeitos nos partidos e pode definir sua eficiência ou falta dela em manter o poder.