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Revista de Salud Pública

Print version ISSN 0124-0064

Rev. salud pública vol.24 no.6 Bogotá Nov./Dec. 2022  Epub Nov 01, 2022

https://doi.org/10.15446/rsap.v24n6.93726 

Artigos/investigação

Caracterização dos casos de câncer colorretal no estado do Maranhão, Brasil

Characterization of colorretal cancer cases in the state of Maranhão, Brazil

Caracterización de casos de cáncer colorrectal en el estado de Maranhão, Brasil

Joelson dos Santos Almeida1 

Ana H. de Lima Sardinha2 

Eloisa da Graça do Rosario Gonçalves3 

Maria L. Holanda Lopes4 

1 JDS: Enf. M.Sc. Saúde e Ambiente. Esp. Saúde Pública. Docente Assistente Substituto, Curso de Enfermagem, Universidade Estadual do Piauí (UESPI). cjoelsonalmeida2011@gmail.com

2 ADL: Enf. Docente Titular. Departamento de Enfermagem, Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Professora Permanente, Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ambiente, Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Campus Bacanga, São Luís-Maranhão. ana.helia@ufma.br

3 EDR: MD. Docente Permanente, Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ambiente, Departamento de Patologia, Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Campus Bacanga, São Luís. Maranhão, Brasil. eloisagrgoncalves@gmail.com

4 MH: Enf. Docente Titular, Departamento de Enfermagem, Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Campus Bacanga, São Luís. Maranhão, Brasil. hollopes@hotmail.com


RESUMO

Objetivo

Descrever os casos de câncer colorretal quanto aos aspectos sociodemográficos e clínicos no estado do Maranhão, Brasil.

Métodos

Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo com abordagem quantitativa. Os dados foram exportados do sistema de informação de registro hospitalar de câncer, com recorte temporal de 2013 a 2017, sendo analisados por estatística descritiva.

Resultados

Foram analisados 421 casos de câncer colorretal, houve a predominância do sexo feminino com (55,3 %), idade estava entre 60 a 70 anos (29,5 %), a raça/cor das pacientes era parda (67,7 %), o estado civil era casado (46,8 %), escolaridade ensino fundamental incompleto (42,3 %) e ocupação agricultoras (22,1 %). As topografias tumorais mais ocorrentes foram do colón (36,1 %), tipo histológico foi adenocarcinoma (71,3 %), os tumores foram classificados em estádio IV (27,4%) e sem registro de metástase (74,3 %), não apresentavam histórico de alcoolismo e tabagismo, 28 % e 29,2 %, respectivamente. Foram tratados com cirurgia e quimioterapia (19 %), apresentaram remissão da doença/cura (26,8 %) dos casos, não tinham histórico familiar de câncer (23,8 %), associaram múltiplos exames para o diagnóstico (79,1 %) e o tempo entre diagnóstico e o tratamento foi acima de 60 dias (37,5 %).

Conclusão

O câncer colorretal é um problema de saúde pública devido ao desenvolvimento silencioso da doença, os fatores de risco da população e desafio de mudança no estilo de vida na população. Dessa forma, é necessário implementar estratégias de rastreamento, prevenção e diagnóstico precoce com finalidade de reduzir os impactos da morbimortalidade da neoplasia na população de idosos.

Palavras-Chave: Neoplasias colorretais; vigilância em saúde pública; oncologia (fonte: DeCS, BIREME)

ABSTRACT

Objective

To describe cases of colorectal cancer regarding sociodemographic and clinical aspects in the state of Maranhão, Brazil.

Methods

This is a cross-sectional, retrospective study with a quantitative approach. Data were exported from the hospital cancer registry information system, with a time frame from 2013 to 2017, being analyzed using descriptive statistics.

Results

421 cases of colorectal cancer were analyzed, there was a predominance of females (55.3 %), age was between 60 and 70 years (29.5 %), the race/color of patients was brown (67.7 %), marital status was married (46.8 %), incomplete elementary school education (42.3 %) and agricultural occupation (22.1 %). The most frequent tumor topographies were colon (36.1 %), histological type was adenocarcinoma (71.3 %), tumors were classified as stage IV (27.4 %) and no metastasis record (74.3 %), had no history of alcoholism and smoking, 28% and 29.2%, respectively. They were treated with surgery and chemotherapy (19 %), had disease remission/cure (26.8 %) of the cases, had no family history of cancer (23.8 %), associated multiple tests for diagnosis (79.1 %) and the time between diagnosis and treatment was over 60 days (37.5 %).

Conclusion

Colorectal cancer is a public health problem due to the silent development of the disease, population risk factors and the challenge of lifestyle changes in the population. Thus, it is necessary to implement screening, prevention, and early diagnosis strategies in order to reduce the morbidity and mortality impacts of the neoplasm in the elderly population.

Key Words: Colorectal neoplasms; public health surveillance; medical oncology (source; MeSH, NLM)

RESUMEN

Objetivo

Describir casos de cáncer colorrectal en los aspectos sociodemográficos y clínicos en el estado de Maranhão, Brasil.

Métodos

Se trata de un estudio transversal, retrospectivo, con abordaje cuantitativo. Los datos fueron exportados del sistema de información del registro hospitalario de cáncer, con un marco temporal de 2013 a 2017, y se analizaron mediante estadística descriptiva.

Resultados

Se analizaron 421 casos de cáncer colorrectal: hubo predominio del sexo femenino (55,3 %); la edad osciló entre 60 y 70 años (29,5 %); la raza/color de los pacientes fue parda (67,7 %); el estado civil, casado (46,8 %), la enseñanza básica, incompleta (42,3 %) y la ocupación, agrícola (22,1 %). Las topografías tumorales más frecuentes fueron colon (36,1 %), el tipo histológico fue adenocarcinoma (71,3 %), los tumores se clasificaron como estadio IV (27,4 %) y sin registro de metástasis (74,3 %), el (28 %), y (29,2 %), no tenía antecedentes de alcoholismo y tabaquismo, respectivamente. Fueron tratados con cirugía y quimioterapia (19 %), presentaron remisión/curación de la enfermedad (26,8 %) de los casos, no tenían antecedentes familiares de cáncer (23,8 %), múltiples pruebas asociadas para el diagnóstico (79,1 %) y el tiempo transcurrido entre el diagnóstico y el tratamiento fue mayor de 60 días (37,5 %).

Conclusión

El cáncer colorrectal es un problema de salud pública debido al desarrollo silencioso de la enfermedad, los factores de riesgo poblacionales y el desafío de los cambios de estilo de vida en la población. Por lo tanto, es necesario implementar estrategias de tamizaje, prevención y diagnóstico precoz para reducir los impactos de morbilidad y mortalidad de la neoplasia en la población anciana.

Palabras Clave: Neoplasias colorrectales; vigilancia en salud pública; oncología (fuente: DeCS, BIREME)

O câncer colorretal (CCR) envolve neoplasias que ocorre nos segmentos do intestino grosso (colón ascendente, transverso e descendente), reto e ânus. Esse câncer é curável se diagnosticado e tratado precocemente, caso não tenha atingido outros órgãos. A formação das lesões tem início por pólipos classificados como tumores benignos tendo sua oncogênese na porção interna no intestino grosso podendo evoluir para formas malignas da doença 1.

O CCR apresenta diversos fatores de risco sendo eles: sedentarismo, etilismo, tabagismo, hábitos alimentares com pouca ingestão de vegetais e frutas, alimentos industrializados, obesidade, sobrepeso, idade >50 anos, predisposição genética e histórico familiar. E ainda, a existência de alterações prévias no intestino como pólipos, doenças de Chron, colite ulcerativa e outras doenças inflamatórias do trajeto 2.

Estima-se que globalmente em 2018, 185 países tiveram 18,1 milhões de casos novos de câncer (17 milhões excluindo o câncer de pele não melanoma), 9,6 milhões de óbito por câncer geral e 9,5 milhões excluindo o câncer de pele não melanoma. Em relação ao câncer de colorretal, é o quarto mais incidente 6,1 % e o primeiro na mortalidade 9,2 %, quando analisados por sexos, é o terceiro mais incidente e paras as mulheres é a segunda causa de incidência quanto para mortalidade 3.

No Brasil, as estimativas anuais para o triênio de 20202022 revelam que 20 520 casos câncer de cólon e reto para homens e 20.470 em mulheres que se refere ao risco previsto entre 19,63 a 19,03 para cada 100 mil em homens e mulheres, respectivamente. E quando divididos por regiões geográficas, excetuando-se os cánceres de pele não melanoma, o câncer de cólon e reto apresenta- se em homens como o terceiro incidente na região Nordeste com 10,79 casos por 100 mil habitantes. No estado do Maranhão, as estimativas para câncer colorretal estão em torno de 210 casos novos para homens e em mulheres 240 casos novos, com taxas ajustadas para homens 7,70 e nas mulheres 7,37. No tocante ao município de São Luís, presumem-se para 80 casos novos homens e 90 casos novos mulheres 4.

O diagnóstico do CCR se baseia nos aspectos preventivos com enfoque na melhoria do estilo de vida, na educação em saúde promovendo hábitos saudáveis e por fim, na detecção dos sinais e sintomas: hematoquesia, alterações do intestino como diarréia, constipação, perda ponderal de peso, cólicas abdominais, associando ao exame de pesquisa de sangue oculto nas fezes, exames endoscópicos (sigmoidoscopia/colonoscopia) posteriormente a realização da biópsia 5.

No estadiamento, os tumores recebem a nomenclatura de estágio precoce a avançado. A exemplo dos cânceres colorretais, o estágio 0 é o inicio da lesão, que progressivamente tem variação do estágio I ao IV, na qual o estágio IV é mais agressivo e disseminado. E, além, disso cada variação apresenta uma subclassificação A, B e C, que os difere por meio das características histopatológicas, estruturais e de infiltração 6.

CCR possui diversos tipos de tratamentos recomendados tais como: o cirúrgico, a quimioterapia neoadjuvante, a radioterapia que interfere nas condições de saúde provocada pelas reações da terapia antineoplásica. Dessa forma, essa terapêutica modifica as condições de vida e traz impactos na qualidade de vida, pois a taxa de sobrevida do paciente está relacionada ao estágio da doença e sua morbimortalidade está ligada a fatores não modificáveis como a idade 7.

No estado do Maranhão, este câncer pode ser considerado um problema de saúde pública, o que reforça a necessidade de estudos epidemiológicos para conferir a magnitude do agravo através da vigilância em saúde. Diante disso, este estudo teve como objetivo descrever os aspectos sociodemográficos e clínicos dos pacientes que tiveram câncer colorretal no estado do Maranhão, Brasil.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo com abordagem quantitativa. Realizado no Estado do Maranhão localizando-se no oeste da Região Nordeste, com extensão territorial de 331.935,507 km2, divididos em 217 municípios, conforme dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, totalizando 6.574.789 habitantes 8. E assim, a capital São Luís é referência no âmbito da assistência de saúde no estado do Maranhão, o Hospital do Câncer Aldenora Bello é um dos serviços da rede de atenção oncológica do estado que possui um Centro de Alta Complexidade em Oncologia.

A população da pesquisa foi constituída de 421 casos de câncer colorretal no período de 01 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2017, registados no Sistema de Informação de Registro Hospitalar do Câncer (SIS-RHC). A coleta de dados ocorreu no período de setembro a novembro de 2020, as informações analisadas foram as variáveis da Ficha de Registro do Tumor (FRT) sendo elas: sexo, faixa etária, etnia, escolaridade, ocupação e estado civil. E, quanto aos aspectos clínicos: topografia do tumor, estadiamento, tipo histopatológico, exames relevantes para o diagnóstico, tratamento, evolução da doença após o primeiro tratamento, tempo entre o primeiro diagnóstico e o primeiro tratamento recebido no hospital.

A Classificação Internacional de Doenças 10a revisão (CID-10) 9, considera que os códigos C18.0 a C21.0 recebem as nomenclaturas: (C18.0) para à neoplasia maligna do cólon, [C19.0] para neoplasia maligna da junção retos-sigmóide, (C20.0) para neoplasia maligna do reto e [C21] para neoplasia de canal anal e ânus. E para classificação dos tumores, foi normatizado por meio do sistema de es-tadiamento preconizado pela União Internacional Contra o Câncer (UICC), denominado Sistema TNM de Classificação dos Tumores Malignos. Para análise dos dados, as informações foram exportadas do SIS-RHC para planilha do Microsoft Office Excel 2018, na qual se tratou os dados através de estatística descritiva em números absolutos e percentuais, por meio do software SPSS Estatistics 20.0.

A pesquisa foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão sob parecer de N° 1.749.940, conforme exigido pela Resolução N° 466/12 do Conselho Nacional de Pesquisa, que regulamenta a pesquisa científica em seres humanos.

RESULTADOS

No período de 2013 a 2017 foram registrados 421 casos de câncer colorretal em um hospital oncológico no estado do Maranhão, Brasil (Tabela 1).

Tabela 1 Perfil sociodemográfico dos pacientes com câncer colorretal no período de 2013 a 2017 (n=421) no Maranhão, Brasil, 2020 

Variável N %
Sexo
Feminino 233 55,3
Masculino 188 44,7
Faixa Etária
20 - 30 anos 10 2,4
30 - 40 anos 32 7,6
40 - 50 anos 60 14,3
50 - 60 anos 97 23
60 - 70 anos 124 29,5
70 - 80 anos 69 16,4
80 - 90 anos 25 5,9
Maior que 90 anos 4 1
Raça/cor
Parda 285 67,7
Branca 60 14,3
Preta 43 10,2
Amarela 33 7,8
Estado conjugal
Casado 197 46,8
Solteiro 155 36,8
Viúvo 45 10,7
Separado 17 4
Sem informação 5 1,2
União estável 2 0,5
Escolaridade
Nenhum 42 10
Fundamental incompleto 178 42,3
Fundamental completo 74 17,6
Nível médio 107 25,4
Nível superior incompleto 1 0,2
Nível superior completo 19 4,5
Variável n %
Ocupação
Diversas profissões 145 34,4
Trabalhadores lavradores 93 22,1
Não se aplica 77 18,3
Trabalhadores não classificados segundo a ocupação 65 15,4
Agentes de administração 8 1,9
Condutores de automóveis 7 1,7
Pescadores 6 1,4
Costureiros 5 1,2
Professores 5 1,2
Trabalhadores de serventia 5 1,2
Vendedores de comercio 5 1,2
Total 421 100

Fonte: SIS-RCH (2020).

Com relação às variáveis sociodemográficas, o sexo feminino apresentou 55,3 % [233] dos casos de câncer colorretal (Tabela 1). Dados semelhantes foram encontrados no estudo de Francisco et al.10 em que ocorreu a predominância do sexo feminino (56,4 %) dos casos. Os autores mencionam que embora as mulheres tenham maiores proporções, nesse estudo, o sexo masculino apresentou maior ocorrência de algum dos cânceres e outras doenças, inferindo-se historicamente, que as mulheres buscam recorrentemente os serviços de saúde facilitando o diagnóstico de doenças e tratamentos adequado. Esse tipo de câncer é o quarto mais incidente na população feminina no estado do Maranhão 4-11.

Na faixa etária de 60 a 70 anos houve maior ocorrência em 29,5 % [124] dos casos. No entanto, as faixas etárias de 50 a 70 representam as maiores frequências 52,5 % [221] dos casos de câncer colorretal (Tabela 1). Esses achados são compatíveis com Assis 12 e Scandiuzzi et al.13, na qual apontam a faixa etária dos casos entre 50 a 75 anos com maiores riscos de desenvolvimento de CCR. O câncer tem se acentuado na população idosa devido a fatores de idade, o envelhecimento populacional e o aumento da expectativa de vida que estão associados a presença de doenças crônicas 14.

Com relação a variável raça/cor, 67,7 % [285] eram pardos os pacientes acometidos por câncer colorretal (Tabela 1). Dados superiores foram encontrados na pesquisa de Silva et al.15 realizado no Pará, na qual 87,8 % dos casos ocorreram em pardos. Assis 12 pontua que a incidência de CCR na população afrodescendente nas quais negros e pardos apresentam maior probabilidade de riscos. Vale ressaltar, que o Maranhão e o Pará apresentam maior proporção de pardos com respectivamente 80,4 % e 73 % autodeclarados 16.

No que se refere ao estado conjugal, 46,8 % [197] das pacientes eram casadas (Tabela 1). O estudo de Pérez-Pacheco et al.17 realizado no México, 62,5 % dos acometidos pelo CCR eram casados. Dessa forma, reitera-se que os laços conjugais são essenciais durante o processo de diagnóstico ao tratamento, uma vez que nessas fases o paciente necessita de suporte emocional e familiar.

Quanto à escolaridade dos pacientes, o Ensino Fundamental incompleto representou 42,3 % [178] dos casos (Tabela 1). Na pesquisa de Moura et al.18 realizada em Juazeiro-BA, encontrou-se 43,4 % dos pacientes com Ensino Fundamental incompleto. Os autores apontam que a baixa escolaridade é um fator que influência no autocuidado com relação a neoplasia, a falta de acesso as instituições de saúde, o acompanhamento da condição de saúde interferindo, assim, no reconhecimento dos riscos expostos nas atividades socioeconómicas e laborais. O estado do Maranhão entre 2001 a 2015 apresentou a segunda maior taxa de analfabetismo do país, destacando os trabalhadores do campo como predominantes na população do estado segundo IBGE (2017) em Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD).

No que concerne à ocupação, a maior proporção dos casos de CCR foi de 34,4 % [145] nas diversas profissões, tendo os trabalhadores lavradores 22,1% [93] dos casos (Tabela 1). Nos estudos de Moura et al.18 encontraram os agricultores em maiores proporções 43,3 % dos casos. No entanto, este estudo apresentou esse grupo de trabalhadores lavradores em menor proporção pelo fato dos demais participantes do estudo apresentarem maior diversificação de profissões. Assim, vale ressaltar que os autores alertam para o uso de agrotóxicos na lavoura, pois os mesmos potencializam a contaminação e o desenvolvimento de doenças como os cânceres.

Com relação à localização dos tumores, o câncer de colón foi predominante com 36,1 % [152 dos casos, seguido do câncer de reto 34,2 % [144] dos casos (Tabela 2). No estudo de Fonseca et al.19 realizado em Minas Gerais, os cânceres de cólon 65,8 % e reto 22,6 %, tiveram proporções superiores ao nosso estudo. Segundo o INCA (2019) a região centro-oeste apresenta maior ocorrência de cânceres digestivos em relação a região nordeste. Fonseca et al.19 destacam que a alta demanda dos atendimentos e tratamentos do CCR em casos tardios ocorrem devido a procura tardia dos pacientes ao serviço.

Tabela 2 Perfil clínico de pacientes com câncer colorretal de um hospital oncológico no período de 2013 a 2017 (n=421) no Maranhão, 2020, São Luís-MA, Brasil 

Variável N %
Localização Tumor Primário
Cólon (C-18) 152 36,1
Reto (C-20) 144 34,2
Canal Anal e Ânus (C-21) 86 20,4
Junção Sigmóide (C-20) 39 9,3
Tipo Histológico
Adenocarcinoma 300 71,3
Carcinoma escamocelular 75 17,8
Diversos Tumores 19 4,5
Carcinoma 8 1,9
Adenocarcinoma Tubular 8 1,9
Neoplasia Maligna 4 1
Adenocarcinoma Mucinoso 4 1
Carcinoma Neuroendócrino 3 0,7

Fonte: SIS-RCH (2020).

A histopatologia predominante foi o adenocarcinoma, que representou 71,3% [300] dos casos (Tabela 2). Em um estudo realizado por Teixeira e Vasconcelos 20 em Pernambuco, foi encontrada a presença de adenocarcinoma em 47,2 % dos casos diagnosticados. Essa neoplasia ocupa a terceira posição em termos de incidência mundial de tumores malignos em homens e mulheres com mais de 60 anos, devido à elevada mortalidade e incidência nesse grupo populacional 21.

O estadiamento III apresentou 30,9 % ([130] e o IV 27,6 % [116] casos diagnosticados, respectivamente quando juntos representaram 58,6 % dos casos tardios (Tabela 3). Na pesquisa de Alhilfi et al.22 realizado no Iraque, dados superiores foram encontrados para o estádio III foi de 49,3 % e o IV foi de 15,5 % juntos representaram 64,8 % dos casos. Esses achados revelam que diagnóstico e rastreamento não precoces do câncer em estádio tardio implicam na redução da taxa de sobrevivência dos pacientes. Além disso, o estadiamento tardio torna se incurável possivelmente por baixas condições socioeconômicas na quais se destaca a pobreza, baixa escolaridade e a dificuldade de acesso às instituições de saúde 23. No entanto, o Ministério da Saúde 24 recomenda a detecção oportuna, pois os tumores surgem de pólipos adenomatosos que evoluem para lesões malignas ocorrendo cerca de 10 a 15 anos, o que reforça a necessidade de rastreamento dos casos pelo período de estágio pré-clínico da doença.

Tabela 3 Perfil clínico de pacientes com câncer colorretal de um hospital oncológico no período de 2013 a 2017 (n=421) no Maranhão, 2020, São Luís-MA, Brasil 

Variável N %
Estadiamento clínico
IV 116 27,6
II A 87 20,7
III B 77 18,3
I 41 9,7
III A 29 6,9
II 25 5,9
III C 24 5,7
II B 9 2,1
Não se aplica 9 2,1
0 4 1
Localização da metástase à distância
Sem metástase 313 74,3
Com metástase (diversos órgãos) 108 25,7
Histórico de alcoolismo
Não avaliado 209 49,6
Nunca 118 28
Ex-consumidor 45 10,7
Sim 45 10,7
Não se aplica 4 1
Histórico de tabagismo
Não avaliado 181 43
Nunca 123 29,2
Ex-consumidor 93 22,1
Sim 23 5,5
Não se aplica 1 0,2

No tocante a metástase à distância, 74,3 % [313] dos casos não apresentaram disseminação para outros órgãos (Tabela 3). Na pesquisa de Vieira et al.25 ao comparar a presença da metástase em 3 grupos de pacientes, observaram a ocorrência de >50 % dos casos avaliados e corroborando Vieira et al.26 mencionam que a maioria dos casos 61,9 % dos tumores não apresentam metástases a tecidos e órgãos vizinhos.

Com relação ao histórico de alcoolismo e tabagismo, apesar das categorias "não avaliado" possuírem as maiores frequências de 49,6 % [209] e 43 % [181] respectivamente não é possível, nessa pesquisa, estabelecer uma relação de causa e efeito direto com o CCR, pois essas categorias apresentaram a ausência de registros no prontuário. No entanto, os percentuais do item "nunca" corresponderam a 28 % [118] e 29,2 % [123] dos casos respectivamente (Tabela 3). Na pesquisa de Pasqual et al.27 realizado no Rio Grande do Sul encontraram as maiores frequências de pessoas que nunca consumiram álcool 49,7 % e tabaco 37,5 %. Entretanto, o INCA (2019) ressalta que o hábito de fumar e do consumo de álcool são fatores associados ao câncer. Além disso, a qualidade de vida precária, o consumo de alimentos processados, o sedentarismo e a exposição a agentes cancerígenos também são fatores encontrados na literatura que sustentam a possibilidade de desenvolvimento de cânceres no aparelho digestivo 28.

Nesse estudo, com relação ao tipo de tratamento a cirurgia e a quimioterapia foram predominantes com 19 % (80), seguidos de quimioterapia 14 % (59) dos casos (Tabela 4). No entanto, o estudo de Trinquinato et al.29 constataram que o tratamento empregado no CCR apresentou intervenção cirúrgica em 95,8 % e quimioterápico 65,3 % nos casos. Para Silva e Errante30 a decisão clínica do tratamento dependenderá do estádio e das características da neoplasia podendo ocorrer de forma associada ou isolada.

Tabela 4 Distribuição dos dados clínicos de tratamento de pacientes com câncer colorretal de um hospital oncológico no período de 2013 a 2017 (n=421) no Maranhão, 2020, São Luís-MA, Brasil (continua) 

Variável N %
Primeiro tratamento recebido no hospital
Cirurgia + quimioterapia 80 19
Quimioterapia 59 14
Cirurgia 54 12,9
Radioterapia + quimioterapia 43 10,2
Nenhum 37 8,8
Quimioterapia + radioterapia 29 6,9
Radioterapia 25 5,9
Cirurgia + radioterapia + quimioterapia 52 12,4
Quimioterapia + cirurgia 13 3,1
Quimioterapia + radioterapia + cirurgia 8 1,9
Diversos tratamentos 8 1,9
Radioterapia + cirurgia 3 0,7
Cirurgia + cirurgia + quimioterapia 2 0,5
Cirurgia +quimioterapia + cirurgia 2 0,5
Cirurgia + quimioterapia + radioterapia+cirurgia 2 0,5
Cirurgia + radiopaterapia 2 0,5
Radioterapia + quimioterapia + radiaterapia 2 0,5
Estado da doença ao final do primeiro tratamento
Sem evidência da doença (cura) 113 26,8
Doença em progressão 74 17,6
Doença estável 72 17,1
Óbito 59 14
Suporte terapêutico oncológico 40 9,5
Não se aplica 38 9
Remissão parcial 25 5,9
Histórico familiar de câncer
Sem informação 225 53,4
Não 100 23,8
Sim 96 22,8
Exames relevantes para o diagnóstico
Exame clínico e patologia clínica + exames por imagem + anatomia patológica 333 79,1
Exame clínico e patologia clínica + anatomia patológica 67 15,9
Exame clínico e patologia clínica + exames por imagem + endoscopia e cirurgia exploradora + anatomia patológica 17 4
Diversos exames 4 1
Tempo entre diagnóstico e tratamento
0 Dias 119 28,3
1 - 30 Dias 7 1,7
31 - 60 Dias 137 32,5
Maior que 60 dias 158 37,5

Fonte: SIS-RCH (2020).

No tocante ao estado no final do primeiro ano de tratamento, observou-se que 26,8 % (113) dos casos apresentam remissão completa (Tabela 4). Assim, destaca-se que é necessário um acompanhamento dos casos no que concerne a complicações e/ou metástase que por ventura possam ocorrer ao final da primeira terapêutica. Desse modo, é essencial que o seguimento seja realizado a fim de monitorar a recidiva da neoplasia 12-31.

Quanto ao histórico familiar de câncer, os registros sem informação predominaram com 53,4 % [225], seguidos dos pacientes que não possuíam histórico familiar de câncer 23,8 % [100] nos casos (Tabela 4). Nesse ínterim, observou-se que 225 prontuários não foram registrados, e por esse motivo, ocorreu nesse estudo um elevado percentual dessa variável não sendo, assim, possível estabelecer uma relação direta com os casos de CCR. Desse modo, apesar dos pacientes não possuírem histórico familiar de câncer apresentaram-se em segunda proporção. Esse fato é compatível com Murad-Regadas et al.32 que não encontraram diferenças significativas entre os grupos de pacientes avaliados com e sem histórico familiar de CCR. Entretanto, segundo Wilkinson et al.33 os pacientes com idade inferior a 50 anos apresentaram maiores riscos de desenvolver a neoplasia, por possuírem parentes de primeiro grau com CCR, em contrapartida, pacientes que não possuíam histórico familiar de câncer acima de 60 anos dispõem de maior risco para desenvolver a doença sendo, assim, recomenda-se o rastreamento a partir dessa faixa etária.

No que se refere aos exames relevantes para o diagnóstico, houve o predomínio do exame clínico, patologia clínica, exames por imagem e biópsia com 79,1 % [333] dos casos avaliados (Tabela 4). No estudo de Fernandes et al.34 e Atzingen et al.35 realizado em São Paulo, constataram que o diagnóstico por imagem (colonoscopia, retossigmodoscopia, colonografia), histopatológico e cirúrgico foram os mais utilizados em 54,3 % dos pacientes. Nesse sentido, Steele et al.36 recomenda que a vigilância dos pacientes com CCR deva ocorrer no diagnóstico realizado, no exame clínico até o processo de cura dos pacientes, uma vez que o monitoramento previne o surgimento do CCR de outros cânceres.

Com relação ao tempo (em dias) entre o diagnóstico e O tratamento, houve mais de 61 dias do tempo de espera o que correspondeu a 37,5 % [158] e 28,3 % [119] zero dias para o início da terapêutica (Tabela 4). Dados semelhantes foram encontrados na pesquisa de Lima e Villela 37 ao comparar as regiões brasileiras, observaram que a média em dias para início da terapêutica foi acima de 60 dias, destacando-se a região nordeste com o maior período para iniciar a terapêutica. Assim, destaca-se que esse fato pode ser justificado pelo tempo entre a admissão e tratamento no serviço oncológico. No entanto, fatores como acesso ao serviço de saúde e o tempo de regulação do paciente na rede oncológica podem elevar as taxas de mortalidade pelas desigualdades socioeconómicas da região 38-39.

As limitações do estudo estão relacionadas à atualização do banco de dados, campos não preenchidos, reflete na necessidade de sensibilização do preenchimento da ficha de registro de tumor. Para tanto, isso não compromete as informações apresentadas nesse estudo, visto que eles dispõem da identificação correta dos cânceres, histórico clínico completo e a série dos casos como pontos relevantes.

O câncer colorretal como problema de saúde pública é desafiador para a modificação dos fatores de risco da população no estado do Maranhão uma vez que a efetivação da rede de atenção primária junto a atenção oncológica necessita de ações integradoras dos diversos níveis de atenção em saúde para alcançar a população alvo objetivando realizar o rastreamento dos casos.

Este estudo nos permitiu identificar os aspectos sociodemográficos (sexo feminino, idosas, casadas, baixa escolaridade, ocupação de agricultores) e clínicos (câncer de colón e reto predominantes, tipo histológico adenocarcinoma e estádio IV avançado dos casos, tratamento cirúrgico e quimioterápico predominante, com mais 60 dias no tempo de espera entre o diagnóstico e o tratamento).

Portanto, percebeu-se ao logo do estudo a necessidade de sensibilizar os profissionais de saúde a realizar o preenchimento adequado da ficha de registro de tumor, visto que as informações desse registro geram dados em saúde que permitem delinear o perfil de pessoas acometidas pela CCR, a planejar ações de enfrentamento e elaborar estratégias de promoção e prevenção, controle da neoplasia com vistas a reduzir a morbimortalidade por este câncer.

Agradecimentos:

A Coordenação de Aperfeiçoamento Superior de Pessoal (CAPES), a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) pelo financiamento da pesquisa intitulada" Homens e Mulheres com câncer: significados, percepções e implicações" e o Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ambiente, em nível de Mestrado da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

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Recebido: 03 de Maio de 2022; Revisado: 17 de Outubro de 2022; Aceito: 23 de Outubro de 2022

Conflitos de interesse:

Não.

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