Objetivo/contexto:

As relações econômicas, políticas e militares entre a República Popular da China e a América Latina têm crescido exponencialmente desde o início do século 21. Neste contexto, este artigo indaga como as percepções dos cidadãos latino-americanos sobre a China variam, levando em conta sua dimensão comercial, militar e política. Assim, se respondermos a essa pergunta segundo a teoria da identidade social, a percepção da China será homogênea. Por sua vez, as teorias individualistas afirmam que os latino-americanos terão uma maior heterogeneidade com relação à sua percepção sobre o gigante asiático.

Metodologia:

Os dados da pesquisa Latinobarómetro 2020 foram usados para estimar uma análise em cluster para identificar os diferentes tipos de percepções políticas, comerciais e militares dos cidadãos latino-americanos sobre a China e uma análise de regressão multinomial para identificar os fatores políticos e sociodemográficos relacionados a cada perfil.

Conclusões:

Análise encontrou evidências a favor de teorias individualistas de opinião pública, identificando quatro grupos, um com uma percepção favorável da China nas três dimensões avaliadas, outro com uma percepção favorável, exceto na dimensão militar, e dois outros grupos que não têm uma percepção favorável da China. Este estudo também mostra que os latino-americanos que apoiam a democracia são mais propensos a pertencer a grupos com uma baixa percepção da China.

Originalidade:

A análise de cluster é uma metodologia nova no estudo da percepção que os latino-americanos têm da China, bem como analisar a percepção da China como um fenômeno multidimensional e não apenas analisar uma percepção favorável com relação à China.