Serviços Personalizados
Journal
Artigo
Indicadores
- Citado por SciELO
- Acessos
Links relacionados
- Citado por Google
- Similares em SciELO
- Similares em Google
Compartilhar
Palabra Clave
versão impressa ISSN 0122-8285
Resumo
MONTERO-DIAZ, Julio e FERNANDEZ-RAMIREZ, Laura. A experiência da guerra na tela: o desembarque na praia de Omaha de Saving Private Ryan. Palabra Clave [online]. 2015, vol.18, n.1, pp.83-110. ISSN 0122-8285. https://doi.org/10.5294/pacla.2015.18.1.4.
O cinema de Hollywood tem dado testemunho informal das guerras, particularmente da Segunda Guerra Mundial. Saving Private Ryan (Steven Spielberg, 1998) rompeu com o modelo naturalista e romântico do subgénero. Baseou-se no depoimento dos veteranos de guerra e orientou-se não em direção do desenvolvimento de uma operação bélica, mas sim da produção hiper-realista do combate e da cotidianidade da guerra. Deu forma audiovisual a uma memória e experiéncia individuais, as do veterano, que habitualmente não tinham tido espaço no relato institucional da guerra ou em seu reflexo cinematográfico anterior. Este artigo apresenta uma análise estilística de sua sequéncia mais aplaudida por seu efeito e valor artístico: o desembarque na praia de Omaha. Atende à descrição de seus recursos de planificação, som e montagem. Mostra que, por meio do recurso a técnicas estilísticas expressivas formuladas por S. M. Eisenstein, a sequéncia busca introduzir o espectador no combate, fazé-lo participar das sensações e raciocínios do soldado -nesse caso o capitão Miller-, e conseguir assim sua imersão na ação bélica, seu compromisso com ele e a compreensão da origem de sua trama. Para isso, recorreu-se a uma via de análise inspirada no processo metodológico que S. M. Eisenstein empregava em dois de seus artigos para explicar o valor do pensamento estilístico de O Encouraçado Potemkin (1925) a seus detratores. Consiste na descrição do esquema expressivo que configura o desenho de planos e fragmentos de montagem e sua comparação com os que os precedem ou sucedem. Mediante essa metodologia dialética, descreve-se o estilo geral da sequência e suas pretensões expressivas, bem como se localizam momentos de contraste e ruptura que acusam seu serviço de um motivo emocional: traduzir o trauma do combatente.
Palavras-chave : Cinema; filmagem; filme histórico; análise qualitativa.